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Parque Municipal Américo Renné Giannetti

criado em 25/02/2018 - atualizado em 07/03/2023 | 16:45

NORMAS GERAIS DE VISITAÇÃO 

 

Inaugurado no dia 26 de setembro de 1897, antes mesmo da nova capital mineira, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti é o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte. Projetado no final do século XIX pela comissão construtora encarregada de planejar a nova capital de Minas Gerais, possui grande importância devido as suas riquezas biológica, arquitetônica, cultural e social, de importante tradição histórica.


Com área de 182 mil metros quadrados, o parque localiza-se no Hipercentro, região mais adensada da cidade e desempenha relevante papel no equilíbrio entre o processo de urbanização e preservação do meio ambiente.


Foi projetado pelo arquiteto paisagista Paul Villon que utilizou no paisagismo espécies nativas e exóticas, e forma hoje um ecossistema representativo com árvores centenárias e ampla diversidade de espécies. As ruas do Parque são chamadas de Alamedas por possuírem árvores de ambos os lados. 


Possui flora diversificada, com árvores e plantas ornamentais fornecedores de néctar e frutos para borboletas, mariposas, aves e outros animais, podendo ser considerado um importante refúgio para a fauna. 


É uma das áreas de preservação mais visitadas de Belo Horizonte devido a sua localização, beleza natural, monumentos históricos, equipamentos esportivos e opções de lazer como brinquedos, barquinhos a remos, animais de montaria e eventos.


Horário de funcionamento:

de terça-feira a sábado, das 7h às 21h (entrada permitida até às 20h30);

domingo, das 7h às 17h (entrada permitida até às 16h30).


Localização: Av. Afonso Pena, 1377 – Centro.
Informações: (31) 3277-4161.
Entrada gratuita 

 

REGULAMENTO DE USO


 

História do Parque

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O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, inaugurado em 26 de setembro de 1897, foi projetado em estilo romântico inglês, pelo arquiteto paisagista francês Paul Villon, para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina. 


Antes de sua implantação, o espaço abrigava a Chácara Guilherme Vaz de Mello, conhecida como Chácara do Sapo. O local serviu de moradia para o próprio Paul Villon e para Aarão Reis, engenheiro chefe da Comissão Construtora, encarregada de planejar e construir a nova capital de Minas Gerais. Em 1924, o governador do Estado Olegário Maciel transfere a residência oficial para o Parque Municipal, até o final de sua gestão. 


Do projeto original, que previa um cassino, um restaurante e um observatório meteorológico, pouco se construiu. As ruas, alamedas, lagoas e riachos foram traçados de forma livre pelo arquiteto. A arborização foi introduzida por meio de transplantio de árvores de grande porte trazidas de diversos locais da cidade e através do plantio de mudas produzidas em dois viveiros, criados por Paul Villon, às margens do Córrego da Serra. Assim como a cidade, o parque foi inaugurado tendo apenas uma parte da obra finalizada. 


O parque possuía, originalmente, uma área de 600 mil metros quadrados, tendo como limites as avenidas Afonso Pena, Mantiqueira (atual Alfredo Balena), Araguaia (atual Francisco Sales) e Tocantins (atual Assis Chateaubriand). A partir de 1905, inicia-se o processo de perda de espaços para construções diversas como a Faculdade de Medicina, o Centro de Saúde do Estado, a Moradia Estudantil Borges da Costa, o Teatro Francisco Nunes e o Colégio Imaco. De sua área original, o parque chega ao século XXI com apenas 182 mil metros quadrados. 


No início do século XX, o Parque Municipal e a Praça da Liberdade tornam-se as principais referências da cidade para a realização de eventos. Em janeiro de 1898, é inaugurado o Velo Club que passa a promover grandes festas esportivas com corridas de bicicleta, velocípede e a pé. No pavilhão do clube, construído onde hoje está o Teatro Francisco Nunes, o público acompanha os eventos com apostas e torcida. São realizadas, ainda, partidas de futebol e competições de natação nas lagoas. Em 1908, um grupo de adolescentes funda, no parque, o Clube Atlético Mineiro. 


