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Mais de dez pessoas participam de aula de step na Academia da Cidade do bairro Boa Vista, região Leste de BH.
Foto: Divulgação PBH

Academia da Cidade promove qualidade de vida na região Leste

criado em - atualizado em
A Academia da Cidade do bairro Boa Vista (rua Maria Francisca, nº 1, na Praça José de Magalhães), região Leste de Belo Horizonte, mudou a forma de viver da aposentada Isabel Batista de Oliveira, de 57 anos. “Por meio do projeto, eu comecei a cuidar muito mais da minha saúde e vi uma diferença enorme no meu bem-estar. Hoje, eu tenho mais disposição para realizar as tarefas e tenho qualidade em dormir”, disse. 

As aulas são realizadas na Praça José Magalhães de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h, com duração de uma hora. Cada participante inscrito pode frequentar a academia três vezes por semana. 

A idade dos participantes é muito diversificada e varia de 18 a 80 anos. A proposta de atividades é a mesma para todos, porém com níveis de intensidade diferentes, de acordo com a limitação de cada um. Os exercícios são divididos em quatro níveis de intensidade.

“Eu fiquei sedentária depois que me aposentei, permanecia só dentro de casa e não fazia quase nada que me exigisse esforço. Até que a médica recomendou que eu realizasse alguma atividade física. Então eu descobri o projeto da academia, quando fazia caminhada na avenida dos Andradas”, conta Isabel.

Segundo a educadora física Andrea Beatriz Chaves, antes de iniciar a prática das atividades, o usuário deve fazer sua inscrição e realizar uma avaliação médica para saber se pode se exercitar e se há algum tipo de restrição. Estando apto, o inscrito começa a participar das aulas coletivas, e, a cada seis meses, realiza nova avaliação para verificar o estado de saúde e as melhorias alcançadas. 

No caso de usuários que não forem aptos para participar das aulas, eles são transferidos para outros grupos, como de bingo, de terapia ocupacional, de alongamento, para que não sejam submetidos a nenhum risco, mas participem de alguma atividade. “Há também grupos de pessoas que possuem dor crônica e dificuldades em andar. Neles o foco é mais social do que na execução do exercício; é um grupo menor, então o educador físico consegue visualizar melhor a dificuldade e a progressão de cada aluno”, afirma Andrea. 
 
Para Sabrina de Paula Maia, também educadora física do projeto, a demanda espontânea pela Academia da Cidade se mostrou mais eficaz do que a demanda vinda por encaminhamento dos centros de saúde, pois o usuário que procura entende que precisa se exercitar. “A maioria dos meus alunos está há mais de cinco anos conosco. Eles se apropriaram do projeto, fizeram dele parte de suas vidas. Essa permanência dos alunos foi algo natural e bom para o projeto”. 

O projeto também é aberto para pessoas com deficiência. “No caso de algum usuário com deficiência que tenha alguma dependência, nós pedimos um acompanhante para ajudá-lo. Quando o aluno não tem nenhuma dependência, nós orientamos como e o que ele pode ou não fazer”, explica Sabrina.

De acordo com Sabrina, ao final de cada aula é realizada uma chamada para conhecer a frequência do participante e feito um relatório com dados sobre o desenvolvimento de cada aluno. “Temos vários relatos de melhoras, não só da questão física, mas do conjunto psicossomático, das relações interpessoais, da autoestima e do bem-estar”. 

“O ambiente da praça é muito bom. Aqui conheci muitas pessoas boas. Após a minha entrada na academia eu fui me envolvendo em outros projetos, como a corrida de 5 km. Não fico mais parada, faz parte da minha rotina”, completa a aposentada Isabel.

Andrea Chaves lembra que, para que os exercícios tenham uma maior eficácia, a alimentação é fundamental. Nesse sentido, algumas vezes, os alunos recebem instruções de nutricionistas para ajudá-los a aliar uma boa alimentação à prática física. “A atividade física ajuda o indivíduo a liberar hormônios que promovem o bem-estar, consequentemente traz leveza e calma, diminui o estresse e ajuda no equilíbrio emocional”.  

Para a gerente do Centro de Saúde Boa Vista, Patrícia Márcia Roberto, a Academia da Cidade é um desafio, já que a ideia é a integração de toda sociedade. “Nós temos que investir também em quem não está doente para que haja uma conscientização desde cedo. Não queremos que as pessoas esperem ficar doentes para procurar ajuda, queremos que elas sempre pratiquem atividade física e tenham o cuidado com a saúde como prioridade em suas vidas”. 


 
O programa

Belo Horizonte conta, atualmente, com 76 Academias da Cidade em funcionamento nas nove regionais, que atendem cerca de 20 mil usuários. Direcionadas para pessoas acima de 18 anos, as atividades promovidas por essa política pública municipal que é voltada para a promoção da saúde são realizadas em espaços com infraestrutura adequada para a prática de exercícios físicos. Todas as aulas são monitoradas por profissionais de Educação Física.
 
 

30/11/2017. Academia da Cidade Bairro Boa Vista. Fotos: Divulgação/PBH