Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) celebra a Semana do Migrante e do Refugiado (Lei nº 14.678/2023), em que se destaca o trabalho transformador do Núcleo de Políticas Educacionais para Estudantes em Situação de Migração (Nupem). Criado em 2024 pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), o núcleo é uma resposta à necessidade de garantir que cada estudante migrante e refugiado(a) encontre, na Rede Municipal de Educação, um ambiente de respeito, segurança e muitas oportunidades de aprendizado, auxiliando-os(as) nos desafios enfrentados dentro das escolas.

Um dos momentos mais marcantes aconteceu na última quarta-feira (25), no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), quando a Prefeitura realizou o Dia do Migrante e do Refugiado. Em uma roda de conversa organizada pela Diretoria de Políticas para População em Situação de Rua, Migrantes e Refugiados (DPOP) e seus(suas) parceiros(as), com destaque para o Nupem, crianças da Rede Municipal de Educação foram convidadas a um diálogo. 

Após a leitura do livro “O Muro no Meio do Livro”, elas tiveram a chance de expressar seus sentimentos e percepções desenhando em um papel a "escola ideal" e a "escola não ideal", além de comentarem sobre a temática proposta. A atividade, que contou com o apoio do Projeto "Leer", da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), parceiro do Nupem em diversas ações, deu voz a esses(as) estudantes.

Para fortalecer e padronizar essas boas práticas em toda a rede, o Nupem está prestes a lançar o Guia para Acolhimento aos(às) Estudantes Migrantes nas Escolas. O documento será apresentado em uma reunião na próxima segunda-feira (30), para as referências regionais do Ensino Fundamental, profissionais responsáveis pela garantia dessas políticas nas escolas. O guia é uma ferramenta prática e sensível, criada para orientar as escolas a acolherem seus(suas) novos(as) alunos(as) com todo cuidado.

Referência que ultrapassa fronteiras

O trabalho do Núcleo de Políticas Educacionais para Estudantes em Situação de Migração vai além de ações pontuais. Ele é responsável por mapear a presença dos(as) estudantes migrantes e refugiados(as); orientar professores(as) e gestores(as) sobre como valorizar a cultura e a língua de origem dos(as) alunos(as) e fornecer materiais de apoio pedagógico para facilitar a inclusão em sala de aula, com o intuito de promover um ambiente escolar que respeite a diversidade e as especificidades desse público.

Essa abordagem estruturada e centrada nas pessoas tem chamado a atenção internacionalmente. O Nupem já foi procurado por instituições de prestígio, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e a Universidade de Hamburgo, na Alemanha, que buscam conhecer a política de acolhimento de Belo Horizonte. É a prova de que o cuidado e o respeito semeados em nossas escolas estão florescendo e se tornando um modelo para o mundo.