Na década de 20, são instalados o gradil de ferro, o Coreto, a Estação dos Bondes (atual Mercado das Flores), a quadra de tênis e a pista de patinação. Do outro lado da avenida Afonso Pena, o Bar do Ponto torna-se a principal referência do centro da cidade e, com a proximidade da Estação de Bondes, tem sua área de influência ampliada para o interior do Parque. A região é ponto de encontro de Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava e Emílio Moura. 


Na década de 30, o parque perde mais uma grande parte de sua área, agora para as construções do Palácio das Artes, Teatro Francisco Nunes, prolongamento da rua Pernambuco (atual Alamenda Ezequiel Dias) e Cidade Universitária (nesta área encontra-se hoje, dentre outros, a Fundação Hemominas, o Hospital da Previdência e o Hospital Semper). 


Na década de 40, o movimento modernista invade a cidade. No Parque Municipal, as grades de ferro são retiradas e uma série de eventos são realizados: piano ao ar livre, jogos de futebol, peteca, tênis e, principalmente, natação e remo. Intelectuais como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pelegrino fazem do parque seu ponto de encontro. Em 1946, após a dissolução do Instituto de Belas Artes, o artista Alberto da Veiga Guignard transfere seu curso para o Parque Municipal. Em 1949, é inaugurado o Teatro Francisco Nunes. 


Na década de 50, o prefeito Américo Renné Giannetti realiza a primeira grande obra de reforma do parque com tratamento da água, recuperação dos jardins, asfaltamento das alamedas, implantação de uma fonte luminosa e uma "Concha Acústica" para apresentação de concertos ao ar livre. Nessa época, o local recebe o nome de Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em homenagem ao prefeito, que falece em 1954. 


Entre os anos 60 e 70, são inaugurados o Orquidário Municipal e o Palácio das Artes, e substituída a iluminação de lâmpadas incandescentes por de mercúrio. Em 1975, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) realiza o tombamento de todo o conjunto paisagístico e arquitetônico do parque, por meio do Decreto n°17.086/75 que proíbe novas construções no local. Em 1977, as grades de ferro voltam a contornar o parque. 


Em 1992, realiza-se a segunda grande obra de reforma do parque, com plantio de novas espécies arbóreas, implantação de sistema de irrigação, repavimentação das alamedas, instalação de novos portões de entrada e aparelhos de ginástica, além da construção de uma pista de caminhada com aproximadamente dois mil metros. 


Em janeiro de 2005, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti passa a ser administrado pela Fundação de Parques Municipais. Vinculada à Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, a FPM foi criada pela Prefeitura de Belo Horizonte com a finalidade de administrar e manter os parques da cidade. 


Em 2006, são realizadas obras para adequação dos espaços à acessibilidade universal, reforma da pista de caminhada e dos banheiros, e pintura do gradil externo e edificações existentes. Diversos canteiros são revitalizados, com plantio de mais de 160 mil mudas, e um projeto de controle de pragas é implantado. Cerca de 180 eventos são promovidos para um público de mais de 150 mil pessoas. 


Em 2007, a Fundação de Parques Municipais realiza a transposição das águas da nascente localizada na área da Fundação Hemominas para o parque, e inaugurou em 9 de julho, a construção da Cascatinha na Lagoa do Quiosque. A mina, que integrava a área do Parque Municipal no projeto original de Aarão Reis, teve sua água canalizada para o Ribeirão Arrudas. 


Em 2008, foi inaugurada a segunda Cascatinha, no dia 5 de junho. As Cascatinhas complementam o trabalho de transposição das águas da nascente e conduz o volume captado para a Lagoa do Quiosque e dos Marrecos. A água alimenta as três lagoas do parque melhorando a qualidade ambiental destes espaços.


Em 2009, as margens da Lagoa dos Barcos e seus canteiros foram recuperados e telas protetoras foram instaladas ao seu redor. 7 mil metros quadrados foram revitalizados, com plantio de novas mudas, substituição de plantas, poda de gramado, limpeza da vegetação existente, colocação de lixeiras, pintura dos bancos, recuperação da calçada Portuguesa e dos cordões dos canteiros. Também foram plantadas 20 mil mudas.


