No mês de maio, é realizada a campanha de conscientização contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, o Maio Laranja. Em Belo Horizonte, diversas escolas desenvolveram projetos e atividades a fim de trabalhar o tema nas salas de aula. Confira, a seguir, algumas das escolas que realizaram ações relacionadas à temática.

Centro Comunitário de Educação Lagoinha

O Centro Comunitário de Educação Lagoinha, na Regional Venda Nova, realizou a leitura do livro “Não me toca, seu boboca” e atividades como o “Semáforo do Toque” e outras propostas de arte, com o intuito de dar voz à infância e fortalecer sua autonomia, sem causar medo e insegurança.

De acordo com Aline Rocha Cavalcanti de Albuquerque, coordenadora pedagógica da instituição, “Ao tratar o tema de forma lúdica e sensível, ajudamos as crianças a reconhecerem seus sentimentos, a valorizarem seus corpos e a compreenderem que existem limites que precisam ser respeitados”. Ainda, segundo a coordenadora, a ação se mostra como um passo importante para as crianças, na medida em que ajuda na construção de uma autoestima saudável e de relações pautadas pelo respeito e pelo afeto. 

Emei Sarandi

A Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Sarandi, na Regional Pampulha, também promoveu um trabalho de conscientização sobre o Maio Laranja. A iniciativa foi realizada pela equipe do projeto Psicólogos(as) e Assistentes Sociais na Educação (PAS) da Emei.

As atividades, desenvolvidas por Alana Nascimento Camargos, psicóloga, e Cybelle Aparecida Dutra, assistente social, foram o “Semáforo do Corpo”, com turmas de 3 a 5 anos, promovendo questionamentos junto às crianças e sugestões para cuidados com o próprio corpo e com o toque de outras pessoas. Também foram estruturados murais sobre o tema, além da promoção do “Encontro de Pais e Mestres”, com a presença das conselheiras tutelares da Regional Pampulha.

A aluna Alice, de 5 anos, comentou sobre os aprendizados adquiridos durante o projeto: "A gente não pode deixar nenhum estranho tocar no nosso corpo, porque talvez possa nos machucar ou levar para um lugar que não conhecemos. Outra coisa: a gente adora doces, mas se não conhece a pessoa, ela pode nos 'trolar' e levar embora para longe do papai, da mamãe, da vovó." 

Uma das atividades desenvolvidas foi o “Semáforo do Corpo”

Foto: Acervo Emei Sarandi

#paratodosverem: a foto mostra um menino na atividade “Semáforo do Corpo”, com duas figuras humanas desenhadas em papel e coladas no quadro. Duas professoras acompanham a atividade. No alto, lê-se “15 de maio” e, à direita, um quadro de chamada com nomes e carinhas de emoções. Abaixo do quadro, letras do alfabeto estão penduradas em um barbante.

Emei Petrópolis

A Escola Municipal de Ensino Infantil Petrópolis, na Regional Barreiro, desenvolveu ações sobre o tema pela primeira vez. A equipe do PAS, composta por Raquel Marçal de Araújo e Gisele Mauricio de Sousa Macedo, realizou nove ações de conscientização, durante todo o mês, com os(as) professores(as), auxiliares de apoio e famílias. Por meio dessas ações, foi proposto ao corpo docente um trabalho de orientação com as turmas. A partir do trabalho desenvolvido pelas crianças, foi construído um belo mural no hall e em outros espaços da escola.

A Turma da Fazendinha, por exemplo, construiu uma gérbera, símbolo do Maio Laranja, a partir de uma atividade de artes com papel crepom, contendo a frase “disque 100” no centro de uma flor.

De acordo com a professora Aline Helena Rodrigues Mendes, “A temática é de muita importância. A abordagem com os pequenos foi satisfatória, eles tiveram muita atenção e um entendimento genuíno de criança. Esse tema é pertinente a nossa comunidade e deve ser proposto e trabalhado anualmente.” 
 

Crianças participam de atividades de conscientização do Maio Laranja

Foto: Acervo Raquel Araújo

#paratodosverem: duas crianças pequenas pintam pétalas de flores feitas com rolinhos de papel higiênico cortados e colados sobre uma cartolina branca. No cartaz está escrito: "Faça bonito. Cuide do seu jardim, cuide de você!". No canto direito, há outra frase: "Toda criança merece cuidados e proteção. Turma Elementos da Natureza". Há potes de tinta laranja e roxa sobre a mesa.

Emei Lagoa

A Escola Municipal de Ensino Infantil Lagoa, na Regional Venda Nova, realizou um trabalho intitulado “O toque do bem e o toque do mau: todos contra o abuso e exploração sexual infantil”, com crianças de 4 e 5 anos, no fim de maio e início de junho. O objetivo era conscientizar as crianças sobre os limites do corpo e sobre dizer não, em situações indesejadas.

O primeiro passo foi realizar uma roda de conversa com as crianças e os(as) professores(as), guiada pela psicóloga Célia Pinheiro Sousa, utilizando o “Semáforo do Toque”. Em seguida, foi realizada contação de história do livro "Não me toca, seu boboca!", da autora Andrea Viviana Taubman, pela bibliotecária Ingred Dias da Silva. Além disso, as músicas "Toque do sim e Toque do não" (Tia Laila e Tio Som) e "Corre para contar" (Tio som e Tia Larissa) foram utilizadas para fixar o conteúdo apresentado.

Helen Gleice Rodrigues, auxiliar de apoio ao educando, ressalta a importância do projeto porque algumas crianças não recebem orientação sobre a temática em casa: “É um tema que devia ser abordado em todas as escolas.” Marlúcia Adelaide do Amaral, professora na escola, destaca a relevância de abordar o tema de forma lúdica, segura e adequada à idade, “reforçando a importância da fala das crianças acerca de seus sentimentos diante de situações que as deixam desconfortáveis.”

Estudantes participam de contação de história

Foto: Célia Sousa

#paratodosverem: em uma sala, uma mulher com tiara de orelhas de coelho está sentada em frente a outra com um grupo de crianças sentadas em roda. Uma das crianças segura o livro “Não me toca, seu boboca!” Ao fundo, estão cadeiras coloridas e estantes cheias de livros.