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Histórico

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Fachada do MIS
Casa do Baile em 1952. Fonte: Acervo do Museu Histórico Abílio Barreto/MHAB

 

Referência da arquitetura moderna brasileira, o projeto original e o paisagismo da Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design  foram concebidos por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, que propunham uma integração total com o ambiente da lagoa. Niemeyer afirma ter sido o projeto com o qual ele se ocupou das curvas (sua marca registrada) com mais desenvoltura. A planta se desenvolve a partir de duas circunferências, que se tangenciam internamente. Delas desprende-se uma marquise sinuosa, bem ao gosto barroco, que provoca o olhar e dialoga com as curvas das margens da represa. Essa marquise é suportada por colunas e termina em outro pequeno volume de forma amebóide. À frente desse volume, há um pequeno palco circular cercado por um lago. O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Albino Froufe.

Inaugurada em 1942, a edificação comportava um restaurante com pista de dança, cozinha e toaletes. Situada numa ilha artificial, ligada por uma pequena ponte de concreto à orla, a edificação que abriga a Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design foi projetada com a finalidade de criar na Pampulha um espaço de diversão popular.

Como espaço de lazer e entretenimento nas noites belo-horizontinas, logo tornou-se palco de atividades musicais e dançantes frequentadas pela sociedade mineira. A proibição do jogo, no Brasil, em 1946, resultou no fechamento do Cassino, atual Museu de Arte da Pampulha - MAP, o que afetou o funcionamento desse restaurante, fazendo com que este encerrasse suas atividades.

A partir daquela data, sob a administração da Prefeitura, o espaço abrigou vários usos e variados fins comerciais. Nos anos 80, funcionou como um pequeno museu, anexo do MAP, restaurante e a Casa do Baile acabou novamente fechada. Em 2002, a edificação foi reaberta  após um grande restauro, realizadorealizado sob a coordenação dos arquitetos Álvaro Hardy e Mariza Machado Coelho e com a participação de Niemeyer. A Casa passou a possuir um novo sistema de iluminação e climatização, um auditório inserido no salão principal e um novo layout para a área administrativa. Os jardins também foram restaurados, obedecendo à intenção paisagística da proposta original de Burle Marx. Em 2003, Nimeyer visita novamente a Casa e desenha, de próprio punho, uma série de croquis de Pampulha e Brasília em um painel branco, situado ao centro do salão.

Como reconhecimento de sua importância para a identidade cultural do país, a edificação mereceu o tombamento nas três esferas: federal, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN (1997); estadual, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais/IEPHA-MG (1984) e municipal, pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte/CDPCM/BH (2003).  Em 2016 foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO, na categoria Paisagem Cultural do Patrimônio Moderno.