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Vista aérea de Belo Horizonte
Foto: Divulgação PBH

Emissões de Gases de Efeito Estufa caem 22% em Belo Horizonte

criado em - atualizado em

As emissões de Gases de Efeito Estufa, responsáveis pelo aquecimento global, caíram 22% em Belo Horizonte, no período de 2014 a 2019. Os dados compõem o 4º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), lançado virtualmente nesta segunda-feira, dia 7, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Já o Brasil emitiu 9,6% a mais de gases de efeito estufa  em 2019, em comparação a 2018, especialmente devido ao crescente desmatamento da Amazônia, tendo sido o sexto país que mais emitiu esses gases no mundo. Entender as fontes dessas emissões nas cidades e nos países é a chave para o planejamento de ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Daí a importância de se realizar o inventário de emissões, que segue protocolos internacionais de avaliação e é calculado a partir do perfil das emissões diretas e indiretas de GEE. 

“Esta quarta edição do inventário de emissão de gases de Belo Horizonte é uma entrega importante para o município, que comemora nesta semana 123 anos. É a partir deste diagnóstico que vamos continuar executando políticas públicas que possam reduzir nossas emissões e, ao mesmo tempo, alinhar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente. Belo Horizonte é uma das poucas capitais brasileiras que possui um amplo histórico de avaliação e que promove a gestão integrada para melhoria da realidade”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck.

O levantamento traz informações com base nos setores de transporte, resíduos e energia. De acordo com  o Inventário, a emissão per capita de gases do efeito estufa caiu de 2,135 tCO²e/ha, em 2014, para 1,1656 tCO²e/ha, em 2019. No mesmo período, as emissões totais de GEE que eram de 5.318.001 tCO²e, em 2014, recuaram para 4.160.083 tCO²e, no ano passado.

Em 2019, o setor de transporte respondeu por 57% das emissões, seguido de resíduos, com participação de 27% e, em terceiro, fontes estacionárias de energia, com 16% das emissões. O transporte terrestre, que representa hoje 75% das emissões do setor, seguido da aviação, apresentou recuo de 39% nas emissões, entre 2018 e 2019.

Os resultados estão associados, principalmente, à redução da atividade econômica do país no período pós Copa do Mundo. No entanto, o esforço do poder público em executar políticas para reduzir os níveis de poluição deve ser considerado.

“Não podemos minimizar a importância de políticas que se demonstraram efetivas na mitigação das emissões, como as usinas de aproveitamento energético implantadas nos aterros sanitários e na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Arrudas, a política de bicombustíveis e a substituição da gasolina pelo etanol que, no entanto, é também muito condicionada à política de preços praticada”, aponta o relatório.

Os municípios possuem um papel fundamental na implantação de políticas públicas de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas, uma vez que muitas maneiras de reduzir as emissões de GEE e os seus efeitos sob o aquecimento global estão em sua competência de atuação e planejamento – e é o que Belo Horizonte vem fazendo.

Um bom exemplo nesse sentido está relacionado com o aterro sanitário. Com as usinas de aproveitamento energético, aponta o diagnóstico, deixaram de ser lançados na atmosfera 1,86 milhões de tCO²e referente aos resíduos aterrados, no período de 2009 a 2019.

Para Dany Silvio Amaral, secretário executivo do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE), órgão colegiado responsável pela mobilização, construção de critérios e validação do documento, Belo Horizonte tem várias ações com objetivo de mitigar a poluição.

 

“Reflorestamento das áreas degradas, investimento em eficiência energética, o incentivo ao uso de energia renovável e a conservação de áreas naturais, são alguns exemplos de ações que contribuem para a redução da poluição na terceira capital do país”, afirma.

Na semana que vem, será lançado o Plano de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE), que trará linhas de ações e metas definidas até 2040 para a redução das emissões de GEE no município.

“Belo Horizonte faz parte do grupo de cidades que já possui estratégias para mitigar os efeitos do aquecimento global. O inventário é uma espécie de exame de sangue ou do pulmão do município. O plano de redução é justamente o tratamento, o caminho para reduzir a poluição e garantir qualidade de vida à população”, finaliza o secretário Mário Werneck.

Todas as versões do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) estão disponíveis no portal da PBH.