Nesse mesmo ano, houve também a reinauguração do brinquedo Castelão e a inauguração da quarta cascatinha do Parque, ao pé de uma árvore “Fícus”, na Praça dos Caminhantes.


Em 2010, o Parque ganhou mais uma cascata, a quinta, batizada com o nome Cascata dos Barcos. Junto com sua construção, seu entorno recebeu novo paisagismo. Em uma área de 3.100 m² foram plantadas, além de grama, diversas espécies de flores, como bromélias, azaléias, lírios-do-brejo, latânias, camarás, entre outras.


Em 2012, o Coreto foi reformado por meio de uma compensação ambiental do Shopping Cidade. Além da substituição total dos gramados, foram plantadas aproximadamente 18 mil mudas.


Em dezembro, a Lagoa do Quiosque recebeu um mascote de nome “Biroska”, personagem do livro “Biroska quer fugir de casa”, da escritora Edna Souza. Também foi inaugurado o chafariz do Bebedouro dos Burros.


Em 2013 foi demolido o Colégio IMACO e no local esta sendo construído o Espaço Multiuso, que será um equipamento cultural que receberá espetáculos musicais, teatrais e exposições.


Bibliografia: COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. Parque Municipal: crônica de um século. Belo Horizonte: CVRD, 1992.
 

pdf vd redux 51x71.png Download do Livro  "Parque Municipal: crônica de um século" - Parte I
pdf vd redux 51x71.png Download do Livro  "Parque Municipal: crônica de um século" - Parte II
Turismo e Lazer

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O Parque abriga diversos monumentos que fazem pare não somente de sua história, como também guardam lembranças de Belo Horizonte e memórias do país. Dentre os monumentos, destacam-se a Ponte Rústica e a dos Namorados, Ponte Seca, Fonte da Lagoa dos Barcos, Bebedouro dos Burros, Escadaria do Belvedere, Mãe Mineira e Coreto.


Construída em estilo francês, a Ilha dos Amores localiza-se na Lagoa dos Barcos e possui uma ponte em estilo romântico, com estrutura em arco de madeira. A ilha abriga a estátua de Anita Garibaldi, heroína brasileira nascida em Santa Catarina em 1821. Em 1839, uniu-se a Giuseppe Garibaldi, chefe militar de origem italiana, e combateu na Revolução Farroupilha. Participou de combates no Brasil e na Itália, destacando-se por sua dedicação e bravura quando o papel social das mulheres ainda era limitado à vida doméstica.


Esportes

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti oferece diversas opções de lazer ao cidadão. Sua estrutura conta com:


- Equipamentos de ginástica;

- Pista de caminhada

- Quadra de tênis 

- Quadra poliesportiva (O uso das quadras é de acordo com agendamento, informações 32774422);

- Brinquedos e parquinho infantil.


Cultura


Dentro do Parque funciona o teatro Francisco Nunes, sob a administração da Fundação Municipal de Cultura. O teatro recebe espetáculos de renome nacional e internacional, além de festivais e eventos corporativos.


Lazer


O Parque oferece diversas opções de lazer gratuito ou tarifado. Veja abaixo.

Gratuitos

- Play ground:

- Escorregadores, Castelão;

- Orquidário (para apreciação). Espaço administrado pela Sociedade Orquidófila. Para visitas entrar em contato pelo email sobh@sociedadeorquidofila.org

 


Tarifados


- Brinquedos Eletrônicos;

- Carrossel, roda gigante, minhocão, rotor, pula pula e outros.

- Trenzinho, Barcos a remo;

- Animais de montaria (Burrinhos e cavalos).
 

 

Obs: Os equipamentos de lazer tarifados são terceirizados e o horário de funcionamento é de responsabilidade do permissionário.

 

Flora e Fauna

Flora


O Parque abriga aproximadamente 300 espécies de árvores de todos os biomas brasileiros e de várias partes do mundo, como figueiras, ipês, eritrinas, jaqueiras, cipreste calvo, guapuruvus, pau mulato, pau rei e sapucaias, além de 330 espécies ornamentais como agapantos, lírios, ixórias, azaléias, moréias, marantas e bromélias.


Fauna


O Parque Municipal é um refúgio para a fauna silvestre, que ali é composta por mais de 70 espécies de vertebrados – mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes. 


