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MANEJO CONSCIENTE DE CÃES E GATOS

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Manejo populacional consciente de cães e gatos

 

O manejo populacional de cães e gatos é um conjunto de estratégias desenvolvidas para atuar diante de fatores que alteram a dinâmica populacional, levando ao crescimento descontrolado dessas espécies.


Vários fatores interferem na dinâmica populacional e são determinantes para que o descontrole das populações de cães e gatos se estabeleça. O principal fator é o livre comércio de animais não castrados que, associado ao baixo nível de guarda responsável e de castração existente na população, e ainda à elevada capacidade de suporte do ambiente, ocasiona altas taxas de abandono e crescimento das populações. A PBH oferece o serviço de castração, CLIQUE AQUI e veja mais informações.

 

Os resultados esperados com um manejo populacional bem estabelecido serão importantes para as populações animais e também para os seres humanos e meio ambiente, para além do controle do crescimento das populações.


As estratégias que compõem o manejo de populações de cães e gatos visam prevenir e reduzir os resultados negativos advindos dos fatores citados acima. Além dos maus tratos e redução do bem-estar animal, o descontrole populacional está associado ao risco de ocorrência de doenças comuns aos animais e também aos seres humanos.

 


Controle sanitário


Os serviços de controle de zoonoses têm incorporado cada vez mais ao seu escopo de trabalho, ações e estratégias de Vigilância em Saúde que visam minimizar os efeitos decorrentes de agravos endêmicos e reemergentes. 

 

O cenário epidemiológico retrata ainda novas demandas inerentes ao ambiente urbano, voltadas ao controle populacional de cães e gatos, atenção aos Portadores de Transtorno de Acumulação (TA) e Projetos Especiais, como a assistência à população em situação de rua entre outros. 

 

Dados qualitativos e quantitativos da Diretoria de Zoonoses (DIZO) apontam para os constantes esforços desta área no monitoramento e prevenção de doenças, com envolvimento de uma equipe multiprofissional, composta por biólogos, veterinários e agentes de combate a endemias (ACE), que atuam junto a outras categorias de profissionais de saúde e população.

 

O controle sanitário das populações de cães e gatos é realizado por meio da Vigilância de Zoonoses como:

 

 

Levantamento populacional, identificação e cadastro

Censo Animal

A cada ano, durante o terceiro tratamento focal contra Aedes aegypti, é realizado o censo animal, com levantamento da população de cães e gatos domiciliados e semi-domiciliados, considerando o costume de criar cães e gatos com livre acesso à rua. Este hábito deve ser revisto pela população, pois há maior risco de adoecimento. Gatos que saem livremente à rua têm três vezes mais chance de se infectar por esporotricose, de gerar crias indesejadas, de provocar acidentes envolvendo outros animais e seres humanos. 

 

De acordo com o censo animal realizado nos últimos anos, no município houve um aumento exponencial da população de felinos. No ano 2014 foram contabilizados 64.398 gatos e em 2022 o número passou para 127.944.

 

Com o advento da esporotricose foi implantada a priorização do agendamento cirúrgico de gatos (sadios) provenientes de áreas com casos confirmados/suspeitos da doença. 

 

Levantamento e monitoramento de colônias de gatos

O crescimento descontrolado da população de gatos e a emergência da esporotricose trouxeram novos desafios: o controle do crescimento das colônias de gatos e da doença nestes animais.

 

O conhecimento destas colônias e de protetores que estejam vinculados aos animais é medida fundamental para se iniciar as medidas de controle populacional e de controle de doenças, como a esporotricose, se for o caso. 

 

Os protetores têm desempenhado papel importante nesta atividade, realizando o pós-operatório e também viabilizando o monitoramento dos animais durante o tratamento para esporotricose

 

Os profissionais de controle de zoonoses realizam o levantamento de colônias durante o trabalho de campo e a Secretaria de Meio Ambiente, por meio da Gerência de Defesa dos Animais, mantém ativo um cadastro de protetores para auxiliar nesta atividade que é realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. 

 

Identificação e cadastro de animais

O município iniciou a identificação e registro dos cães das raças Pit Bull, Dobermann, Rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes, segundo classificação da Federação Cinológica Internacional -  FCI, e de seus mestiços a partir de 2006, de acordo com a lei 16.301 de 2006. VEJA AQUI mais informações sobre o serviço.

 

A partir de 2008, todos os cães castrados nos Centros de Esterilização de Cães e Gatos (CECG) de Belo Horizonte passaram a ser identificados eletronicamente por meio de microchip. Os gatos atendidos pelos Projetos Especiais (colônias, áreas vulneráveis e risco sanitário) também foram identificados. Desde 2021 todos os animais castrados na PBH são identificados

 

Além destes animais, todos os animais que são adotados no CCZ ou retornam para o local de captura são identificados eletronicamente por meio de microchip.

 

O município possui um Sistema de Identificação e Esterilização Animal (SIEA) onde são registradas informações sobre os animais recolhidos dos logradouros públicos pelo CCZ. Para todos os animais com agendamento e/ou realização de castração nos Centros de Esterilização de Cães e Gatos do município é efetivado um cadastro no SIEA contendo também dados cadastrais do tutor.

 

A legislação vigente estabelece que os animais sejam identificados e relacionados com seus proprietários por meio da utilização de dispositivos eletrônicos subcutâneos.

