Belo Horizonte, bem como a maioria das grandes cidades brasileiras, vem experimentando ao longo dos últimos anos os efeitos negativos da expansão urbana acelerada, que resulta, entre outras coisas, na ocorrência de inundações frequentes, com prejuízos econômicos, financeiros e, principalmente, sociais. O avanço da urbanização e o consequente uso do solo provocaram a redução do armazenamento natural do escoamento fluvial, os quais se transferiram para outros locais no interior da cidade, gerando novas ocorrências de inundações, repetidas a cada estação chuvosa e sempre de forma evolutiva.
Importante entender que, por vezes, no período de chuvas intensas, as vazões atingem tal magnitude que podem superar a capacidade de escoamento da calha do curso d’água e extravasar para áreas marginais habitualmente não ocupadas pelas águas, sendo este um fenômeno natural.
Diante desse contexto, ao longo dos anos, a Administração Municipal, preocupada em mitigar as inundações na cidade, vem investindo em diversas ações e atividades, as quais podemos citar a criação do Plano Diretor de Drenagem e do Programa Drenurbs, a elaboração de Estudos de Modelagem Matemática Hidrológica e Hidráulica do Sistema de Macrodrenagem de BH, a elaboração da Carta de Inundações de BH, a criação dos Núcleos de Alerta de Chuvas a instalação de Placas Educativas e de Alerta à população e a implantação do Sistema de Monitoramento Hidrológico e Alerta contra Inundações de BH.
Além dessas ações, nos últimos anos a PBH vem executando em todo o município intervenções de combate a inundações, totalizando hoje um montante da ordem de R$ 1,14 bilhões e já possui cerca de R$ 290 milhões assegurados no âmbito do PAC 2 para elaboração de projetos executivos e obras. Em uma estimativa realizada pela PBH, acredita-se que ainda serão necessários cerca de R$ 5 bilhões para solucionar todos os problemas sanitários da cidade, incluindo aqueles relativos à drenagem urbana.
Diante de todo o exposto, é notório o esforço da PBH em minimizar as inundações e seus efeitos, proporcionando melhoria da qualidade de vida para toda a população inserida nas áreas de risco de inundações de Belo Horizonte.
Por fim, é fundamental que se tenha o entendimento de que as inundações são eventos naturais. Assim, não é possível realizar obras que eliminem por completo os riscos dessas ocorrências. Cada obra terá sempre seu limite de capacidade de resposta, que deverá ser aquele que venha a mitigar adequadamente os efeitos das inundações, tornando-as menos frequentes e garantindo resiliência às áreas de risco.