17 September 2019 -
O Projovem, executado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, atende jovens, de 15 a 17 anos, moradores dos territórios de abrangência dos Centros de Referência de Assistência Social, oferecendo ações socioeducativas, oficinas de arte e cultura e visitas monitoradas em espaços culturais da cidade. O serviço, disponível em 13 Centros de Referência de Assistência Social do Município, tem como objetivo fortalecer os vínculos familiares e com a comunidade, ampliar a convivência e prevenir possíveis prejuízos sociais.
Stefanny Geraldo, conhecida como Negah Thé, é orientadora social do Projovem no Centro de Referência de Assistência Social Coqueiral. Ela explica que uma das estratégias do serviço é debater com os jovens assuntos pertinentes a sua faixa etária e auxiliar na preparação para a vida adulta por meio de oficinas e discussões. “Nosso trabalho busca possibilitar novos olhares aos jovens em relação à vivência sobre o mundo e apresentar as diferentes opções que eles têm para o futuro, como acessar a universidade, o mundo do trabalho, e demonstrar que eles têm escolhas, além de reforçar a convivência social e a participação cidadã”, define.
A orientadora assinala que, além dos espaços de debates e rodas de conversa, as oficinas de arte e cultura são importantes ferramentas para o desenvolvimento das potencialidades de cada participante. “Ao propor novas rotas de vida para os jovens, possibilitando experimentações com as artes cênicas, o audiovisual, a música, é despertado o interesse por situações que eles achavam que nunca poderiam vivenciar”, enfatiza.
De acordo com o secretário municipal adjunto de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e subsecretário de Assistência Social, José Crus, o Projovem é uma tecnologia de convivência e de intervenção social organizada e planejada com os jovens, que cria situações desafiadoras, fomenta, potencializa e orienta na construção e reconstrução de projetos de vida, histórias e vivências individuais e coletivas, na família e no território.
Portas abertas
Luiz Aliiado integrou o Coletivo Arthur de Sá, do Projovem, por três anos. Ele fez aulas de dança, música, teatro, grafite, começou a cantar e compor, e hoje faz shows pela cidade, apresentando as músicas do seu EP Início da Caminhada. “Fazer parte dos coletivos é muito importante pra gente que é jovem, que está naquela idade de conhecer coisas novas e querer se envolver com tudo o que seduz a gente, e que nem sempre são boas. Aqui a gente aprende que pode ser mais do que aquilo que a sociedade delimita. A gente pode fazer mais pela nossa comunidade, conhecer lugares que nunca pensou em conhecer. Eles abrem as portas pra gente ir lá e aproveitar. O Projovem foi essencial na minha vida”, afirma.
Experiência parecida tem sido a de Keizy Iasmin. A jovem é participante do Coletivo Lagoa e, junto com outras três colegas, criou um projeto musical, articulação resultante da oficina Cultura Hip Hop: rap, discotecagem e intervenção cultural. Elas criaram um canal em uma plataforma de vídeos na internet e têm amadurecido o trabalho.
“Eu nunca imaginei que pudesse aparecer no YouTube, cantando e dando meu recado. Nas oficinas a gente aprende que temos que sair da nossa zona de conforto e batalhar pelos nossos sonhos”, conta Keizy. As conquistas pessoais e reflexões geradas pelo Projovem fizeram a garota querer que outros tivessem a mesma oportunidade e atualmente ela busca mobilizar mais pessoas para participarem das atividades no Centro de Referência de Assistência Social.
Para participar do programa, o jovem interessado deve procurar o Centro de Referência em Assistência Social mais próximo de sua residência munido de documentação pessoal. Confira o endereço dos centros de referência do Município neste link.
Centro de Referência em Assistência Social
O Centro de Referência de Assistência Social é uma unidade pública da política de assistência social, de base local, integrante do Sistema Único de Assistência Social. Os centros estão localizados em áreas de vulnerabilidades e risco social. Belo Horizonte conta com 34 unidades e cada uma delas atende cerca de cinco mil famílias em sua área de abrangência. Na capital mineira, mais de 170 mil pessoas são referenciadas nas nove regionais.
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é feito em grupos, de acordo com o ciclo de vida dos participantes, e complementa o trabalho social com as famílias, para prevenir a ocorrência de situações de risco social. Além disso, o Serviço de Convivência fortalece as relações familiares e comunitárias, valorizando o sentido de vida coletiva, amplia as trocas culturais e de vivências entre os usuários, assim como desenvolve o sentimento de pertencimento e identidade.