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Arte de divulgação
Ilustração: Expedições do Patrimônio

Projeto Expedições do Patrimônio apresenta história do Quilombo Mangueiras

criado em - atualizado em

O projeto Expedições do Patrimônio convida o público a conhecer a história do Quilombo Mangueiras, cuja fundação antecede a edificação de Belo Horizonte. Em sua 13ª edição, o projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, terá como tema "Quilombo Mangueiras: Patrimônio Cultural de Belo Horizonte" e promoverá um encontro virtual, na próxima terça-feira (27), das 14h às 16h30. A atividade formativa é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e tem vagas limitadas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Portal da Prefeitura - www.pbh.gov.br/patrimoniocultural.

 

O encontro vai refletir sobre a forte relação da comunidade do Quilombo Mangueiras com o território que ocupam desde o século XIX, antes da fundação da capital mineira. A área de 18.860 m², localizada no bairro Novo Aarão Reis, é preservada  pelos quilombolas, que promovem diversas atividades econômicas sustentáveis a partir da mata e das suas nascentes.  O encontro abordará também as principais celebrações, práticas, eventos culturais e festividades realizadas  por esta comunidade afro-brasileira e que envolvem moradores da capital, região metropolitana e de outras regiões do estado e do país. Por fim, os participantes conhecerão os avanços e desafios enfrentados na busca pela preservação da cultura e tradições no quilombo Mangueiras.

 

Os encontros do Projeto Expedições do Patrimônio são conduzidos por Marco Antônio Silva, historiador e doutor em Educação, coordenador do setor educativo da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público, e Arminda Aparecida de Oliveira, professora e mestre em Educação, da Diretoria de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria Municipal de Cultura. Esta edição terá como convidada Ione ty Oya, Matriarca do Quilombo Mangueiras.

 

Desenvolvido desde 2019, o “Expedições do Patrimônio” é uma ação educativa da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura. A proposta é permitir que, a cada edição, os participantes possam aprofundar o conhecimento e vivência dos bens materiais e imateriais do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.

 

Sobre o Quilombo Mangueiras

Localizado na Rodovia Camilo Teixeira da Costa, 1350, bairro Novo Aarão Reis, o Quilombo Mangueiras ocupa uma área de 18.860 m².  O território foi nomeado em referência às altas mangueiras ali existentes e é um remanescente dos 387 mil m² adquiridos, em meados do século XIX, por Cassiano José de Azevedo e Vicência Vieira de Lima, o casal de lavradores, fundadores da comunidade.

 

A preservação das três nascentes, as práticas religiosas de matriz africana e as atividades agropecuárias exercidas desde a fundação da comunidade, com destaque para a plantação de cana e a criação de animais, principalmente cavalos, são também fortes componentes da identidade do grupo. Existe ainda uma ligação dos quilombolas com a história dos tropeiros, já que esta atividade era exercida pelos seus ancestrais. O território, inclusive, possui remanescentes de caminhos utilizados pelas tropas próximo de um local conhecido como Pedra do Urubu.

 

No quilombo Mangueiras, as mulheres exercem importantes papéis dentro do grupo. Além de serem maioria (sete de cada 10 habitantes), são as principais responsáveis pela manutenção das tradições e da religiosidade do grupo, na qual se destaca o terreiro de candomblé Ilê Asé Odé Safé Edún Ará (Casa de Força e Poder de Oxóssi) presente no território. A principal liderança do quilombo é a Matriarca Ione ty Oya, que é admirada e respeitada pelos quilombolas por ser uma referência na transmissão e defesa dos valores e costumes fundamentais para a comunidade.