Jandira Celia nasceu em Maceió (AL), formou-se em pedagogia e lecionou por muitos anos até mudar-se para o vilarejo de Itatiaia, distrito de Ouro Branco, onde trabalhou com artesanato.
Filha de uma família de músicos, Dona Jandira se dizia “Cantora desde o berço” pois cantava na escola, na igreja e em festas da família. Mas foi em 1º de dezembro de 2004 que ela subiu ao palco pela primeira vez e deu início à carreira profissional na música, aos 66 anos de idade.
Em seus 20 anos de carreira, Dona Jandira realizou mais de 400 apresentações nacionais e internacionais, passando por Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife, e também em Portugal. Sua discografia conta com as obras “Dona Jandira” (2008) e “Dona Jandira: Ao vivo” (2012), que trazem participações especiais de grandes nomes da música brasileira, tais como Luiz Melodia, Paulinho Pedra Azul, Sergio Moreira e Marco Lobo. Excelente intérprete, dona de uma belíssima voz e uma alegria contagiante e seu repertório contempla interpretações de músicas de Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, Cartola, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Tom Jobim, Vinícius de Moraes dentre outros grandes nomes, que ganharam brilho especial com sua voz e estilo peculiar.
Reconhecida como uma das vozes do samba de Minas Gerais, Dona Jandira se sentia acolhida pela receptividade mineira, fundou o coral infantil Os Bem-Te-Vis e o Espaço Multicultural Dona Jandira, em Itatiaia e, com o objetivo de viabilizar a divulgação do trabalho de vários artistas mineiros, criou também o projeto Encontro de Compositores;
A artistas recebeu o título de cidadã honorária de Belo Horizonte, em 2019 e em 2022, sua vida e obra foram homenageadas na exposição "Uma vida pela arte", realizada no Centro Cultural da UFMG, exibiu ao público seu acervo de fotografias, objetos pessoais, vídeos de apresentações e obras que ganhou de artistas renomados.
Dona Jandira, que se definia como alagoana, artesã, professora, mãe, vó, cantora e feliz, faleceu no dia 04 de outubro de 2024, aos 85 anos.