A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) promove nesta quarta-feira (15), feriado da Proclamação da República, das 10h às 14h, atividades de educação ambiental no Zoológico. A programação marca a comemoração ao Dia Nacional do Urubuzar, uma campanha de conscientização contra o atropelamento de animais silvestres.

Na atividade “Bate-papo e mostra de materiais biológicos”, a equipe de educação ambiental da FPMZB vai apresentar algumas espécies de animais silvestres que estão sob os cuidados do Zoo de BH e aparecem entre as principais vítimas de atropelamento nas estradas brasileiras. Já no “Urubuzando no Zoo de BH”, os visitantes terão informações sobre a história de vida e outras curiosidades sobre os urubus-rei além de conhecerem o novo recinto preparado especialmente para esses animais, que chegaram ao Zoo de BH em 1994, provenientes de resgate em uma área a ser inundada para construção de uma usina hidrelétrica.

Entendendo o porquê de “Urubuzar”

Mas, qual a relação entre o urubu e a data? É porque o urubu é uma espécie carniceira, que possui grande habilidade em localizar as carcaças de animais silvestres que, muitas vezes, são vítimas de atropelamentos nas estradas. Daí a importante relação dessa espécie com a campanha que busca conscientizar a população sobre como os atropelamentos de animais podem ameaçar a biodiversidade brasileira.

Atualmente, cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), órgão independente de ciência e política apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, pode-se afirmar que o atropelamento de animais silvestres é uma das principais perdas crônicas de fauna no país, junto com a caça ilegal e o tráfico de espécies.

Zoo de BH atua na reabilitação e na reintrodução de animais na natureza

Os zoológicos, de modo geral, atuam como parceiros dos órgãos ambientais na reabilitação de animais resgatados e o Zoo de BH realiza um importante trabalho nesse sentido. Ao receber os animais oriundos de resgates, o Zoo adota todos os procedimentos e cuidados com a saúde, reabilitação e acompanhamento, incluindo a ambientação e a adaptação dos recintos às necessidades dos animais que irão abrigar. Esse processo compreende diferentes atividades e, por isso, envolve equipe multidisciplinar formada por biólogos, veterinários, zootecnistas e tratadores, visando garantir o bem-estar de cada indivíduo.

Dentre as espécies já recebidas, estão papagaio-cinzento, pássaro-preto, sofrê, azulão, papagaio-de-peito-roxo, papagaio-verdadeiro, lobo-guará e até onças-pardas e pintadas. Alguns indivíduos não desenvolvem condições para a soltura na natureza, seja por sequelas permanentes ou mesmo pela idade avançada, e são integrados ao plantel da instituição, com autorização dos órgãos ambientais competentes, como IBAMA. Aqueles que se reabilitam plenamente e apresentam condições favoráveis, são reintroduzidos na natureza. Nos anos de 2021 e 2022, o Zoo atuou na recuperação e reabilitação de mais de 12 animais, entre eles espécies ameaçadas de extinção, que foram reintegrados à natureza pelo IBAMA, inclusive por meio de programas específicos de soltura, como os casos de sete papagaios-de-peito-roxo, reintroduzidos na natureza em outubro de 2021 e 4 papagaios-verdadeiros, que voltaram à natureza em dezembro de 2022 por meio do Projeto Voar, parceria do Zoo de BH e outras instituições com a ONG Waitá – Instituto de Pesquisa e Conservação .

Atropelamentos ameaçam a biodiversidade

É fato que há algumas situações nas quais o acidente é inevitável, como quando os animais aparecem de repente e o motorista não tem tempo para frear e/ou desviar. Porém, em outros casos, as causas são o descumprimento das leis de trânsito ou alguns “mitos” acerca de animais. Há a crença, por exemplo, de que determinadas espécies trazem azar ao cruzar a frente do veículo e matar esses animais afastaria a “má sorte”. Os tamanduás-bandeira, as corujas são as vítimas mais numerosas.

Existem, ainda, os animais considerados “perigosos” e, por isso, são atropelados propositalmente. É o caso das serpentes, que desempenham um papel importante para o equilíbrio ecológico nos ecossistemas onde vivem, já que se comportam ora como predadoras ora como presas. Todos esses fatores contribuem como ameaças à biodiversidade, podendo resultar em graves consequências para a vida na Terra. É importante reforçar que todos os animais presentes na natureza desempenham papéis únicos e essenciais para o equilíbrio de todo o ecossistema.

Programação Dia Nacional de Urubuzar no Zoo de BH - quarta-feira(15), das 10h às 14h

Urubuzando no Zoo de BH: conversa informal, por meio da qual os participantes podem conhecer melhor o urubu-rei, seus hábitos, o papel ecológico que desempenha na natureza e as principais ameaças que ele enfrenta no seu ambiente natural, com destaque para o atropelamento. Será uma oportunidade para apresentar a história de vida dos indivíduos que se encontram sob os cuidados do Zoológico de BH/FPMZB, bem como o novo recinto cuidadosamente preparado pela equipe da Seção de Aves para abrigar esses animais.

Horário: das 10h às 14h

Local: Praça das Aves (em frente ao recinto do urubu-rei)

Bate-papo e mostra de materiais biológicos: apresentação de algumas espécies de animais silvestres (de médio e grande portes) que aparecem entre as principais vítimas de atropelamentos e mortes nas estradas brasileiras e que têm representante sob cuidados do Zoológico de BH/FPMZB.

Horário: das 11h às 14h

Local: Quiosque (em frente o recinto do jacaré-do-papo-amarelo)

O Zoológico de BH funciona das 8h às 17h (entrada permitida até às 16h). Confira os valores dos ingressos para acesso à Zoobotânica aqui.