A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, também chamada de COP30, é um importante marco e um ponto de inflexão decisivo nos esforços globais para combater a crise climática. Realizada em um momento crucial, onde os impactos das alterações do clima se tornam cada vez mais evidentes e severos, a COP30 representa a principal oportunidade para que líderes mundiais, negociadores, a sociedade civil e o setor privado se unam.
A partir da atuação da Secretaria de Meio Ambiente e de outros órgãos, a Prefeitura de Belo Horizonte desenvolve políticas pujantes de sustentabilidade e em torno da questão climática.
Alinhada ao debate de justiça climática, a PBH vem realizando diálogo direto junto às vilas e favelas, com plantios e promoção de ações conjuntas. Exemplo disso é a realização da COP das Quebradas – Unindo Vilas e Favelas por Justiça Social e Climática. Construído junto a coletivos, o evento discutiu, ao longo de dois dias, os efeitos desiguais da crise climática nesses territórios e a busca conjunta de soluções.
A política de enfrentamento às mudanças climáticas está em curso em Belo Horizonte desde 2006 e conta com vários instrumentos, estudos, projetos e ações em uma abrangência intersetorial e com capilaridade junto aos setores econômico, acadêmico e sociedade civil.
Tal atuação tem como finalidade a mitigação dos efeitos da crise climática, promovendo redução de emissão de gases de efeito estufa, adaptação, resiliência e redução de risco a desastres, bem como alinhamento aos princípios de promoção de justiça climática. Recentemente entrou em vigência a Lei Municipal 11.793/2024, que estabelece a Política Municipal de Enfrentamento às Emergências Climáticas, sendo, portanto, referencial pactuado para a governança, princípios e diretrizes.
Belo Horizonte possui um dos mais antigos monitoramentos, com Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa, iniciado em 2007 e atualizado anualmente, com produção de dados para subsídio a políticas públicas desde o ano 2000. Atualmente mantém uma série comparativa de dados em mesma base metodológica desde 2009.
O Plano de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE) elaborado em 2013, passou por sua primeira revisão em 2020, no qual foram estabelecidas 99 ações nos setores de energia, transporte e resíduos. De acordo com estimativas PREGEE, Belo Horizonte pode alcançar uma redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa já em 2030 e 41% em 2040, caso implementadas as ações pactuadas no plano nos prazos estabelecidos.
Além de colaborar para uma cidade saudável, limpa e com mais qualidade de vida, o belo-horizontino tem outra boa razão para embalar corretamente seu resíduo e colocá-lo no horário e local correto para a coleta: esta atitude reduz bastante as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, um dos grandes vilões do meio ambiente e causador do aquecimento global.
Isso porque, as cerca de 2.200 toneladas de resíduos sólidos urbanos coletadas diariamente pelos garis da SLU, tem como destino um aterro sanitário, contratado pela Prefeitura de Belo Horizonte, localizado em Sabará. Desde setembro de 2017, funciona no local uma unidade de aproveitamento energético do biogás, de propriedade da Asja Brasil, que evita a emissão atmosférica do gás metano, um poluidor potencialmente 25 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO2). Com a operação desta unidade já deixaram de ser emitidas cerca de 403 mil toneladas equivalentes de CO2 por ano. Para efeitos de comparação, este valor corresponde à emissão de CO2 de 192 mil automóveis no período.
A unidade de aproveitamento é composta por uma rede de tubos distribuída pelo aterro sanitário, constituída por um sistema de extração, controle, transporte, combustão e produção de energia elétrica a partir do biogás gerado pelo resíduo aterrado. A planta utiliza o biogás produzido pela fermentação anaeróbica dos resíduos como combustível para alimentar sete motores capazes de gerar aproximadamente 46.000 MWh de energia elétrica por ano. Se essa energia fosse gerada por uma usina termoelétrica seriam necessários aproximadamente 74 mil barris de petróleo.
Toda a energia elétrica renovável produzida pelo aproveitamento energético na unidade de biogás em Sabará é conectada à rede elétrica da Cemig e outras empresas e distribuída para o uso dos mais diversos consumidores. No último ano, a energia produzida foi capaz de abastecer cerca de 25 mil residências.
