Pular para o conteúdo principal

#paratodosverem: Fotografia colorida de uma das salas multiuso da Secretaria Municipal de Educação.
Foto: Acervo Ascom

Boas Práticas Especial – Autism Journey Follow the Science

criado em - atualizado em

Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte ganha repercussão internacional em evento sobre autismo

A Diretora de Educação Inclusiva e Diversidade Étnico Racial, Bernadete Quirino, representou a Secretaria Municipal de Educação no evento “Autism Journey Follow the Science” em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA)

 

Nos dias 8 e 9 de novembro, foi realizado o “Autism Journey Follow the Science” em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). O evento, que possui o intuito de reunir especialistas e membros da comunidade científica internacional para promover debates sobre os avanços e práticas na área do autismo, contou com a colaboração de Bernadete Quirino Duarte Blaess, diretora de Educação Inclusiva na Secretaria Municipal de Educação (Smed). A participação se concretizou por meio de um vídeo gravado por Blaess, que foi exibido durante a programação.

Bernadete Quirino em sua participação por vídeo no evento “Autism Journey Follow the Science”
#paratodosverem: fotografia colorida retirada do vídeo no qual Bernadete Quirino, diretora de educação inclusiva da Smed, participa do evento.
Foto: Acervo Ascom

 

O convite para que Bernadete colaborasse com a programação foi feito pela Neurobrinq Ind. Com Equip Elétricos Ltda, start up da área da tecnologia, que busca alternativas para otimizar o tempo e aumentar a qualidade dos recursos nos serviços oferecidos na educação e na saúde. Neste evento, a Neurobrinq fez uma apresentação sobre os seus recentes desenvolvimentos e inovações. “Seria uma imensa honra para nós reservar um espaço nesta apresentação para que a Sra. Bernadete Blaess possa compartilhar um pouco do extraordinário trabalho que a Secretaria de Educação de Belo Horizonte tem realizado na inclusão de crianças autistas”, ressalta a carta convite da empresa enviada à Smed. “Estamos certos de que a contribuição da Sra. Bernadete enriquecerá significativamente o evento, proporcionando uma visão valiosa das iniciativas pioneiras implementadas em Belo Horizonte, e servirá de inspiração para outras comunidades ao redor do mundo.”

 

A fala de Blaess se concretizou por meio de um vídeo e teve como foco o fato de que Belo Horizonte foi a primeira capital do país a investir em salas multidisciplinares, que agregaram inúmeras possibilidades pedagógicas para uso dos recursos tecnológicos com todos(as) os(as) estudantes. Cada Sala Multidisciplinar conta com um ambiente interativo, contendo simuladores de chuva e vento, acionamento de jatos de spray de água e de ar, difusores de essências olfativas, piscina de bolinhas de led, feixes de fibras ópticas, bolhas de sabão, colunas de bolhas iluminadas, além de softwares de produção de filmes com um painel sensorial tátil. Esses recursos funcionam interligados com a Inteligência Artificial (IA), que controla o ambiente de acordo com a atividade realizada. Por exemplo, se a atividade é sobre chuvas, a sala é ambientada com mudanças de luzes, spray de água e outros recursos, concomitantemente à atividade. Além disso, são criados bancos de atividades relativas ao tema, para que o(a) estudante possa aprofundar seus conhecimentos e ampliar sua aprendizagem.

Sala multiuso é estratégia para uma educação mais inclusiva e dinâmica
#paratodosverem: Fotografia colorida de alunos(as) e alguns adultos utilizando a sala multiuso. Elas assistem a um vídeo interativo gerado pelo projetor. Há uma luz de fundo azul e bolhas de sabão estão sendo liberadas por um aparelho.
Foto: Acervo Ascom.

 

Ela ressalta que se trata de uma consequência do período pandêmico, no qual foi necessário um investimento maior em tecnologia: “Se nós pudemos tirar algum proveito dessa situação, foi exatamente o grande investimento que a educação no município de Belo Horizonte fez nas tecnologias digitais. Hoje são 27 escolas na Rede que possuem sala multidisciplinar. É uma experiência ousada, que traz o uso das salas para as diferentes idades”. Dessa forma, os(as) estudantes que apresentam algum tipo de deficiência ou com transtorno do espectro do autismo se beneficiam das atividades e dos jogos proporcionados nestes espaços, com foco no desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras.

 

A diretora destaca também que, inicialmente, a ideia era que as salas fossem um recurso para dentro do Serviço de Atendimento Educacional Especializado. Contudo, a infinitude de recursos e possibilidades mudou esse pensamento, estendendo esses acessos a todos os(as) estudantes: “Acreditamos que não poderíamos trazer esse recurso exclusivamente para os estudantes com deficiência, e que seria maravilhoso que ele estivesse disponível para toda a escola, exatamente para proporcionar um trabalho coletivo de troca de aprendizagem entre estudantes com deficiência e estudantes sem deficiência. Dessa forma, é  garantida a devida acessibilidade dentro do que é a necessidade específica de cada estudante. É exatamente essa experiência que tem sido de sucesso nas escolas.”

Atualmente, 27 escolas da Rede já possuem salas multiuso
#paratodosverem: Fotografia colorida de uma das salas multiuso da Secretaria Municipal de Educação.
Foto: Acervo Ascom

 

Blaess conta ainda como funcionam as práticas pedagógicas desenvolvidas nas salas: “Há a possibilidade de trabalhar com as crianças da Educação Infantil contações de histórias com os meninos no processo de alfabetização, a identificação das letras e a escrita do seu nome. Tudo isso a partir de uma experiência lúdica. Também é possível que esse espaço seja utilizado pelo Ensino Fundamental e pelas turmas de Educação de Jovens e Adultos. Então a sala é utilizada por todo esse público, sendo possível trabalhar qualquer conteúdo, como clima, relevo, corpo humano e matemática.” Além disso, são realizados encontros mensais de “Relato de Experiências”, que têm por objetivo enriquecer a rede com propostas pedagógicas possíveis de se realizar nestas salas.