Belo Horizonte tem atualmente 1.098 cruzamentos com semáforos espalhados por todas as regiões da cidade. Desse número, 78% são controlados e ajustados em tempo real no Centro Integrado de Operações (COP-BH) para ajudar a garantir mais fluidez e segurança a pedestres, motoristas, motociclistas e ciclistas. A quantidade de semáforos mostra a complexidade do trabalho de controlar o trânsito em uma grande cidade. A instalação dos equipamentos também exige uma série de condicionantes que são avaliadas em estudos técnicos.

Desde 2011, os semáforos da capital utilizam a tecnologia LED, mais visível e que gera uma economia de 80% no uso de energia elétrica durante o funcionamento. A capital tem ainda 302 travessias com avisos sonoros, auxiliando no trânsito seguro para pessoas com deficiência visual.

Ainda sobre o equipamento, cada uma das cores (verde, amarelo e vermelho) usada para determinar o momento da parada ou de seguir é considerada um foco, tendo BH mais de 31 mil deles contabilizando semáforos de veículos e de pedestres.

E como solicitar?

O cidadão pode solicitar a implantação de um semáforo por meio do Portal de Serviços (Semáforo - Implantação e Manutenção) informando o local e a justificativa. As equipes da BHTrans vão até o local avaliar e a resposta é dada em até 60 dias.

Outra opção para solicitar é por meio das reuniões periódicas da Comissão Regional de Transportes e Trânsito - CRTT, que acontecem em todas regionais, em que o cidadão pode requerer melhorias viárias, incluindo semáforos. Só no primeiro semestre de 2023 a prefeitura recebeu 191 solicitações para estudo de implantação de semáforos. 

Segundo o diretor de Sistema Viário da BHTrans, José Carlos Ladeira, o semáforo é apenas uma das opções da solução para fazer a gestão das passagens nos cruzamentos de vias. “Antes de se chegar à decisão de implantar um semáforo, é preciso observar se o local oferece boa visibilidade para os motoristas que trafegam em todas as direções da interseção, além de estudos técnicos para implantação”.

Estudo Técnico  

Implantar um novo semáforo pode partir de solicitações da população, mas em grande parte surge do acompanhamento permanente dos técnicos da BHTrans nas regionais da capital. Um novo posto de saúde, um supermercado, uma escola, uma nova via, tudo isso pode gerar novos fluxos de pessoas (carros e pedestres) e, por sua vez, necessitar de dispositivos de sinalização, incluindo os semáforos.

Um bairro com um representativo crescimento residencial ou um novo centro comercial, vão criar novos desafios nos fluxos de veículos e, especialmente, para a segurança de todos que transitam na região. E cada caso requer um estudo técnico detalhado para avaliar a solução adequada para o local. O cidadão solicita a implantação de um semáforo, mas o estudo pode constatar que um conjunto de redutores de velocidade (quebra-molas), uma rotatória, ou uma placa de PARE são soluções melhores para a região. O volume do tráfego, sobretudo nos horários de pico, pode mostrar um problema, na qual o cidadão se baseia na solicitação de semáforo, mas que não se repete ao longo do dia para justificar a implantação de um semáforo.

Parada Obrigatória ou Semáforo?

Um debate frequente no trânsito é sobre qual é o melhor: Semáforo ou Parada Obrigatória?  Cada um tem uma função, embora o objetivo seja semelhante - possibilitar que o outro (pedestre ou veículo) tenha a oportunidade para realizar a travessia da via ou continuar o itinerário em segurança.

Desobedecer a uma parada obrigatória tem o mesmo peso de avançar um sinal vermelho. Alguns motoristas e motociclistas acabam criando situações de riscos e acidentes por não respeitarem a sinalização, e a preferência de travessia do outro. “Uma placa de parada obrigatória vale tanto quanto um semáforo, inclusive a punição para o descumprimento da sinalização é a mesma: Infração gravíssima com multa de R$ 293,47 e penalidade de 7 pontos na CNH do condutor”, acrescenta José Carlos.

A Prioridade é o Pedestre

A programação semafórica estabelece o tempo em que um semáforo fica verde ou vermelho. É comum ver alguns motoristas reclamando do tempo excessivo de um sinal vermelho em um determinado cruzamento.  E isso tem uma explicação:  a prioridade na travessia será sempre do pedestre. Antes se considerava a velocidade de 1,2 m/s das pessoas atravessando a rua, mas agora em Belo Horizonte foi adotado a velocidade de 0,9 m/s. Com isso o tempo de verde para o pedestre ficou maior e, consequentemente, menor para os carros. Isso beneficia principalmente os idosos e as pessoas com mobilidade reduzida. “É bom lembrar ao motorista que reclama que, em algum momento do dia, ele também é pedestre e dessa forma nós conseguimos atender a todos”, ressalta José Carlos Ladeira, diretor de Sistema Viário da BHTrans.

Sincronia dos Semáforos

Uma solicitação comum dos motoristas é que os semáforos sejam sincronizados e, se possível, estejam em verde para que eles sigam sem a necessidade de parar tantas vezes. Em uma cidade com um grande número de cruzamentos, como são as vias da Área Central de Belo Horizonte, é possível ter um fluxo controlado e sincronizado nas vias com grande número de veículos como as avenidas Afonso Pena, Amazonas e do Contorno. Em contrapartida, vias como as ruas da Bahia, Espírito Santo, Gonçalves Dias e Timbiras, que cruzam essas vias de maior movimento, terão um nível de sincronismo diferente.

Toda essa dinâmica de sincronismo pode ser ajustada em situações emergenciais, por meio das equipes no COP-BH, em função de intervenções no trânsito como acidentes ou mesmo uma manifestação. Portanto, um motociclista acidentado na Avenida Afonso Pena, sendo atendido pelo SAMU, vai necessitar de ajustes semafóricos e assim impactar no sincronismo dos semáforos da região.

O importante é compreender que a finalidade do semáforo é criar oportunidades seguras para todos possam ir e vir pela cidade.

Mais números sobre semáforos em Belo Horizonte

-Foram implantados 12 novos cruzamentos semaforizados em 2022 e no primeiro semestre de 2023 já são oito novos locais.;

-Das atuais 3.772 travessias semaforizadas, 3.173 (84%) possuem focos de pedestre. Em 2022 foram implantadas 73 novas travessias com complementos para focos de pedestre e, no primeiro semestre de 2023, já totalizam 34;

-O custo médio para implantação de um cruzamento semafórico é de aproximadamente R$ 80 mil (cruzamento de rua com rua), R$ 130 mil (Avenida com Rua) e R$ 150 mil (Avenida com avenida);

-A capital possui 302 travessias com avisos sonoros, auxiliando na travessia segura de pessoas com deficiência visual.