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#paratodosverem: na foto, sete crianças estão agachadas no chão em círculo ao redor de uma grande peneira com várias pimentas biquinho colhidas. Elas tocam os frutos e parecem conversar sobre a colheita.
Acervo EMCCG

A lição que vem da terra

criado em - atualizado em

Na EM Carmelita Carvalho Garcia, horta escolar vira um laboratório de vida e aprendizado


Na Escola Municipal Carmelita Carvalho Garcia (EMCCG), o aprendizado tem cheiro de terra molhada e textura de folha nova. Por meio do projeto "Raízes da nossa escola: saberes e sabores da nossa terra", os(as) estudantes estão cultivando muito mais do que hortaliças: estão plantando conhecimento, curiosidade e uma nova relação com o ambiente.


Conduzida pelo Programa Escola Integrada (PEI), a iniciativa socioambiental transforma a horta em uma sala de aula a céu aberto. Ali, as crianças participam de todo o ciclo: das rodas de conversa ao plantio, dos cuidados diários à colheita que enriquece a merenda escolar. A rotina de regar, cuidar do solo e observar os pequenos habitantes dos canteiros — joaninhas, borboletas e formigas — torna-se uma aula constante sobre biodiversidade.


Para Kainan Faislon, monitor de Educação Ambiental, essa rotina é a essência do projeto. “A manutenção dos canteiros se transforma num estímulo à percepção ambiental e ao vínculo com a terra. É nesse processo que os estudantes se conectam ao contexto da escola e aos desafios das grandes cidades para criar vínculos mais afetivos e conscientes com o meio ambiente que nos cerca”.
E essa conexão é sentida de forma genuína pelos(as) estudantes, que encontram na horta um espaço de aprendizado e bem-estar. O impacto do projeto ressoa na fala de Emanuella Rodrigues, educanda do 7º ano, que resume a riqueza da experiência: “A gente consegue plantar, mexer na terra, eu amo cuidar da horta porque relaxa e porque dá pra tocar na terra, sentir a textura das plantas, ver alguns bichos, mas alguns me dão medo.”


A horta escolar contribui com alimentos que servem à cantina escolar, à formação de consciência ambiental de estudantes, bem como a valores de cooperação e respeito pelo bem comum. Ela é a prova de que a educação mais poderosa é aquela que floresce do chão que pisamos, conectando saberes, sabores e a vida que pulsa em cada canto da escola.