12 de Agosto - Dia Mundial do Elefante (World Elephant Day)
Fotos: Suziane Fonseca/PBH
A data foi instituída com objetivo de proteger todas as espécies de elefantes e obter apoio para a conservação dos maiores mamíferos terrestres do planeta.
No Zoológico de Belo Horizonte, administrado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, vivem três elefantes-africanos (Loxodonta africana), espécie que consta na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, na categoria “Em Perigo” (IUCN, 2021-1).
As principais ameaças a essa espécie são a caça predatória para obtenção do marfim, produto muito cobiçado pelo tráfico, bem como a perda e a fragmentação dos ambientes naturais.
Com isto, torna-se cada vez mais importante chamar atenção para o que vem acontecendo com as espécies silvestres e seus habitats em todo o mundo.
O Zoológico de BH apoia as ações de conservação em prol da espécie. A equipe de educação ambiental preparou o Caça-palavras e os textos abaixo para que você conheça mais e nos ajude nessa empreitada de conservação.
Caça-palavras
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Elefante-africano
Loxodonta africana
African Elephant
Características
O elefante-africano é o maior mamífero terrestre vivente. Chega a quatro metros de altura e o peso varia de quatro a sete toneladas e meia. É muito ágil e ótimo nadador!
A tromba desse animal consiste em um prolongamento do nariz e do lábio superior e se caracteriza pela sua mobilidade, sensibilidade e, especialmente, pela capacidade de apanhar objetos. Trata-se de um órgão ao mesmo tempo tátil, olfativo e preênsil. Suas presas são formadas pelo grande desenvolvimento do segundo par de dentes incisivos superiores (marfim).
Possui olhos pequenos, embora a visão seja bastante desenvolvida; as orelhas são muito grandes e em forma de abano; a audição e o olfato são excelentes. Tem quatro unhas fortes, largas e aplainadas nas patas anteriores e três nas posteriores. Possui uma vocalização bastante sonora e quando enfurecido se assemelha a um trombone.
Poucos machos vivem mais de 50 anos, enquanto as fêmeas, por vezes, ultrapassam os 60 anos.
Estado de conservação da espécie
Aparece na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, na categoria “Em Perigo” (IUCN, 2021-1).
A análise das estimativas de 334 localidades em toda sua área de ocorrência indica uma redução de mais de 50% da população continental nas últimas três gerações (75 anos), redução esta que é considerada contínua e provavelmente irreversível. Entretanto, a tendência não é espacialmente uniforme em todo o continente. Algumas subpopulações estão aumentando ou em quantidades estáveis, enquanto outras estão diminuindo bem mais rápido do que a taxa continental. Muitas subpopulações locais se extinguiram.
Ocorrência
Atualmente, ocorre principalmente no centro e sul da África. Vive em vários tipos de habitats, incluindo florestas densas, savanas abertas, pântanos, matas espinhentas e matas semidesérticas.
Alimentação
Alimenta-se de gramíneas, casca, raízes, folhas e frutos de árvores e de arbustos. Pode consumir até 225kg de alimento por dia. No período das chuvas tem a sua alimentação baseada predominantemente em pastagem, passando, na época da seca, para uma alimentação a base de folhas de árvores e arbustos (browsing).
Hábitos
Não existe um período do dia em que se concentra a maior parte das atividades, mas alguns estudos mostram que nas primeiras horas da manhã a sua atividade é muito reduzida.
Vive em manadas constituídas geralmente de
Esses animais seguem rotas migratórias definidas em busca de água e alimentos. É muito habilidoso e inteligente. Comunica-se por meio de mais de 33 tipos de chamados e muitos são infrassons, ou seja, ondas sonoras extremamente graves e com frequência abaixo de 20Hz. Estes são percebidos pelos indivíduos da espécie a longas distâncias e é com a ajuda deles que os machos em idade reprodutiva localizam as manadas nos períodos de acasalamento.
Para refrescar, primeiro banham-se na água e depois se cobrem de lama fresca. Esta estratégia serve, também, para proteger a sua pele contra o ressecamento, das picadas de insetos e de ectoparasitos.
