25 January 2020 -
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, esteve na manhã deste sábado, dia 25, na Vila Bernadete, na região do Barreiro, onde um barranco deslizou no início da noite dessa sexta-feira, dia 24, e atingiu seis casas. Há indícios da morte de sete pessoas. Após percorrer o terreno, o prefeito fez um apelo à população para estar atenta a trincas em paredes, empoçamentos e rachaduras no solo. E a qualquer sinal de perigo, que deixem suas casas.
“O que eu posso falar para a população é que não acabou”, afirmou o prefeito. "Essa é uma área de 50 anos e isso nunca aconteceu. O que aconteceu aqui foi um desastre natural, estamos falando da maior chuva da história de Belo Horizonte. Quando afoga gente, é culpa do poder público, mas quando se constrói casas em áreas como essa, o barranco escorrega às 4h da tarde e ninguém sai de casa. A pessoa tem que sair de casa”, completou.
Foram mapeados em toda a cidade áreas com risco geológico em razão no acúmulo de água das chuvas nas últimas 48 horas. A região da Vila Bernadete, até então, não era considerada uma área de risco de deslizamento, segundo a Defesa Civil.
Cinquenta famílias já foram retiradas da região e orientadas pela equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social a seguir para a casa de parentes ou pousadas reservadas pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Em razão das fortes chuvas que atingem Belo Horizonte, nas últimas 48 horas a Defesa Civil recebeu mais de 500 chamados, atendidos de acordo com o critério de risco. "Nem se colocasse toda a Defesa Civil de Minas Gerais ia dar jeito. Acontece que trincou e desbarrancou, tem que sair de casa", afirmou o prefeito Alexandre Kalil.
Alexandre Kalil ressaltou que manterá por tempo indeterminado o plano emergencial – colocado em prática há dois dias, e que conta com integrantes da Defesa Civil, Sudecap, Urbel, SLU, Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Cemig, Copasa e Gasmig. Equipes da Prefeitura estão de plantão em tempo integral e maquinários foram levados para 11 pontos estratégicos por apresentarem maior risco de alagamentos.
Tragédia
O motorista Robson Lima mora na vila há 20 anos e contou que nunca teve problemas na região e que esteve em uma das casas atingidas pela lama e escombros pouco antes do desabamento. “Foi tragédia mesmo. Nunca teve um indício de nada. Eu estive na casa que desabou minutos antes, não tinha nenhum vazamento. Estava tudo normal e de repente desceu tudo”, lamentou o motorista.
A presidente da Associação Feminina da Vila Bernardete e Adjacências, Maria Júlia Ferraz, mora no local há 50 anos e lembra que o único episódio envolvendo chuvas na região foi há alguns anos, quando o córrego Bonsucesso encheu, mas não trouxe maiores problemas e nem causou mortes. “Agora, ontem a noite teve (mortes). A gente pede para as pessoas saírem, mas eles acham que não vai acontecer nada. A gente não pode com a natureza e agora teve morte”.