5 December 2025 -
Trabalhos feitos por estudantes da rede municipal serão expostos na Mostra de Investigação Científica Escolar (Mice), que acontece nesta quarta (10) e quinta-feira (11). Com o tema “Investigação para um futuro justo e equitativo”, a mostra destacará contribuições científicas e tecnológicas dos povos africanos e afro-brasileiros, reforçando o compromisso com uma educação antirracista.
Alguns projetos que serão expostos:
Referências negras
A Escola Municipal José Maria Alkmin, em Venda Nova, realiza um projeto que une matemática e arte africana. Estudantes de 11 a 15 anos exploram as contribuições de pessoas negras para a ciência e a tecnologia, inspirados pelo livro “História Preta das Coisas”.
A proposta busca reconhecer trajetórias historicamente invisibilizadas e valorizar os saberes afro-brasileiros. Na matemática, por exemplo, exploraram formas geométricas e simetrias por meio dos caleidociclos - figuras geométricas que formam uma espécie de anel articulado, capaz de girar em si -, revelando a beleza da matemática em diálogo com a arte africana.
“Essa experiência mostra o quanto a pesquisa escolar pode ser transformadora quando o estudante é colocado no centro do processo e a ciência é vivenciada de maneira sensível, crítica e próxima do cotidiano”, destaca Gabriella Rúbia Teotônio Martins, professora de iniciação à pesquisa.
A estudante Maria Alice Silva Souza, do 6º ano, também apontou a importância do projeto. “É uma pauta que sempre deve ser lembrada, para que não pensem que apenas um cientista branco fez história. Os negros também fizeram e fazem.”
Savana africana
Na Creche Virgílio Pedro, na região Norte, as crianças estão imersas em uma pesquisa sobre os animais da savana africana, como elefantes, leões, zebras, girafas e crocodilos. A investigação começou com o levantamento de hipóteses sobre o que seria uma savana e, a partir disso, os pequenos descobriram características desse ambiente e dos animais que o habitam.
“A investigação científica convida as crianças da educação infantil a explorarem o modo de vida desses animais de forma lúdica e curiosa. Por meio de rodas de conversa, imagens e vídeos, elas desenvolvem um olhar investigativo, fazem perguntas e participam de descobertas coletivas”, ressalta Daniele Ribeiro, coordenadora da creche.
Destino do que descartamos
O grupo Agentes Mirins Ambientais (AMA), da Escola Municipal Rui da Costa Val, também da regional Norte, está produzindo o documentário “Para onde vai o lixo?”, fruto de uma investigação sobre o caminho dos resíduos e rejeitos na cidade. O projeto nasceu do incômodo dos próprios alunos com o acúmulo de lixo no entorno da escola e vem estimulando uma reflexão crítica sobre o consumo e a sustentabilidade.
A aluna Lívia Isabelly Oliveira Soares, do sétimo ano da Emef, se mostrou muito empolgada. “Estou achando muito legal participar e fazer várias coisas, como vídeo e maquete, para ensinar onde devemos colocar o lixo para não poluir o meio ambiente”.
Cultura da pesquisa
A Mice é uma iniciativa que busca fortalecer a cultura da pesquisa entre estudantes e docentes. Realizada entre 2017 e 2019 e retomada no último ano, envolve a participação da educação infantil, ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da rede municipal e instituições parceiras.
A Mice integra as ações da Semana de Educação da Secretaria Municipal de Educação (Smed), que acontecerá no Parque Municipal, de 9 a 12 de dezembro.