O visitante poderá observar animais como bem- te-vis, sabiás, garças, periquitos, gambás de orelha branca e o mico-estrela, animal símbolo de Belo Horizonte. 


Há centenas de invertebrados dentre os lepidópteros, com 100 espécies de borboletas e mariposas, e outros insetos como abelhas e formigas que ajudam a manter o equilíbrio do meio ambiente.

 
Recursos Hídricos

Os recursos hídricos que encontramos no Parque Municipal promovem um ambiente de tranquilidade bem no centro de Belo Horizonte. O lugar é cortado pelo Acaba Mundo, que deságua no Ribeirão Arrudas, e que foi transformado em galeria pluvial.


O Parque possui:


- 3 lagoas (Lagoa dos Barcos, Lagoa dos Marrecos e Lagoa do Quiosque);
- 3 cascatas abastecidas por nascentes naturais;
- 2 laguinhos artificiais que aclimatam o viveiro de plantas medicinais e o Jardim de Borboletas;
- 2 bebedouros históricos ornamentais (Bebedouro da Jaqueira e Bebedouro dos Burros);
- 10 Bebedouros públicos (com água tratada potável COPASA).


A mais importante das nascentes encontra–se no terreno do Hemominas, antiga área do Parque, e é canalizada sob a Alameda Ezequiel Dias.


Há dois poços artesianos que abastecem o Chafariz do Bebedouro dos Burros e auxiliam as cascatas e lagoas.

 
Programas e Projetos

Pesquisas de levantamento e atualização dos conhecimentos sobre o ecossistema, história, uso e outros aspectos relacionados ao local são realizadas em parceiras entre a equipe técnica do Parque com instituições científicas e educativas, a fim de promover um maior entendimento, valorização e manejo adequado dos recursos e dos seres vivos desta área verde tão importante para a cidade.


O desenvolvimento de projetos no Parque é regulamentado pela Portaria de Pesquisa Científica da FPM N° 003/2005. Mais informações pelo email: dpac@pbh.gov.br 


Portaria FPM Nº 003/2005

Manejo Ambiental

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti desenvolve ações de acompanhamento da flora, fauna e recursos hídricos que subsidiam as ações de manejo.


O Paisagismo do parque prioriza espécies propícias para a manutenção e ampliação dos nichos ecológicos existentes, sem desconsiderar a característica contemplativa e de lazer do lugar.


Para a manutenção das boas condições fito-sanitárias arbóreas é desenvolvido o Controle de Pragas, mantendo a população de cupins, formigas e outros insetos no limiar que não coloque em risco a flora e as relações ecológicas estabelecidas. 


Constantemente é realizada adubação dos canteiros para enriquecimento do solo e fortalecimento da vegetação. E periodicamente são realizadas podas corretivas e preventivas nas árvores, além de novos plantios de espécies importantes ao ambiente. 


Foi implantado um “Jardim das Borboletas” para o cultivo de plantas que atraem e fornecem alimento a todas as fases da vida das borboletas e mariposas. É um espaço aberto, diferente de um borboletário, que proporciona o enriquecimento ambiental, favorecendo a conservação das espécies e o equilíbrio ecológico.


O abandono e maus tratos de animais são considerados crimes ambientais de acordo com a Lei ambiental Federal 9605/1998. Portanto, os cidadãos são orientados sobre a posse responsável de animais domésticos e há parceria com a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, ONGs de Proteção Animal e Promotoria do Meio Ambiente para ações de proteção e encaminhamento dos animais abandonados no Parque, prática infelizmente ainda frequente na cidade. 


É também vedado o acesso de animais domésticos sem guia, pois colocam em risco a integridade e saúde dos animais silvestres, dos funcionários e do público do Parque.


As águas nascentes que deságuam nas lagoas e auxiliam na irrigação dos jardins, bem como a água tratada fornecida pela COPASA, são monitoradas visando o melhor aproveitamento, economia e conservação dos recursos hídricos.

Visita virtual

Não pode vir ao Parque Municipal Américo Renné Giannetti ? Não tem problema. Você também pode conhecer este espaço de forma virtual, no Portal Minas Gerais. Confira!

 

*Material cedido pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais