O faveiro-de wilson (Dimorphandra wilsonii) é uma espécie de árvore rara e endêmica da região central de Minas Gerais, ou seja, não existe em nenhum lugar do mundo. Ela se tornou rara e ameaçada de extinção por causa principalmente da destruição do seu habitat.
O Programa de Conservação do faveiro-de-wilson já tem 12 anos de existência. Neste período, muitas pesquisas sobre a espécie foram realizadas e muitas descobertas foram feitas, num trabalho realizado por muitas pessoas de várias instituições, e que conta também com o importante apoio de fazendeiros, mateiros e voluntários da região.
Apesar de todo este esforço, a espécie ainda continua ameaçada de extinção, na categoria mais crítica (criticamente em perigo de extinção), devido ao fato de existirem poucos exemplares na natureza (cerca de apenas 250 árvores adultas), em ambientes geralmente impactados, sendo que nenhuma destas árvores se encontra dentro de unidades de conservação de proteção integral. Soma-se se a isto o fato da espécie apresentar dificuldades de se propagar espontaneamente.
Visando dar continuidade e ampliar os trabalhos de forma integrada e planejada, foi elaborado em 2014, por todos os pesquisadores e colaboradores envolvidos no Programa, o Plano de Ação Nacional para Conservação do faveiro-de-wilson, que se tornou oficial em 2015 por meio de portaria do Ministério do Meio Ambiente. Este Plano contempla 33 ações de curto e médio prazo, que tem como principais objetivos proteger as árvores ainda existentes, aumentar a população da espécie com plantios em locais apropriados, realizar mais pesquisas e ampliar o grau de conscientização das comunidades da região onde a espécie ocorre. Algumas destas ações já estão sendo realizadas, outras ainda dependem de recursos. Por isto, os responsáveis estão em busca de recursos para viabilizar todo o Plano.
A coordenação do Plano está a cargo do Jardim Botânico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, que tem como parceiras as seguintes instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Viçosa (UFV-Campus Florestal), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Ambiental, Centro Nacional de Conservação da Flora/JBRJ, e as ONGs Instituto Terra Brasilis, Instituto Prístino e Associação de Amigos da Serra do Elefante.
Fernando M. Fernandes