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#paratodosverem: A imagem mostra um grupo de crianças e adultos reunidos ao redor de uma mesa em uma sala de aula. As crianças estão envolvidas em uma atividade prática que envolve materiais recicláveis, como papelão, bandejas de ovos, plástico bolha e garrafas PET. Elas parecem estar construindo algo, possivelmente um projeto de robótica ou engenharia, pois há componentes eletrônicos na mesa. Um homem de jaleco e crachá, possivelmente um professor ou instrutor, está interagindo com as crianças, auxiliando
Silvia Lanna

Smed se destaca internacionalmente por práticas educativas

criado em - atualizado em

Práticas educacionais inovadoras da Secretaria Municipal de Educação (Smed) estão ganhando destaque internacional, com a recente participação de alunos(as) da Escola Municipal Francisca Alves em um experimento no Centro de Línguas, Linguagens, Inovação e Criatividade (Clic). Sob a liderança do educador Fábio Fialho Meneghesso, a atividade envolveu a construção de protótipos de rovers e destacou a integração de ciências, tecnologia e criatividade, o que levou Fábio a ser reconhecido com uma vaga no prestigiado programa da Space Foundation.


O Clic tem se consolidado cada vez mais como um espaço de aprendizagem criativa da Smed. As práticas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática), focadas em ciências e tecnologia, usando a temática espacial de maneira prática e criativa,  que são de responsabilidade do professor Fábio, vêm ganhando visibilidade, o que rendeu ao professor, recentemente, uma vaga no programa "International Teacher Liaison", da Space Foundation, um dos maiores reconhecimentos da área espacial internacional para educadores STEAM.


Na prática, os(as) alunos(as) foram desafiados(as) a construir protótipos de rovers, simulados por ovos, para pousar na Lua sem quebrar. O exercício, parte da abordagem STEAM, envolveu temas como gravidade, física, engenharia e programação, com o objetivo de estimular a criatividade e o trabalho em equipe. "O objetivo era trabalhar a física e a engenharia por trás da construção de um protótipo que resistisse à queda sem se danificar", explica Fábio.


Durante a atividade, os(as) alunos(as) experimentaram a sensação de explorar o espaço, tema que o professor conecta diretamente ao currículo escolar, proporcionando aos(às) estudantes uma experiência imersiva que vai além da teoria. Eles(as) não apenas aprenderam sobre os conceitos científicos, mas também tiveram que aplicar soluções criativas para resolver um problema prático, desenvolvendo protótipos mais leves e eficazes.


Após a prática, o professor propôs um questionamento: como reduzir o uso de materiais para agilizar o processo? Fábio compartilhou uma experiência que teve nos Estados Unidos, onde testou protótipos a partir de grandes alturas, em uma simulação de queda com a altura de um prédio de 30 andares. "Nos Estados Unidos, fizemos esse experimento de uma forma diferente, subindo na escada de um caminhão de bombeiros para simular uma queda de grande altura", contou. A comparação gerou espanto nos(as) estudantes, que ficaram surpresos(as) ao saber que o mesmo conceito era aplicado em testes reais, mas em uma escala muito maior.


Fábio Fialho Meneghesso coleciona diversos reconhecimentos por sua atuação inovadora no Clic, especialmente por seu trabalho com os laboratórios de ciências dentro da abordagem STEAM. Em fevereiro deste ano, ele foi selecionado para o "International Teacher Liaison", um programa da Space Foundation que conecta educadores ao universo da exploração espacial. O professor é um dos quatro brasileiros(as) escolhidos(as) em 2025 para representar o Brasil no programa, sendo o único de Minas Gerais, e se junta a quase 380 educadores(as) de elite de todo o mundo.


Este programa global, lançado em 2004, visa criar uma rede de educadores(as) que integram temas espaciais no currículo escolar. “Esse reconhecimento reforça nosso compromisso com a excelência na educação e nos motiva a seguir avançando”, afirmou Fábio, que se prepara para representar o Brasil e estreitar laços com a comunidade aeroespacial internacional.


O trabalho de Fábio também foi destaque em 2024, quando o laboratório de ciências do Clic foi listado entre as 10 melhores práticas STEAM do Brasil, segundo o Limitless Space Institute (LSI), dos Estados Unidos. O programa, que integra temas da área espacial, robótica e ciências, permite aos(às) alunos(as) vivenciarem a ciência de maneira criativa e investigativa por meio da metodologia “Aprendizagem Baseada em Problemas”. Além disso, ele garantiu a Fábio uma vaga no Programa Limitless Global Educator, que incluiu capacitações com astronautas, engenheiros(as) e biólogos(as) da NASA e outras instituições de renome de diferentes partes do mundo.


Tanto o Limitless Space Institute (LSI) quanto a Space Foudation são instituições que valorizam professores(as) STEAM e os(as) interconectam com projetos colaborando com outras organizações, como a NASA.


Com o apoio do Clic, Fábio implementou metodologias que vão além do ensino tradicional. Usando kits de robótica e materiais recicláveis, ele oferece aos(às) alunos(as) a oportunidade de construir seus próprios simuladores de exploração espacial. A prática também foi adaptada para professores(as). Em 2024 o Núcleo de Ciências (Nuci) do Clic organizou uma formação que abordou o tema com diversos(as) educadores(as), focada nessa forma de lecionar. O processo de criação envolve programação, construção de rovers e simulação de ambientes espaciais, como o uso de energia solar para alimentar os protótipos, ao invés de pilhas.


Simon Luiz, aluno da EM Francisca Alves, conta como os simuladores foram aprimorados para enfrentar diferentes terrenos, como se estivessem sendo preparados para uma missão real. “Usamos papelão e motores para criar um rover que conseguisse andar em terrenos elevados. A ideia era simular como ele poderia ser enviado à Lua”, diz Simon, destacando a importância do aprendizado prático para entender conceitos científicos.


Segundo Simon, as atividades não só aproximam os(as) estudantes das áreas STEAM, mas também favorecem o trabalho em equipe e a compreensão dos conteúdos da disciplina de ciências de forma mais acessível, dinâmica e conectada a outras áreas do saber. "Aprendemos de forma prática e menos complexa, o que facilita a compreensão dos conceitos. Além disso, melhora a sincronização e a colaboração no grupo", conclui.


O trabalho de Fábio, portanto, não só vem chamando a atenção de importantes organizações científicas e educacionais no mundo, mas também tem gerado resultados concretos no desenvolvimento do ensino de Ciências em Belo Horizonte. Ao integrar a tecnologia, a robótica e a temática espacial de maneira criativa, Fábio está moldando o futuro da educação em Minas Gerais e preparando os(as) estudantes para explorar os desafios do mundo moderno com inovação e espírito de colaboração.