Além dos ganhos ambientais, a operação traz benefícios financeiros para Belo Horizonte, uma vez que parte da receita gerada pela venda da energia elétrica é revertida para a Prefeitura sob a forma de royalties.
Os gases gerados pelos resíduos que foram aterrados até o ano de 2007, na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da BR-040, também são ambientalmente tratados em uma unidade de tratamento de biogás, que teve sua operação iniciada em 2011. A estação processa e queima o gás metano produzido a partir da decomposição do resíduo aterrado nessa área.


Belo Horizonte conta o Estudo de Vulnerabilidade Climática desenvolvido em 2016, com projeção de cenário para o ano de 2030. Esse estudo é composto pela interação e análise de vulnerabilidade do território frente aos episódios de inundação, deslizamento, dengue e ondas de calor. O relatório está disponível no site da PBH e as áreas de maior vulnerabilidade também podem ser visualizadas no BHMap, portal da prefeitura com dados georreferenciados. Esse estudo é utilizado para o desenvolvimento de planos, ações e projetos com vistas a minimizar riscos climáticos e aumentar resiliência, possibilitando a definição de prioridades.
O Plano Local de Ação Climática de Belo Horizonte (PLAC-BH), publicado em novembro de 2022, apresenta 88 subações integradas aos conceitos de mitigação e adaptação climática, estabelecidas a partir de três eixos: Mais Vida, Menos Vulnerabilidade; Mais Vozes, Menos desigualdade; Mais Verde, Menos Emissões.
Em junho de 2025, foi concluído o estudo intitulado “Análise de áreas prioritárias para implementação de SbN em Belo Horizonte/MG”, em parceria com a WRI no âmbito do Cities4Forest. A iniciativa analisou dados de exposição e vulnerabilidades a alagamentos, inundações, deslizamentos de terra e ondas de calor. Foram produzidos mapas temáticos para as nove9 regiões de Belo Horizonte, com objetivo de serem referência e insumo para a tomada de decisão sobre intervenções de sustentabilidade, adaptação às mudanças climáticas e implementação de SbN. Os mapas de áreas prioritárias para implementação de SbN estão também disponíveis no BHMap.
Ainda relacionado ao enfrentamento às mudanças climáticas, foi recentemente concluído o Plano Municipal de Arborização Urbana de Belo Horizonte - PMAU (um dos primeiros do país), conforme estabelecido no PLAC, que consiste em referência para planejamento das ações de ampliação e manutenção da cobertura arbórea da cidade. A capital mineira possui a meta de 50 mil plantios de árvores para 2025. Por sua vez, as ações de Educação ambiental em escolas (Escola Verde) e em outros espaços representam uma atuação transversal.
Na perspectiva de resposta às ondas de calor, estão sendo implantados Refúgios Climáticos. Os equipamentos têm o objetivo de disponibilizar água potável para hidratação, hastes nebulizadoras/aspersoras ou outra estrutura para molhamento/refrescamento, conjuntamente com bancos para descanso em áreas sombreadas por arborização, com a proposta de ampliação de áreas permeáveis em uma perspectiva de integralizar com uma rede de conectividade de faixas gramadas, arborizadas e áreas verdes. São duas unidades-piloto implantadas no hipercentro, com previsão de expansão por todas as regionais nos próximos anos.
No que se refere à implantação de SbN, o município já possui mais de 32.000 m2 de sistemas agroflorestais implantados; um programa de implantação de jardins de chuva totalizando 65 unidades; Miniflorestas Urbanas, com mais de 30 unidades já em crescimento na capital mineira, além da existência de mais de 80 parques com previsão de ampliação de parques lineares em projetos de infraestrutura verde e azul.
De forma permanente, a SMMA ainda desenvolve programas diversos que contribuem decisivamente para a questão climática, como como a recuperação de nascentes (Renascente), o inventário de árvores, a implementação de estratégias urbanas de baixo carbono (LEDS) a produção de abelhas polinizadoras (PolinizaBH).