O Dia 25 de julho é marcado pela comemoração do Dia Internacional das Mulheres Negras, Latino-Americanas e Caribenhas. A data foi definida durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, sediado na cidade de Santo Domingo, República Dominicana, no ano de 1992. Nesta ocasião foi criada também a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas.
No Brasil, o dia 25 de julho foi instituído no calendário oficial por meio da Lei nº 12.987 de 2014, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. O Dia marca a luta e a resistência da mulher negra frente a resistência quilombola no Brasil.
Em Belo Horizonte, o dia 25 de julho é oficialmente o Dia Municipal da Mulher Negra “Dona Valdete da Silva Cordeiro”, sancionado pela Lei Municipal 10.969/16 no dia 13 setembro de 2016.
No intuito de dar visibilidade às temáticas raciais ligadas ao protagonismo, luta e situação da mulher negra, a Diretoria de Políticas de Reparação e Promoção da Igualdade Racial (DPIR), vinculada à Subsecretaria de Direitos de Cidadania (SUDC), realiza desde 2018, o JULHO PRETAS.
A atividade compõe a ação BH SEM RACISMO, tendo em vista que as mulheres negras ainda se encontram em situação de vulnerabilidade e são o alvo principal das mais diversas violações e discriminações, as quais muito evidenciadas a partir da análise dos diversos indicadores sociais.
Todavia, faz-se necessário apresentar uma outra realidade da mulher negra, demonstrando seu protagonismo e visibilizando seu papel na luta e resistência desde a África ancestral até os dias atuais. É inegável que a mulher negra sempre ocupou papéis centrais nas ações estratégicas para a libertação e sobrevivência do seu povo, na proteção dos saberes ancestrais, na constituição da sociedade brasileira e no desenvolvimento econômico.
Portanto, a programação de 2023, será guiada por curtas metragens que incentivam a discussão das problemáticas enfrentadas pelas mulheres pretas na atualidade, objetivando a construção políticas públicas para o enfrentamento da vulnerabilidade social, sofrimento psíquico e desvalorização social a que estão submetidas.
PROGRAMAÇÃO 2023
CINE PRETAS
21/7 (Sexta) - 14h | SER KILOMBOLA - A LIDERANÇA FEMININA
Ementa: Por meio do curta metragem: “Marias do Misericórdia”, que aborda a trajetória das Kilombolas da Chapada do Norte/Minas Gerais, será fomentada uma roda de conversa “Comunidades Tradicionais e o direito à cultura e religiosidade: Corporeidade”. O objetivo é explorar a discussão sobre as mulheres kilombolas que se encontram tanto no campo, como na cidade, que vivenciam conflitos raciais, sociais e de gênero, promovendo o debate sobre as políticas públicas de amparo a esse grupo.
A atividade faz parte do projeto de Educação em Direitos Humanos da Subsecretaria de Direitos de Cidadania.
Filme: “Marias do Misericórdia”- (23’04”) - Direção: Cida Reis e Shirley Ferreira - Classificação Livre
Participantes: Makota Kidoiale e Cida Reis
Local: Auditório Liberdade - SMASAC – Av. Afonso Pena, 342, Térreo, Centro.
Público-alvo: Servidoras(es), Conselheiras(os) de Direitos e Sociedade Civil
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SOLIDÃO DA MULHER PRETA (ATIVIDADE ADIADA)
Ementa: Nesta atividade será transmitido o vídeo “O dia de Jeruza”, que retrata as diferentes solidões que envolvem as mulheres pretas jovens e idosas. Após a exibição, haverá uma roda de conversa com o intuito de discutir o racismo psicológico que as mulheres pretas enfrentam permanentemente e que causa diversos danos a sua saúde psíquica e integridade tais como: revolta, auto-ódio, culpa, medo, vergonha e baixa autoestima.
Filme: O dia de Jerusa - (20’47”) - Direção e Roteiro - Viviane Ferreira - Classificação Livre
Local: Auditório Liberdade – SMASAC - Av. Afonso Pena, 342, Térreo, Centro.
Público-alvo: Servidoras(es), Conselheiras(os) de Direitos e Sociedade Civil
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25/7 (Terça) - 10h | O RACISMO PSICOLÓGICO
Ementa: Os episódios da série “Vendedora de Sonhos” serão o mote para debater sobre as consequências do racismo na saúde mental das mulheres negras, assim como a marginalização e invisibilidade das suas subjetividades, sonhos e conquistas. Após a exibição será realizada oficina “O Racismo Psicológico”, com o intuito de explorar a temática da marginalização e invisibilidade dos sonhos e conquistas dessas mulheres.
A atividade faz parte do projeto de Educação em Direitos Humanos da Subsecretaria de Direitos de Cidadania.