 

 

Controle reprodutivo 


Belo Horizonte oferece gratuitamente, para os residentes do município, o serviço de castração animal em seis Centros de Esterilização de Cães e Gatos, localizados nas Regionais Norte, Venda Nova, Leste, Noroeste, Oeste e Barreiro. 

 

Além dos CECG, atualmente Belo Horizonte possui uma Unidade Móvel de Esterilização (UME) que atua diretamente em áreas de risco sanitário e vulnerabilidade social. 

CLIQUE AQUI para saber mais sobre este serviço e agendar as castrações.

 

 

Educação para a Guarda Responsável


Conceitualmente, guarda responsável é a condição na qual o proprietário supre todas as necessidades do animal (ambientais, físicas e psicológicas) e evita que ele provoque acidentes, transmita doenças ou cause quaisquer danos à comunidade ou ao ambiente. Em outras palavras, traduz as noções de respeito e ética para com os animais de estimação de uma sociedade e é parte fundamental na interação homem-animal por abranger as práticas de bem-estar animal, o desenvolvimento da consciência da dependência animal pelo ser humano e, consequentemente, os riscos e cuidados necessários a esta relação, sendo o carro-chefe de todo Programa de Manejo de População de Cães e Gatos.

 

Educação em saúde (EducaZoo)

Considerando a importância e abrangência deste componente, a Secretaria Municipal de Saúde firmou parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SMED) para inserção do tema “Guarda Responsável” na educação infantil. Também são trabalhadas outras temáticas relacionadas às zoonoses. Técnicos da DIZO e das Regionais, juntamente com a equipe de mobilização da SMSA (Mobiliza SUS), realizam palestras em escolas públicas, a fim de sensibilizar as crianças


Educação em saúde nas Centrais de Esterilização

Os médicos veterinários cirurgiões dos CECG ministram palestras educativas antes das castrações repassando aos tutores orientações sobre a guarda responsável, bem-estar animal, além de esclarecer todas as dúvidas referentes às todas as etapas da cirurgia e sobre os cuidados com o animal, em casa, após a alta.

 

 

Adoção de cães e gatos

 

A adoção de cães e gatos é uma estratégia que busca dar destino aos animais abandonados ou gerados em situação de rua. O incentivo à adoção faz parte do conceito da guarda responsável, e auxilia na redução da população destas espécies nas ruas, proporcionando bem-estar animal e desestimulando a procriação de cães e gatos que são adquiridos como bens de consumo e não seres sencientes como realmente são.

 

Adoção  

Belo Horizonte conta com um programa amplo de controle populacional de cães e gatos não domiciliados, realizado pela SMSA, por meio do Centro de Controle de Zoonoses. Neste programa, os animais recolhidos nas ruas e não resgatados por seus tutores passam por uma triagem clínica realizada por médicos veterinários do CCZ. São sorologicamente testados para detecção da leishmaniose visceral, esterilizados (castrados), recebem uma identificação através de um microchip, são vacinados, vermifugados e devolvidos para o local onde foram capturados, conforme PORTARIA SMSA/SUS-BH N° 0190/2022 (captura, esterilização e Devolução CED). Durante este processo os animais ficam disponíveis para adoção no CCZ, de segunda a sexta das 8h às 16h. VEJA  AQUI mais informações.

 

Trabalho junto aos voluntários

Além deste trabalho realizado pelo CCZ, a Gerência de Esterilização de Animais (GEEAN) também prioriza a castração para protetores cadastrados que desenvolvem um trabalho importante a favor da adoção de animais de rua, junto à população do município.

 

 

Projetos especiais

 

Cada CECG reserva um dia para atender somente os animais que fazem parte dos Projetos Especiais. Nestes casos, os agendamentos são realizados pela Gerência de Esterilização de Animais (GEEAN) e pelas Gerências Regionais de Zoonoses (GERZO), conforme as situações de risco e vulnerabilidade identificadas. 

Projeto Maloca

O Projeto Maloca foi criado no ano de 2019 pela Diretoria de Zoonoses - Gerência de Esterilização de Animais - a fim de atender os animais da população em situação de rua do município, oferecendo cuidados básicos, como vacinação, controle de ectoparasitas e endoparasitas, além da castração. 

 

Unidade Móvel de Esterilização - UME

A UME foi adquirida em 2008 com objetivo de atender áreas do município com altos índices de vulnerabilidade social e risco sanitários. Trata-se de um veículo adaptado para realização de cirurgias de castração em áreas de vilas e aglomerados do município. A equipe é composta de dois médicos veterinários, seis Agentes de Combate a Endemias e um motorista. Desde o início de suas atividades até o ano de 2022, já foram castrados 13.743 animais. 

 

Manejo em colônias de gatos

Em situações de colônias de gatos em escolas, faculdades, hospitais, parques, dentre outras localidades de risco ou vulnerável, há também a articulação entre a GERZO e a GEEAN. Nestas situações os animais podem ser capturados e levados ao Centro de Controle de Zoonoses para realização das cirurgias e do pós-cirúrgico. Durante este período estes gatos ficam disponíveis para adoção. 

Aqueles que não são passíveis de adoção são identificados eletronicamente por meio do microchip, realiza-se uma marcação visual na orelha (corte do ápice) e o gato retorna ao local de captura.