7 December 2020 -

Foto: Divulgação PBH
Emissões de Gases de Efeito Estufa caem 22% em Belo Horizonte
criado em 07/12/2020 - atualizado em 07/12/2020 | 19:13
As emissões de Gases de Efeito Estufa, responsáveis pelo aquecimento global, caíram 22% em Belo Horizonte, no período de 2014 a 2019. Os dados compõem o 4º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), lançado virtualmente nesta segunda-feira, dia 7, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Já o Brasil emitiu 9,6% a mais de gases de efeito estufa em 2019, em comparação a 2018, especialmente devido ao crescente desmatamento da Amazônia, tendo sido o sexto país que mais emitiu esses gases no mundo. Entender as fontes dessas emissões nas cidades e nos países é a chave para o planejamento de ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Daí a importância de se realizar o inventário de emissões, que segue protocolos internacionais de avaliação e é calculado a partir do perfil das emissões diretas e indiretas de GEE.
“Esta quarta edição do inventário de emissão de gases de Belo Horizonte é uma entrega importante para o município, que comemora nesta semana 123 anos. É a partir deste diagnóstico que vamos continuar executando políticas públicas que possam reduzir nossas emissões e, ao mesmo tempo, alinhar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente. Belo Horizonte é uma das poucas capitais brasileiras que possui um amplo histórico de avaliação e que promove a gestão integrada para melhoria da realidade”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck.
O levantamento traz informações com base nos setores de transporte, resíduos e energia. De acordo com o Inventário, a emissão per capita de gases do efeito estufa caiu de 2,135 tCO²e/ha, em 2014, para 1,1656 tCO²e/ha, em 2019. No mesmo período, as emissões totais de GEE que eram de 5.318.001 tCO²e, em 2014, recuaram para 4.160.083 tCO²e, no ano passado.
Em 2019, o setor de transporte respondeu por 57% das emissões, seguido de resíduos, com participação de 27% e, em terceiro, fontes estacionárias de energia, com 16% das emissões. O transporte terrestre, que representa hoje 75% das emissões do setor, seguido da aviação, apresentou recuo de 39% nas emissões, entre 2018 e 2019.
Os resultados estão associados, principalmente, à redução da atividade econômica do país no período pós Copa do Mundo. No entanto, o esforço do poder público em executar políticas para reduzir os níveis de poluição deve ser considerado.
“Não podemos minimizar a importância de políticas que se demonstraram efetivas na mitigação das emissões, como as usinas de aproveitamento energético implantadas nos aterros sanitários e na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Arrudas, a política de bicombustíveis e a substituição da gasolina pelo etanol que, no entanto, é também muito condicionada à política de preços praticada”, aponta o relatório.
Os municípios possuem um papel fundamental na implantação de políticas públicas de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas, uma vez que muitas maneiras de reduzir as emissões de GEE e os seus efeitos sob o aquecimento global estão em sua competência de atuação e planejamento – e é o que Belo Horizonte vem fazendo.
Um bom exemplo nesse sentido está relacionado com o aterro sanitário. Com as usinas de aproveitamento energético, aponta o diagnóstico, deixaram de ser lançados na atmosfera 1,86 milhões de tCO²e referente aos resíduos aterrados, no período de 2009 a 2019.
Para Dany Silvio Amaral, secretário executivo do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE), órgão colegiado responsável pela mobilização, construção de critérios e validação do documento, Belo Horizonte tem várias ações com objetivo de mitigar a poluição.
“Reflorestamento das áreas degradas, investimento em eficiência energética, o incentivo ao uso de energia renovável e a conservação de áreas naturais, são alguns exemplos de ações que contribuem para a redução da poluição na terceira capital do país”, afirma.
Na semana que vem, será lançado o Plano de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE), que trará linhas de ações e metas definidas até 2040 para a redução das emissões de GEE no município.
“Belo Horizonte faz parte do grupo de cidades que já possui estratégias para mitigar os efeitos do aquecimento global. O inventário é uma espécie de exame de sangue ou do pulmão do município. O plano de redução é justamente o tratamento, o caminho para reduzir a poluição e garantir qualidade de vida à população”, finaliza o secretário Mário Werneck.
Todas as versões do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) estão disponíveis no portal da PBH.
Notícias Relacionadas
Prefeitura de BH planta 200 árvores nativas no Parque Goiânia
30/11/2023 | 16:24
PBH lança canal público de WhatsApp para emissão de alertas preventivos
28/11/2023 | 17:06
Prefeito sanciona lei que proíbe carroças em BH a partir de 2026
27/11/2023 | 15:38
Prefeitura de BH lança Observatório do Meio Ambiente
16/11/2023 | 16:47