Durante o mês de maio, motivada pela campanha Maio Laranja, que busca dar visibilidade ao enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes, escolas da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte (RME-BH) promoveram intervenções para esclarecer os(as) estudantes e suas famílias. Com diversas atividades, a campanha mobilizou diversas comunidades escolares do município.

Escola Municipal Alcida Torres

A Escola Municipal Professora Alcida Torres (Empat) proporcionou um momento de conversa, escuta, acolhimento e aprendizado, plantando sementes importantes para os(as) alunos(as) da Educação Infantil. Nas rodas de conversa, foi discutido, com muito carinho e linguagem apropriada, sobre cuidados com o próprio corpo. A equipe pedagógica expôs o tema de um forma lúdica, comparando o corpo a um baú de tesouros, valioso, único e merecedor de cuidados. Assim, foi reforçada a ideia de que existem partes íntimas do corpo que não devem ser tocadas sem permissão.

As crianças também produziram um cartaz, expressando, com desenhos e cores, o que aprenderam sobre respeito, proteção e cuidado com o corpo. A equipe da biblioteca também preparou um painel interativo com o semáforo das partes do corpo que poderiam ou não ser tocadas. Cely Graciosa, coordenadora pedagógica da Educação Infantil, comentou sobre a importância de trabalhar esse tópico com delicadeza: “Refletir sobre esse tema tão sensível é muito importante para a conscientização e proteção de nossas crianças e adolescentes. Trabalhar de forma lúdica e com linguagem acessível permitiu que as crianças compreendessem a importância de se cuidarem e relatarem situações de constrangimento que por ventura vierem a passar. Elas se envolveram de forma leve e demonstraram ter se apropriado da mensagem.”

Crianças aprendem sobre o Maio Laranja
 

Foto: Acervo Empat
#paratodosverem: a imagem mostra painel interativo. Nele, há um semáforo vertical com três círculos: vermelho, com a legenda "proibido"; amarelo, com "atenção"; e verde, com "pode". Ao lado, há dois bonecos, representando uma menina e um menino, que possuem quadrados pretos em várias partes do corpo, onde serão colados os círculos coloridos que estão em uma cartela próxima.

Escola Municipal Professor Daniel Alvarenga

A campanha Maio Laranja também influenciou a Escola Municipal Professor Daniel Alvarenga (EMPDA), que criou um projeto para os(as) estudantes participantes do Programa Escola Integrada (PEI) dos turnos da manhã e da tarde, na faixa etária de 6 a 14 anos. Ao usar uma linguagem simplificada e acessível, a equipe de educadores(as) explicou para os(as) alunos(as) o que é abuso e o que fazer caso se sintam ameaçados(as).

Ao longo do mês, foram promovidas rodas de conversa, e, no dia 22 de maio, a bibliotecária da escola fez uma contação de história do livro “Bailarinas também choram”, de Thanise Stein Narciso e Jéssica Batista Minho, com ilustrações de Leonardo Freitas.

No dia 23 do mês, a profissional de apoio à coordenação do PEI, Adriana Zulmira, ministrou uma palestra para todos(as) os(as) estudantes sobre a importância da conscientização, para criar uma cultura de respeito pelos direitos de crianças e adolescentes, bem como ensinar sobre limites corporais, toques seguros e inseguros, incentivando, desse modo, a comunicação aberta e confiante entre eles(as) e pessoas adultas. Ao fim, as crianças receberam uma cartilha com atividades sobre a temática.

Ivoneide Gomes Pires, coordenadora do Programa Escola Integrada, disse que o projeto é de extrema importância para que as crianças não se calem nas situações abordadas. “Esse é um assunto que deve ser trabalhado desde sempre na família e precisa ser abordado diariamente na escola, pois criança orientada não fica calada! Foi muito bom o desenvolvimento desse projeto”, comentou.

Estudantes em atividades relacionadas ao Maio Laranja
 

Foto: Acervo EMPDA
#paratodosverem: na imagem, uma palestra ocorre em um ginásio escolar. No centro da cena, uma mulher em pé segura um microfone e fala para um grupo de crianças e adolescentes uniformizados(as) sentados(as) no chão. Ao fundo, é possível ver a estrutura do ginásio, constituída de grades através das quais se veem árvores e outras plantas do lado de fora.
 

Emei Pacajá

Para a campanha de Maio Laranja, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Pacajá também efetuou uma intervenção pedagógica de conscientização no espaço escolar. Dentre as atividades, a equipe escolar espalhou cartazes na escola e trabalhou com as crianças, de forma lúdica, em sala de aula, abordando os cuidados com o corpo para educá-las sobre como se protegerem contra o abuso sexual infantil. 

A coordenadora da Emei Pacajá, Ilva Figueiredo, disse que o resultado foi satisfatório. “As famílias nos deram um retorno muito positivo, e a mensagem sobre o Maio Laranja foi repassada com sucesso. A proposta de levar a temática para a festa veio do grupo de professores junto à coordenação e direção, que abraçaram a ideia de trabalhar o Maio Laranja com todos os recursos possíveis, para que a campanha obtivesse um bom resultado”, contou.

Ao longo do mês, professores(as) trabalharam atividades em sala e enviaram outras para casa, como contações de histórias, músicas, rodas de conversas, atividades do semáforo do corpo, entre outras atividades que proporcionaram o sucesso da intervenção. Com as atividades temáticas, todas as crianças aprenderam que no corpo há partes que não podem ser tocadas. Além disso, foi feito um acompanhamento de escuta e orientação. Dentre os materiais, a música “Carinho não pode ser segredo” foi tocada em sala de aula, para conscientizar e instruir os(as) estudantes.

A conscientização contra o abuso infantil ainda foi tema da Festa da Família da Emei Pacajá. No Parque Municipal Renato Azeredo, a coordenadora falou um pouco com as famílias sobre a campanha, e todas as crianças da Emei apresentaram a música novamente, segurando uma flor de papel da campanha do Maio Laranja que produziram na escola.

A conscientização ajuda a sociedade a identificar sinais de abuso, como mudanças de comportamento, isolamento ou expressões de medo e desconforto, facilitando, assim, a denúncia de casos suspeitos por meio dos canais oficiais, como o Disque 100. 
 

Crianças cantam música de conscientização sobre o cuidado com o corpo
 

Foto: Acervo Emei Pacajá
#paratodosverem: crianças e pessoas adultas estão em um evento ao ar livre. As crianças estão reunidas no centro, muitas segurando flores amarelas, enquanto as outras pessoas formam um círculo ao redor, demonstrando apoio.