Carolina Maria de Jesus. Uma mulher negra, favelada, semianalfabeta e de muita importância na construção do pensamento social e político brasileiro. Nascida em Sacramento (MG), em 14 de março de 1914, Carolina foi uma escritora, compositora, cantora e poetisa brasileira.
A vida na favela foi inspiração para seu livro mais vendido: “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”. Nele, narrou seu dia-a-dia de muita miséria e muita fome dando a ela a cor amarela. Também criticou os políticos e a política em plena década de 1950.
Em vida, Carolina publicou 5 livros. Suas obras foram traduzidas em 16 línguas e vendidas em mais de 40 países. Foram mais de 1 milhão de cópias vendidas. Escreveu “Casa de Alvenaria” como crítica à estrutura da sociedade, atacando justamente o núcleo social ao qual passou a fazer parte.
Em 13 de fevereiro de 1977, Carolina faleceu, aos 62 anos, na sua casa em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo. Foi vítima de uma crise de insuficiência respiratória devido à asma que havia se agravado. Publicou 5 livros em vida e mais 4 póstumos.
Desde 2014, a pesquisadora Rafaella Fernandez tem reunido e publicado obras inéditas de Carolina. Foram descobertas 5 mil páginas escritas, sendo: 7 romances; 100 poemas; 5 peças de teatro e 12 sambas enredo; Cerca de 63 “narrativas híbridas” entre contos, crônicas, fábulas e autoficção. São 58 cadernos escritos à mão, havendo, ainda, cartas, provérbios e letras de canções.
Carolina Maria de Jesus é reconhecida como uma intérprete do Brasil. Busca compreender o país a partir de diversas áreas do conhecimento, como história, literatura, economia, sociologia, antropologia e filosofia. Possui diferentes perspectivas ideológicas, conferindo diversidade às narrativas e ensaios sobre o Brasil.