A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica informa que a pista de skate do Parque Nossa Senhora da Piedade estará em reforma até março de 2024. Sendo assim, nesse período, não será possível a sua utilização.
O Parque Nossa Senhora da Piedade, inaugurado em junho de 2008, contou com a participação efetiva da comunidade do bairro Novo Aarão Reis para que fosse implantado. A obra fez parte do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte, chamado Drenurbs/Nascentes.
Antes de sua implementação, as nascentes do córrego que deu nome ao parque e os terrenos que o rodeavam eram utilizados como depósitos de lixo. Hoje a área de 58 mil metros quadrados é ocupada por uma vegetação diversificada e por águas reavivadas. A iniciativa trouxe uma nova dinâmica para a vida dos moradores e estimula práticas saudáveis e de lazer.
Logo pela manhã, o espaço começa a ser tomado por pessoas de todas as idades. As razões das visitas são diversas, já que o parque oferece uma série de equipamentos gratuitos, como quadras esportivas, brinquedos, trilhas ecológicas, pista de skate, caramanchões, áreas verdes para piqueniques e contemplação e até uma academia ao ar livre. O parque ainda disponibiliza gratuitamente redes esportivas para os fãs de peteca e vôlei.
Utilizado também como equipamento de aprendizagem pelas escolas, o parque se tornou referência para assuntos ambientais na região Norte. A área também já serviu como campo de pesquisas científicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A última delas criava uma estrutura que permitia maior permeabilidade da água em regiões asfaltadas. O objetivo da experiência era encontrar uma solução para alimentar o lençol freático em regiões de grande urbanização.
Fauna e Flora
A instalação do parque também beneficiou outras espécies simpáticas que habitam a cena belo-horizontina. Toda manhã, garças e mergulhões se deslocam da Pampulha para pescar no lago do Parque Nossa Senhora da Piedade. Além dessas aves, os olhares mais atentos podem admirar a presença de passarinhos diversos como o beija-flor, o bem-te-vi, a rolinha, o sabiá, o bico de lacre, a pomba trocal e, esporadicamente, alguns tucanos. Essa extensa representatividade de espécies se justifica pelo grande número de árvores frutíferas plantadas no espaço. São cerca de 100 pés de mangas, mais de 20 jabuticabeiras, goiabeiras e moitas de banana e 15 pitangueiras, além de pés de jambo vermelho, abiu, gabiroba, jatobá e graviola.
Para deixar o visual do parque ainda mais atrativo, os jardins foram ornamentados com plantas e flores decorativas. Entre elas estão a espada de São Jorge, os camarões azuis, lírios, íris, a exótica flor de jade e, entre outras espécies, a manacá da serra, nas cores brancas e rosa. Além disso, o parque cultiva plantas medicinais, que ficam disponíveis para as pessoas interessadas. A variedade delas é composta por pata de vaca, utilizada no controle da diabetes, a orelha de cachorro, que contém propriedades cicatrizantes, e a assa peixe, que auxilia no tratamento de bronquite e pneumonia.
Ação transformadora
“O cenário era desanimador”, conta o morador José Raimundo Abreu, de 34 anos, que sempre morou no bairro Providência, próximo ao parque. Ele lembra que o espaço era destino final de tudo aquilo que era indesejável pela população. “O mau cheiro se espalhava por um raio de dois quilômetros de distância”, conta.
Diante dos efeitos dessa realidade, como o aumento de casos de doenças dos alunos da Escola Municipal Hélio Pellegrino, situada no bairro Guarani, foi realizado uma pesquisa. O levantamento, feito em parceria com uma escola argentina, partia da questão inicial do que causava má qualidade de vida na região. O córrego Nossa Senhora da Piedade e seu entorno foi apontado como a principal causa. Com isso, o estudo deu início a um trabalho de conscientização da população que motivou todos, inclusive vários parceiros, a pensar novas possibilidades.
O resultado final foi uma obra, com a qual os moradores contribuíram com ideias e opiniões, que acabou incluída no Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte, o Nascentes. Os investimentos da parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) somaram R$ 22,8 milhões, divididos entre intervenções como limpeza do córrego e projeto paisagístico, assim como a desapropriação de terrenos e a remoção de famílias.
Os frequentadores contam com espaços para recreação infantil e exercícios físicos: pista de skate, brinquedos e quadras esportivas.
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 7h às 17h (Entrada permitida até às 16h30)
Localização: Rua Rubens de Souza Pimentel, 750, Bairro Aarão Reis.
Informações: 3277-8912
Entrada gratuita