Grace Anne Paes de Souza nasceu no dia 20 de maio de 1980, no bairro Alípio de Melo, periferia de Belo Horizonte. Dramaturga, atriz, diretora, cronista, curadora e roteirista, Grace é presença marcante na cena cultural mineira.
Aos 13 anos, ingressou no primeiro curso de teatro amador, cursando teatro no Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado (CEFAR - MG). Foi cronista do Jornal “O Tempo” e possui publicações de textos teatrais em português, francês, italiano, espanhol, mandarim, inglês e polonês. Junto a outros atores e atrizes da capital mineira, fundou, em 2004, o Grupo Espanca!, considerado uma das mais criativas companhias de teatro brasileiro deste início de século.
Inspirando-se na escrita inventiva de autores como João Guimarães Rosa, cria fábulas contemporâneas metafóricas, que se distinguem por evidenciar o jogo de forças entre a ficção construída e o real da situação que apresenta. Com presença cênica marcante, voz forte e olhos expressivos, Grace articula as diversas frentes de trabalho de uma artista do corpo, da palavra e da imagem para criar formas de estranhar o mundo e alargar a imaginação poética e política do artista e do espectador, fazendo com que seus trabalhos acendam temas cotidianos e atuais como solidão, perda, medo e amor.
Em sua trajetória como atriz, destacam-se atuações icônicas, como “Amores surdos” (2006), “Por Elise” (2005), “Congresso internacional do medo” (2008); e “Marcha para Zenturo” (2010), com o Grupo Espanca! em MG; “Contrações” (2013) com o Grupo 3 de Teatro em SP e "Preto" (2018) com a Companhia Brasileira de Teatro no PR;
No cinema, atuou em filmes como "No Coração do Mundo" (Filmes de Plástico - Gabriel Martins e Maurílio Martins), "A Fúria" (Ruy Guerra) e “Temporada”, um dos grandes destaques do Festival de Cinema de Tiradentes 2018 e pelo qual recebeu os prêmios de melhor atriz no Festival de Brasília e no Festival de Turim, na Itália (2018).
Em sua obra “Vaga Carne” (2016), Grace radicaliza na experimentação formal ao conceber uma voz que invade um corpo. Ao dissociar essas duas instâncias, elabora uma teatralidade da incorporação, ou ainda, da constituição do sujeito como linguagem, com implicações existenciais, identitárias, sociais e políticas. Pelo trabalho, recebeu o segundo Prêmio Shell na categoria “melhor texto” e o 1º Prêmio Leda Maria Martins de oralitura. Em 2019, faz sua estreia na direção de cinema, realizando, em parceria com Ricardo Alves Jr., o média-metragem de mesmo nome, referenciado na obra.
Ministrou workshops de dramaturgia e interpretação em diversas companhias e instituições artísticas brasileiras, dentre elas: SESC SP, SESI SP/PR, Instituto Inhotim, Universidade do Estado de Santa Catarina, Galpão Cine Horto, Oficina Cultural Oswald de Andrade (SP), Porto Iracema das Artes (CE), Universidade Federal do Pará, Brasília, Minas Gerais, Belém. Foi indicada a inúmeros prêmios de teatro e cinema e recebeu, entre outras honrarias, o título de melhor atriz no Prêmio Shell de Teatro, o Prêmio SESC SATED por dois anos consecutivos, o Prêmio Questão de Crítica (RJ), o Prêmio APTR (RJ), o Troféu Candango e o Prêmio Usiminas Simparc; além de ser homenageada na Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2019, recebeu ainda, em 2019, a Medalha da Inconfidência do Governo do Estado de Minas Gerais.
Fontes:
Grace Passô - Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira
Grace Passô - Literafro
Grace Passô- Núcleo de Dramaturgia (SESI PR)