Série: Vendedora de Sonhos - EP 01 ao 03 (20’01”) - Direção: Thiago Nascimento - Classificação Livre
Participante: Núbia Nakimule
Local: Auditório Liberdade - SMASAC– Av. Afonso Pena, 342, Térreo, Centro.
Público-alvo: Servidoras(es), Conselheiras(os) de Direitos e Sociedade Civil
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25/7 (Terça) - 15h | POSSE CONSELHO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL - BIÊNIO 2023-2025
Posse do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial - COMPIR/BH e Roda de conversa com Makota Celinha, com intuito de discutir a troca de saberes e experiências sobre os desafios da promoção da igualdade racial na atualidade.
Local: Auditório 1 da Prefeitura de Belo Horizonte - Av. Afonso Pena, 1212, Centro.
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31/7 (Segunda) - 10h | A ARTE E A VISIBILIDADE DAS MULHERES PRETAS
Ementa: Roda de conversa “Racismo e Inclusão Social” conduzida com o apoio do curta “As minas do Rap”, que traça um panorama histórico significativo da participação das mulheres do gênero musical, sua trajetória, particularidades e a importância da coletividade feminina. O objetivo central é provocar reflexões sobre juventudes, território, pertencimento étnico racial, raça, racismo, discriminação racial, preconceito, gênero, violência de gênero, dentre outros, de maneira que possam contribuir para o protagonismo juvenil, o pertencimento étnico-racial e, consequentemente, no enfrentamento ao racismo e o fortalecimento dos coletivos femininos no meio cultural.
A atividade faz parte do projeto de Educação em Direitos Humanos da Subsecretaria de Direitos de Cidadania.
Filme: As Minas do Rap - (14 minutos e 16 segundo) - Direção Juliana Vicente - Classificação Livre
Participante: Amazonita Ágata e Daniela Macena de Carvalho
Local: Auditório Liberdade - SMASAC– Av. Afonso Pena, 342, Térreo, Centro.
Público-alvo: Servidoras(es), Conselheiras(os) de Direitos e Sociedade Civil
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Conheça outras ações da Diretoria de Política de Reparação e Promoção da Igualdade Racial.
- Histórico - 2022
PROGRAMAÇÃO 2022
25/7 | 15h às 18h
25 de Julho Dia Municipal da Mulher Negra Dona Valdete Cordeiro – Café & Prosa: Quesito Raça Cor
Local: Hall da SMASAC – Av. Afonso Pena, 342, Centro.
Público-alvo: Servidoras(es) e Conselheiras(os) de Direitos.
29/7 | 12h às 14h
Formação das técnicas do CEAM Benvinda: A importância do Quesito Raça Cor
Local: Centro Especializado de Atendimento à Mulher Benvinda
Público-alvo: Técnicas do CEAM Benvinda
- Histórico - 2021
Programação 2021
Atividades virtuais de 23 a 31 de julho.
Evento Online | Google Meet
23/7 – Mulheres que Fazem Comunicação| 14h às 17h
Roda de conversa com equipe da ASCOM/SMASAC para debater como o processo de comunicação institucional pode reproduzir ou combater as práticas discriminatórias.
Composição das rodas de conversa
Mesa 1: Mulheres que fazem comunicação
Convidadas:Zaira Magalhães - Jornalista, Produtora Cultural e Gestora Pública, Produtora Executiva e Assessora de Imprensa
Pimenta (Bruna Ferreira) - B Girl, Grafiteira, Digital Influencer, Pedagoga em formação, Fundadora da Nunca Fui Barbie Crew e Educadora na PBH
Núbia Nakimuli - Cantora, Psicóloga, Ativista Cultural e Autora do Projeto "Rainha Mãe"
Fátima Negrann - Formada em Moda e Gestão de Eventos, criadora da marca de moda afro Empório Afro, Presidente interina da ANAMAB, Yarobá (Ekedigi) no Candomblé e Apetebi Yafá no Ifá Afro-cubano
Nila Rodrigues - Historiadora, Mestre em Estudos Étnicos e Africanos, Fundadora da empresa Patrimônio e Etnicidade. Vencedora do Prêmio Zumbi de Cultural/2020 - Categoria Atuação Política
Dora de Oliveira - Pedagoga, Psicopedagoga, Escritora-Poeta, Servidora da SLU, Organizadora do Encontro de escritores e leitores na Faculdade de Letras da UFMG
Fomentadora:
Vitória Régia Izaú: Doutora e Mestre em Educação. Docente efetiva da Fae/ UEMG, Coordenadora do NEPER/UEMG/CNPQ, Presidenta da Comissão Central de Heteroidentificação, Coordenadora do Programa Egbara Wa, Ativista da UNEGRO/MG Conselheira do COMPIR/BH
Mesa 2 - Exu e o feminino
Convidadas:Marina Santos de Miranda - Mestranda em Antropologia, Membra do Laboratório de Estudos e Etnografia em Comunicação, Cultura e Cognição da UFF, da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão da OAB/RJ . Mentora em conflitos étnicos raciais para adolescentes em medida socioeducativa. Docente eventual na Middlebury College – Vermont, USA. Coordenação de Mulheres FONSANPOTMA- RJ
Patrícia Adjoke Matos - Mulher de Axé, Dofona de Obaluayê, Assessora Pedagógica da COPPIR/SDHDS/PMF. Cantora, Percussionista, Poeta, Escritora, Contista e Contadora de Histórias. Mestranda e Pesquisadora em Educação e Estudos Africanos.