Possuem a capacidade de regular a temperatura do corpo com auxílio de suas orelhas, que são grandes e dispõem de uma rede complexa de vasos sanguíneos e, quando o animal as abana, o sangue que as irriga chega a resfriar em 5°C.
Reprodução
Os acasalamentos podem ocorrer durante o ano todo, embora exista um pico durante a época das chuvas.
A gestação tem duração de cerca de 22 meses, mas pode variar de 17 a 25 meses. Nasce normalmente um único filhote, mas pode acontecer de nascerem gêmeos. O recém-nascido pesa de 90 a 120 Kg e pode levantar-se 30 minutos após o nascimento. O filhote é amamentado durante dois a três anos.
Em geral, os machos deixam o seu grupo familiar por volta dos 14 anos, já as fêmeas permanecem com suas mães enquanto ambas estiverem vivas. Isto possibilita a formação de grupos matriarcais com relacionamentos complexos.
O período de atividade sexual dos machos, denominado “musth”, é um período anual durante o qual o nível de testosterona, circulante no sangue dos machos, está muito elevado. Pode durar semanas ou meses, dependendo da idade e da condição física do indivíduo. O momento certo depende da sua posição hierárquica. O macho dominante entra em atividade sexual no auge da estação reprodutiva, quando grande número de fêmeas entra em cio.
Em populações naturais, os machos experimentam pela primeira vez o “musth” quando têm entre 25 a 30 anos. A duração desse período aumenta conforme ficam mais velhos – de poucos dias a algumas semanas, para animais nesta faixa etária e de dois a quatro meses para animais com mais de 40 anos.
Principais ameaças
Tradicionalmente, a caça predatória para obtenção de marfim e de carne foi a principal causa de declínio populacional de elefante-africano na sua área de ocorrência. Embora a caça ilegal continue sendo um fator significativo em algumas áreas, principalmente na África Central, atualmente a perda e fragmentação de habitats causada pela contínua expansão da população humana e pela rápida substituição da vegetação nativa por pastagens e por campos agricultáveis constituem as principais ameaças à espécie. Esse fator contribui para o aumento do conflito entre seres humanos e elefantes, o que agrava ainda mais as ameaças a esses animais.
Além disso, por possuírem baixa taxa reprodutiva, já que a fêmea gera normalmente um filhote após uma gestação que dura cerca de dois anos, faz com que os danos a uma população sejam muito difíceis de serem revertidos.
Estratégias de conservação
O elefante-africano está listado no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) desde 1989. No entanto, as populações de alguns países como Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zimbábue voltaram ao Apêndice II dessa mesma Convenção. Vale esclarecer que as espécies incluídas no Apêndice I da CITES são consideradas ameaçadas de extinção e são ou podem ser afetadas pelo comércio e as que são incluídas no Apêndice II são aquelas que, embora atualmente não se encontrem ameaçadas de extinção, poderão chegar a esta situação, a menos que o comércio esteja sujeito a regulamentação rigorosa.
Além disso, os países situados na área de distribuição da espécie estabeleceram um Plano de Ação e um Fundo para o elefante-africano. Este Plano de Ação tem os seguintes objetivos: reduzir o abate ilegal de elefantes e o comércio ilegal de produtos dessa espécie; manter os habitats dos elefantes e restaurar a conexão entre eles; reduzir o conflito entre seres humanos e elefantes; aumentar a conscientização em relação à conservação dos elefantes; reforçar o conhecimento dos países da área de distribuição da espécie sobre o estado das suas populações e seus habitats; reforçar a cooperação entre os países da área de distribuição da espécie; aumentar a cooperação com as comunidades que compartilham a terra e os recursos com os elefantes-africanos e executar eficazmente esse Plano.
Animais que estão sob os cuidados do Zoológico de Belo Horizonte/FPMZB
"Axé" nasceu no Zoológico de Belo Horizonte, no ano de 1987, e foi o primeiro filhote de elefante-africano nascido sob cuidados humanos na América Latina.
“Jamba”, macho, veio da Namíbia (Parque Nacional de Etosha) na África, em 1998, com aproximadamente dois anos de idade.