Durante um mês, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Santa Cruz teve rodas de conversa com cerca de 25 famílias de crianças com necessidades específicas, nos turnos da manhã e tarde. Os encontros foram intitulados de “CHARmosas”, pela participação ser, em sua maioria, de mães.

Durante as reuniões, as participantes conversaram sobre acolhimento, benefícios, plano de saúde, posto de saúde referência, Eixo 3 do Plano Nacional de Educação e demais aspectos da inclusão na vida escolar. Ao final dos encontros, foi servido chá com biscoitos em um momento de confraternização.

A ação faz parte do Projeto Político-Pedagógico da escola e do Plano de Convivência. Ela discute a utilização de práticas inclusivas, construídas junto às famílias da Emei Santa Cruz, dentro de uma perspectiva reflexiva, por meio de rodas de conversas, pautadas na Política de Inclusão Escolar, que propõe o acesso à escola com acessibilidade física, pedagógica, atitudinal e comunicacional.

As práticas têm o objetivo de ampliar o processo de socialização de seus(suas) estudantes, pensando na inclusão a partir da transformação da escola. A gestão tem incentivado a equipe a fazer da escola um espaço de aprendizado e constante movimento de aprimoramento de práticas educativas dos(as) alunos(as) com deficiência.

A roda de conversa, prática rotineira, tem promovido diálogos com o principal objetivo de  fortalecer as relações entre famílias, estudantes e escola na construção de caminhos possíveis, especialmente em uma sociedade que revela mais a necessidade de incluir. O desafio é incluir não apenas aqueles(as) até agora silenciados(as) e discriminados(as), mas construir espaços de liberdade e de igualdade aonde se possa ir em direção ao(à) outro(a), valorizando uma ideia do que seja comum a todos(as).

As mães elogiaram a iniciativa. Camila Maris Pertence, mãe do aluno Ian, comentou como a roda é uma oportunidade de compartilhar e ouvir sobre momentos do dia-a-dia como responsáveis atípicos(as): "A roda de conversa é momento de compartilharmos nossas dores e angústias e também conquistas." Naiara Fonseca Lima, mãe do aluno Calleb, falou sobre a oportunidade de aprender uns(umas) com os(as) outros(as) nas conversas: "Aqui é um lugar que a gente aprende e descobre o que mais podemos fazer."