Makota Dandakamuxi - Secretária Executiva da LIGA-MG e Abafro-MG, Colaboradora em Projetos Sociais, Modelo, Mãe solo e um Imã de pessoas. Coordenação de Comunicação do Fonsanpotma/BH-MG
Valéria Silva - Educadora Popular, Sambadeira, Dançarina, Co Fundadora do Samba da Meia Noite e Clã das Sambadeiras de MG. Idealizadora do projeto “Cabelo, uma Questão de Identidade”. Vice Presidenta da Liga das Escolas de Samba de MG
Fomentadora:
lyalorisa Neli Martins de Souza - Professora Especializada em Ciências Exatas do Ensino Superior. Coordenadora Estadual de Mulheres do Fonsanpotma. Benzedeira e Rainha de Espada da Guarda de Congo de N. Sra do Rosário do Bairro Urca/Pampulha.Coordenadora Geral Fonsanpotma/MG, Conselheira do COMPIR/BH
Mesa 03 - Comunicação institucional e o racismo
Convidadas(os):Janine Avelar- Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda. Pós graduada em Gestão e Políticas Culturais. Master em Desenho Urbano: Arte Cidade e Sociedade. Analista de Políticas Públicas na PBH. Gestora e Produtora Cultural
Stenio Lima - Jornalista. Assessor de comunicação e imprensa. Coordenador da assessoria de comunicação social
da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, da Prefeitura Municipal de Belo HorizonteDébora Oliveira - Jornalista com experiência em marketing digital, assessoria de imprensa e comunicação interna. Assessora de comunicação na Secretaria Municipal de Assistência Social,
Segurança Alimentar e Cidadania - SMASACAndrea Rodrigues - Pesquisadora, atriz, dramaturga, roteirista e arte educadora em museus, espaços expositivos, escolas. Graduada em teatro. Atua no Teatro de Mobilização Social e integra o Coletivo Segunda PRETA e a Cia. Bando
Rafael Araújo - Formado em Relações Públicas, Assessor de eventos da Assessoria de Comunicação
da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e CidadaniaFomentadora:
Ana Carolina Vasconcelos - Formada em Ciências Sociais pela UFMG. Militante do movimento social coletivo de comunicação da Frente Brasil Popular de Minas Gerais e do Levante Popular da Juventude - Compir
Roda de conversa com mulheres de tradição de matriz africana para debater a comunicação a partir dos ritos e valores da tradição.
30/7 – Comunicação Institucional e o Racismo | 14h às 17h
Roda de conversa com profissionais de comunicação que estimuladas por imagens selecionadas vão expor suas vivências no fazer profissional, estereótipos e práticas discriminatórias.
26/7 – Exu e o Feminino | 14h às 17h
Conheça Dona Valdete da Silva Cordeiro, que dá nome à Lei Municipal.
Importante liderança local que inconformada com problemas sociais da região onde vivia, transformou-se em uma das lideranças comunitárias mais respeitadas e benquistas do Estado de Minas Gerais. Dona Valdete foi liderança comunitária do bairro Alto Vera Cruz, ex-coordenadora do grupo cultural “Meninas de Sinhá” importante grupo que atua na defesa dos direitos e luta pelo protagonismo das mulheres negras em Belo Horizonte. A homenagem à Dona Valdete é uma oportunidade de valorizar, visibilizar e reconhecer as mulheres negras que lutaram contra a discriminação racial.
Quem foi Tereza de Benguela?
Tereza de Benguela ou Rainha Tereza” como ficou conhecida em seu tempo, comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo de Guaporé onde viveu, no Mato Grosso. Tereza coordenou intensas relações econômicas na região, durante o período colonial. Apesar de sua história ter sido pouco divulgada durante um longo período, hoje seu legado é cada vez mais reconhecido. Tereza de Benguela é um ícone da resistência negra no Brasil Colonial. A data demarca a importância histórica da mulher negra nas ações combate à discriminação e no desenvolvimento social e econômico da sociedade brasileira.