A Feira de Artes, Artesanato e Produtores e Variedades de Belo Horizonte, popularmente conhecida como Feira da Afonso Pena ou Feira Hippie, que representa um ícone da economia e da cultura belo-horizontina, completa 50 anos em 2023 de reconhecimento formal. Oficializada pela Prefeitura de Belo Horizonte em 26 de outubro de 1973, a feira surgiu espontaneamente na Praça da Liberdade em 1969, e acontecia aos domingos e quintas-feiras. À época, era conhecida como Feira Hippie e contava com aproximadamente 465 expositores.
Em 1991, a feira foi transferida da Praça da Liberdade para a Avenida Afonso Pena, entre a Rua da Bahia e a Rua dos Guajajaras, por meio do Decreto 6.762, art. 3º, de 31/01/91. Com a transferência também foram agregados expositores das feiras da Praça Raul Soares, da Rua Gonçalves Dias e da Praça Rui Barbosa, que foram extintas. A nova feira da Av. Afonso Pena, herdou da antiga feira da Praça da Liberdade, o carinhoso apelido de Feira Hippie.
Com a capacidade de congregar em um mesmo espaço atividades econômicas e culturais muito diferentes, ela atrai um público diverso e expressivo. A feira faz parte da dinâmica da cidade, mantendo o centro vivo aos domingos e permitindo o uso do espaço público de maneira intensa. Além disso, a Feira Hippie é reconhecida como referência turística da capital, sendo também espaço de manifestações artísticas e culturais.
“Nestes mais de 50 anos de história, a Feira Hippie se tornou um dos principais atrativos turísticos de Belo Horizonte, com privilegiada localização no Hipercentro da capital. Tradicional entre os belo-horizontinos, a feira também encanta os turistas que visitam a cidade, oferecendo inúmeras opções de artesanato, itens de decoração, utensílios domésticos, além da melhor gastronomia do Brasil. Que esse icônico espaço siga valorizando a produção criativa local, gerando emprego e renda para a cidade”, comenta Gilberto Castro, presidente da Belotur.
Em 2020, um layout de emergência foi implantado em decorrência da situação da pandemia, atendendo a protocolos sanitários. Como parte das iniciativas do Centro de Todo Mundo, a partir do dia 21 de maio de 2023, a feira recebeu a implantação do novo layout que foi fruto de um longo processo de discussão com representantes dos feirantes e a escuta da comunidade da feira para apropriar as melhorias do layout emergencial e adequar as demandas de quem vive a feira. Atualmente, a feira é dividida em 15 setores, incluindo áreas de alimentação e ocupa uma área de aproximadamente 45 mil m². Possui cerca de 1.600 expositores e recebe, em média, 60 mil visitantes a cada domingo.
Segundo Gustavo Resgala Silva, Gerente da Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte, vinculado à Secretaria Municipal de Política Urbana, “Nesse processo, ouvimos frequentadores, feirantes, prestadores de serviços e pessoas que trabalham na operação da feira. Das alterações de maior destaque, tem-se a criação de um setor de alimentação na extremidade da Feira próxima à interseção com a Avenida Carandaí. Configura-se assim o retorno do setor ao local onde tradicionalmente já contava com barracas de alimentação, e prevendo uma melhor distribuição da oferta de alimentação na Feira.”
As barracas foram posicionadas duas a duas, com espaçamento padrão entre as duplas de 1,80 (sem contar o beiral da barraca) e, quando em barracas dos setores de apoio/alimentação, o espaçamento é de 2 metros. A nova formulação da feira impacta diretamente na percepção de segurança da Feira. A configuração espacial impacta diretamente na funcionalidade e na sensação de segurança e violência urbana, atualmente, diversos feirantes e frequentadores reconhecem os benefícios do novo layout.
A nova configuração possibilitou que a forma de atuação da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) também ganhasse um novo formato. O objetivo foi solucionar os problemas apontados pela coordenação e pelos feirantes e, ao mesmo tempo, garantir mais conforto e sensação de segurança para o público que frequenta o espaço. Para isso, a equipe de guardas municipais que atua na Operação Centro + Seguro, que teve início como uma das medidas do Programa de Requalificação do Centro, passou a agir de forma a reverter as situações que mais motivaram queixas.
O tráfego irregular de carros em áreas reservadas foi coibido pela presença de mais agentes de trânsito e os furtos e roubos praticados contra feirantes e frequentadores também deixaram de motivar reclamações, já que a sensação de segurança aumentou com o aumento do efetivo, com mais guardas municipais circulando a pé e em bicicletas por toda a extensão da feira. A atuação dos agentes, feita em parceria com as equipes da Fiscalização, na verificação do uso de caixas de som no local, por sua vez, resultou em menos barulho, deixando o ambiente ainda mais agradável.
Atualmente, as reuniões entre representantes da Guarda Municipal, feirantes e comerciantes continuam sendo realizadas, para permitir o alinhamento de estratégias e correções pontuais que surgem no cotidiano. A Unidade de Segurança Preventiva (USP) da Guarda Municipal, que fica na Praça Sete, serve de ponto de referência, tanto para feirantes, quanto para o público, quando há necessidade de apoio para resolver situações eventuais, com agilidade.
Após a implementação do novo layout, que dotou a feira de espaços amplos de circulação, melhorou o acesso às barracas e trouxe mais conforto à população, a Prefeitura tem efetivado ainda uma série de ações que buscam fortalecer a Feira como espaço de artesanato, cultura, artes e gastronomia. Entre essas ações, que fazem parte do projeto Centro de Todo Mundo, está:
- a intensificação do monitoramento na área da Feira,
- a disponibilização de um serviço específico para uso dos espaços de manifestações artísticas,
- a disponibilização do mapa georreferenciado da Feira com a localização das barracas,
- além da retomada da Rádio Feira, prevista para 2024
As manifestações culturais estão mais numerosas na Feira com artistas de rua alegrando o espaço com performances, teatro e música. Na área central, há um espaço específico que atua como um respiro aos frequentadores e onde pode haver apresentações das mais diversas.
A Feira se fortaleceu como espaço de encontro em que as alamedas entre as barracas são lugares de entretenimento, brincadeira infantil e passeio e as mesas e cadeiras, recentemente dispostas nos pontos de alimentação, se tornaram espaços de estar e troca.