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Histórico

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Antiga casa em Belo Horizonte que deu origem ao MHAB
Fazenda Velha 1939-1941 - Acervo MHAB

 

O Museu Histórico Abílio Barreto - MHAB - é o primeiro museu de Belo Horizonte, criado por meio do Decreto 91, de 26 de maio de 1941, assinado pelo prefeito Juscelino Kubitschek (1940-1945). A inauguração do Museu Histórico de Belo Horizonte, nomenclatura inicial do Museu, se deu em 18 de fevereiro de 1943. Foi escolhido para sua sede o Casarão da Fazenda Velha do Córrego do Leitão, nome advindo do antigo proprietário das terras Domingos Gomes Leitão, em tempos remotos do século XVIII, do antigo Arraial do Curral del Rei, depois Arraial de Belo Horizonte. A sede da Fazenda manteve-se de pé porque a região do seu entorno só seria urbanizada em meados da década de 1940.


Sobre o Casarão, sabe-se que em 1864 a Fazenda passou a pertencer ao Capitão Francisco Luís de Carvalho, rico proprietário de terras no Arraial do Curral del Rei. Casado com D. Francisca Cândida de Jesus, com quem teve dez filhas e quatro filhos. O capitão dividiu o seu patrimônio após o falecimento de sua esposa. A metade da Fazenda do Leitão coube a sua filha Rita Maria. A outra metade foi posteriormente adquirida por Cândido Lúcio da Silveira, seu genro que construiu a casa da Fazenda, por volta de 1883.


A Fazenda do Leitão foi desapropriada em 1894, pela Comissão Construtora da Nova Capital, encarregada de construir a nova capital do Estado de Minas Gerais. A saída da família se deu em abril de 1895, quando então a Fazenda passou por diversos usos. Entre 1895 e 1896, o governador de Minas Gerais, Crispim Jacques Bias Fortes (1894-1898) encarregou o geólogo Claude-Henri Gorceix, um dos fundadores da Escola de Minas de Ouro Preto, de construir um viveiro de plantas e sementes. Finalizado este trabalho, o  agrônomo francês Leon Quet passou a administrar o viveiro, ocupando a casa da Fazenda como moradia.


Entre 1896 a 1899, o Estado criou núcleos coloniais para incentivar o estabelecimento de imigrantes em pequenas propriedades agrícolas, com o objetivo de diversificar as atividades econômicas e garantir a ocupação de áreas em torno da Capital. A colônia Afonso Pena se instalou no vale do córrego do Leitão. Emancipada em 1910, a colônia e o restante das terras da Fazenda receberam a plantação de piteiras. Uma fábrica de artefatos usando a fibra da planta como matéria prima, foi instalada na região.


Posteriormente o governo Federal passou a administrar a área da Fazenda e nela instalou a Enfermaria do Posto Zootécnico Federal, do Ministério da Agricultura. A União teve a posse da área até 26 de setembro de 1938, quando a propriedade foi doada e adquirida, respectivamente, para o Estado e pela Prefeitura. Na ocasião, o prefeito José Oswaldo de Araújo (1938-1940) já manifestava a vontade de instalar ali um museu.


Em 1967, o Museu teve seu nome alterado para Museu Histórico Abílio Barreto em homenagem ao seu idealizador, mas permaneceu como um museu celebrativo do passado, até 1993. Neste ano, teve início o Processo de Revitalização do MHAB com propostas inovadoras para o Museu. Destaca-se o valor dado às “múltiplas memórias” e à cidade plural, referenciada em seus moradores e nas contradições sociais e urbanas. O MHAB passou a ser visto como patrimônio cultural dos habitantes da cidade, bem como um espaço de pesquisa e educação.


O período de 1994 e 1998 testemunhou uma reestruturação física e institucional. Criou-se a Associação dos Amigos do Museu Histórico Abílio Barreto – AAMHAB e, em 1998, foi inaugurado o edifício-sede com reservas técnicas especializadas para os distintos acervos, bem como espaços para os trabalhos administrativo e técnico. Em 2003, o MHAB passou ocupar um novo lugar na cidade como museu e centro cultural. A cidade - no seu passado, presente e futuro - passou a ser objeto de conhecimento para o Museu de forma mais complexa. Daí ter sido incluído no nome da instituição: Museu Histórico Abílio Barreto, o Museu da Cidade. 


O MHAB é composto por duas edificações – Casarão e Edifício-sede. O primeiro, datado de 1883, é um exemplar da arquitetura das sedes de fazendas mineiras; já o segundo, construído entre 1997 e 1998, teve seu projeto assinado por Álvaro Mariano Teixeira Hardy (Veveco) e Mariza Machado Coelho, do escritório A&M Arquitetura. Além dessas duas edificações, a instituição possui também um amplo jardim, no qual se encontra exposto parte do acervo, bem como uma estrutura de palco ao ar livre para apresentações artísticas, um auditório com capacidade para 100 pessoas, um café, cinco reservas técnicas, áreas expositivas e biblioteca. O Casarão foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atualmente IPHAN), em 1951, e pelo Município em 2013, como bem cultural inserido no Conjunto Urbano do Bairro Cidade Jardim.