Fotos: Suziane Brugnara - FPMZB/PBH - Veja mais
Observar Belo Horizonte do alto e ver como ela se relaciona com a natureza ao seu redor é uma das propostas do Mirante do Mangabeiras. O local é um dos pontos mais elevados da capital com, aproximadamente, 1.170 metros de altitude. Mas, não é apenas o fato de oferecer uma vista privilegiada que o torna um dos cartões postais da cidade e um dos espaços mais procurados para se admirar o pôr-do-sol. Após várias revitalizações e melhorias, o Mirante do Mangabeiras também atrai o olhar dos visitantes para si próprio devido a sua beleza cenográfica enriquecida pelo projeto paisagístico planejado do local, que oferece conforto sem roubar o protagonismo do “belo horizonte” a perder de vista que encanta os apreciadores de paisagens.
Uma área de preservação ambiental com aproximadamente 35.000 m², o Mirante do Mangabeiras foi incorporado ao Parque das Mangabeiras - Maurício Campos, que é responsável por sua administração.
O local possui luneta para observação terrestre e dois deques de madeira, medindo cada um cerca de 125 m², garantindo espaço para práticas como piquenique, yoga, relaxamento e até brincadeiras com as crianças.
Possui, ainda, banheiros adaptados a pessoas com deficiência (PcDs), bebedouros, portaria com porteiro 24h, além de uma rampa que possibilita o acesso ao primeiro deque e à praça principal com bancos, passeio, jardim e vagas de estacionamento para os visitantes que possuem mobilidade reduzida.
Espaço com acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Aceita pets. Saiba mais.
Horário de funcionamento: consulte aqui
Localização: Rua Pedro José Pardo, 1.000 - Bairro Mangabeiras
Informações: 3277-8277 (temporariamente indisponível) e mangaba@pbh.gov.br
Entrada gratuita
Não é permitida a entrada de veículos no interior do Mirante. Pode ser autorizado o acesso de veículo devidamente identificado para pessoas com deficiência ou com dificuldade de locomoção.
- Cultura mineira e paisagismo inspirado em Burle Marx
Fotos: Suziane Brugnara - FPMZB/PBH.
Para apreciadores de uma arte mais reflexiva, o Mirante do Mangabeiras conta com duas estruturas em aço de autoria de Ricardo Carvão, intituladas pelo artista mineiro como “Monumento à visão”. Em formato de olhos, elas são um convite à imersão no cenário que mistura elementos da natureza e do urbanismo.
Ainda com a proposta de privilegiar o olhar sobre a cidade, no final de 2018, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) instalou no Mirante do Mangabeiras luneta para observação terrestre. O equipamento é resistente à água, ao vento, ao sol e às adversidades causadas pelo clima, além de possuir lentes antirreflexivas com foco pré-ajustado, dispensando qualquer intervenção por parte do observador. O uso do equipamento é gratuito.
O paisagismo, revitalizado pela equipe da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) e sob o planejamento e supervisão da paisagista Laura Mourão, é inspirado no Projeto de Roberto Burle Marx e conta com diferentes espécies ornamentais como alpíneas-vermelhas, estrelítzias, bromélias, abélias e moreias. Além de resistentes ao vento, sol e frio da região, essas são plantas que florescem e enfeitam o espaço. No canteiro central, as árvores originais (flamboyants, pinheiros e palmeiras) foram preservadas, sendo o jardim criado no entorno dessas espécies. Constantemente são feitas revitalizações no paisagismo do local, recuperando e ampliando as espécies ornamentais para que o cenário continue sendo de beleza e harmonia para o visitante.
- História
O Mirante do Mangabeiras surgiu sem a proposta de ser um ponto turístico. Localizado na praça Ephigenio de Salles, numa área obtida pelo jornalista Acílio Lara Resende, em regime de comodato com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Belo Horizonte (Codeurb), que pertencia ao Estado, dona do terreno, o espaço era apenas uma rua sem saída, onde, em 1976, foi implantada a Rádio Jornal do Brasil, a primeira emissora FM, ou seja, com frequência modulada, de Belo Horizonte. O prédio da rádio foi edificado pela Construtora Walter Coscarelli. O responsável técnico pelas instalações da emissora foi o engenheiro português Carlos Barradas. O engenheiro responsável aqui, a partir do seu funcionamento, era também português e se chamava Eduardo Matos Corrêa. Ao lado do prédio da Rádio, foi instalada, ainda, uma estação de meteorologia, que ficou também bastante conhecida. A “pracinha” do Mirante (assim era chamada) foi feita por Acílio Lara Resende, mas sob a orientação de Achiles Paz, já falecido, que, sentado ao lado do tratorista, ia dando as coordenadas.
Aos poucos funcionários da emissora encantados com a vista foram apresentando o local aos parentes e amigos, e o espaço foi reconhecido como atração turística da cidade. Durante muito tempo, o Mirante foi chamado de “Alto das Mangabeiras”. Depois, “Mirante do Mangabeiras”.
No começo da década de 80, o Grupo JB criou a Rádio Cidade, dedicada ao público jovem, e, apesar do grande sucesso, a Rádio Jornal do Brasil de Belo Horizonte transformou-se em Rádio Cidade. Por este motivo, o Mirante também ficou conhecido por Praça Rádio Jornal do Brasil e Mirante da Rádio Cidade.
Em 1991 foi realizada uma licitação entre nove grupos de arquitetos. O projeto selecionado tinha como proposta oferecer aos visitantes “uma perfeita contemplação da cidade”. O projeto faria referências a atrativos turísticos da cidade e estava previsto para três etapas: a recuperação da praça existente (Praça Rádio Jornal do Brasil), construção de uma lanchonete e construção de uma segunda praça, atrás da Rádio Cidade, que terminaria com um deck.
A primeira reforma do Mirante ocorreu em junho de 1994, onde a prefeitura reconstruiu os pisos, passeios, instalou lixeiras e colocou revestimentos de cerâmica nos balcões de proteção. A reforma foi realizada pela empreiteira Itamaracá, vencedora do processo de licitação.
Em 2006, o prédio da emissora foi demolido.
Em 2012, a Fundação de Parques Municipais passou a administrar este espaço e promoveu sua requalificação, reabrindo-o no dia 20 de outubro.