Iniciativa regional leva à população debate sobre relevância das obras realizadas em Belo Horizonte para o alcance dos Objetivos do Milênio
As nove regiões administrativas que compõem a capital mineira recebem, desde o último dia 19, oficinas de divulgação da cartilha popular "Belo Horizonte e os Objetivos do Milênio", que faz uma análise do andamento, na cidade, das metas para desenvolvimento estipuladas pela ONU até 2015. O público-alvo das palestras são os representantes das Comissões Municipais de Fiscalização das Obras do Orçamento Participativo (Comforças).
As oficinas têm como objetivo deixar as nove Comforças a par das discussões envolvendo o orçamento participativo, mecanismo que permite à população debater a melhor forma de aplicação de investimentos públicos. A primeira regional a receber as palestras foi a Oeste e, em seguida, foi a vez da Nordeste. A previsão é que, até o final de junho, os representantes de todas os escritórios tenham recebido a oficina.
Segundo Haydée da Cunha Frota, coordenadora do projeto Observatório do Milênio, organização parceira de governos e da iniciativa privada e que atua em prol do cumprimento dos oito ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), a metodologia começa pela discussão sobre o que são as Metas do Milênio. Em seguida, são apresentados os indicadores da capital mineira.
Feito isso, o grupo escolhe três ODM, e se prepara para responder a três questões: "Como você percebe a realidade de acordo com cada objetivo?"; "Como a população, os movimentos organizados e as ONGs se comportam no alcance pelos ODM?", e "Qual a relação entre os ODM e o orçamento participativo?".
"Os participantes percebem, então, como as obras que estão sendo feitas convergem para o alcance dos objetivos. Todos conseguem reconhecer a relação entre o orçamento participativo e os ODM. Além disso, sentem-se parte do processo", afirma Haydée.
Na regional Nordeste, por exemplo, os representantes da Comforça local expressaram identificação imediata com as melhorias em saneamento que estão sendo implementadas, e puderam perceber como elas beneficiam a comunidade e sua relação com as Metas do Milênio fixadas pela ONU.
Trabalho social
Quando a etapa de reuniões terminar, o observatório vai apresentar as cartilhas para os Conselhos Municipais de Direito e aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), as quais ajudarão, em uma etapa posterior, a implementar um trabalho social nas comunidades mais carentes.
"Queremos democratizar o conhecimento sobre as Metas do Milênio, pois achamos que outros fóruns de debate, às vezes, ficam muito restritos a academias, gestores e técnicos, e não se aproximam tanto da população", acrescenta Haydée.
Por isso, o projeto surge como uma forma de favorecer um diálogo mais maduro com a sociedade civil, buscando disseminar os ODM em uma esfera mais ampla, explica a coordenadora do Observatório do Milênio. "É uma integração interessante, e está rendendo bons frutos", conclui.