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Nívea Sabino

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Nivea Sabino/Divulgação

Poeta-slammer, ativista e educadora social, Nívea Sabino é destaque nas cenas literária e slam em Minas Gerais e no Brasil. É membro fundadora da Academia Nova-Limense de Letras, possui textos publicados em revistas literárias e antologias poéticas, e desenvolve trabalhos de dramaturgia e curadoria em diversos projetos culturais.

 

Integrante do Fórum das Juventudes da Grande BH (rede que defende os direitos e luta pela construção de políticas públicas ligadas às juventudes das periferias da cidade), Nívea atua na organização de slams e competições de passinho entre os jovens, incentivando a ocupação artística dos espaços públicos da cidade. Em 2016, recebeu o Prêmio Zumbi de Cultura pela Cia Baobá por realizar a discussão de Direitos Humanos por meio da poesia.

 

Em 2019, criou a instalação “Fé no Mutirão”, cujo poema "Bater a laje/No céu da boca/Dos nossos sonhos” chamou a atenção de quem visitou a Festa da Luz de Belo Horizonte e destacou a importância do coletivo nas realizações individuais.

 

A artista possui uma longa trajetória nas artes, sobretudo nas da palavra. Em 2010, iniciou suas intervenções poéticas no “Coletivoz”, sarau que acontece na região do Barreiro. Sua obra “Sobre os solos férteis da igualdade” obteve o 1° lugar no Concurso Municipal de Poesias Izaltina Tomásio Cruz de 2012, realizado em Nova Lima, cidade onde nasceu e vive até hoje. Foi a partir de sua experiência de vida e de suas memórias no interior de Minas Gerais que escreveu seu primeiro livro, “Interiorana”, lançado pela editora Padê em 2016, no qual reúne lembranças da infância e reflexões sobre sexualidade, racismo e outras temáticas pertinentes à sua trajetória.

 

Por seu destaque nas letras e pelo sucesso do primeiro livro, a autora foi co-curadora no Festival Literário Internacional de Belo Horizonte de 2019. Em 2020, esteve como jurada na categoria poesia do Prêmio Jabuti. Representou Minas Gerais no projeto “Confluências Poéticas” na cidade de Barcelona em 2022, mesmo ano em que assinou as dramaturgias dos espetáculos "Ópera Operária", no Cefart - Palácio das Artes, e “X-Magination”, monólogo afrofuturista de Michelle Sá.

 

Carregando no subjetivismo poético a multiplicidade de faces da mulher negra, Nívea vai se firmando como uma das grandes produtoras da Poesia Marginal brasileira. Seu trabalho mais recente é a publicação na Antologia Gay Brasileira, lançada pela Editora Machado e Amarelo Grão Editorial, que reúne poetas como Carlos Drummond de Andrade, Caio Fernando Abreu e diversos outros autores que ousaram escrever sobre a temática nos séculos XIX, XX e XXI. Seus textos integram ainda as coletâneas “Meu crespo, nossa história”, da Crivo Editorial, e “À luta, à voz! Coletivoz Sarau de Periferia”, da Editora Vienas Abiertas.

 

Pioneira nas competições de poesia falada, slams, em Minas Gerais, foi Campeã do Slam Clube da Luta (2016) e representou o estado no Campeonato Brasileiro de Poesia Falada (SlamBR 2016). Além disso, a artista é co-realizadora do movimento cultural “Sarau dos Vagal”, na Região Metropolitana de BH, e organiza junto ao poeta Pedro Bomba a “Roda BH de Poesia”, um movimento itinerante que une poesia falada e performance na cidade, com curadoria estruturada nas linguagens artísticas com foco na oralidade.

 

O projeto “Roda BH de Poesia” teve início em 2017 e a primeira edição, realizada no Teatro Espanca, contou com a participação de outros artistas locais, como Douglas Din, Kainná Tawá, Ricardo Aleixo, Norma Lopes, Renato Negrão, entre outros. Influenciado pelos movimentos contemporâneos da poesia brasileira, formados por poetas e artistas que trabalham através de diferentes suportes, técnicas e experimentações, provocando o público a enxergar a poesia e a literatura em outros contornos para além do livro e em outros espaços para além das bibliotecas e livrarias. Tais reflexões surgem fortemente pela trajetória de poetas contemporâneos que fazem parte desses movimentos e que têm como principal trabalho a poesia falada.

 

Com um caminho extenso no mundo das letras em BH e no Brasil, Nívea Sabino é figura incontornável na literatura brasileira contemporânea, com uma voz a ser ouvida e ideias para pensar o Brasil de hoje e o que queremos.