10 December 2019 -
Nicole Rodrigues Florentino, aluna do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal José Maria Alkmim (EMJMA), localizada na região de Venda Nova, é a vencedora da categoria Poema da 6ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. A última etapa da olimpíada aconteceu nessa segunda-feira, em São Paulo, quando foram revelados os 28 alunos vencedores e seus professores.
Baseado no tema “O lugar onde vivo”, Nicole, de 11 anos, se inspirou em Minas Gerais, falando da beleza, dos traços e acontecimentos marcantes do estado. Em seu poema intitulado “Da janela de Minas”, ela fala tanto de coisas boas e dos aspectos positivos do lugar onde vive quanto dos aspectos negativos, fazendo uma crítica social.
A professora de Língua Portuguesa Terezinha Lima da Silva, que foi uma das finalistas da competição, desenvolveu oficinas com os alunos e fez um acompanhamento extraclasse com Nicole, trabalhando a estrutura do seu poema e aperfeiçoamento do texto.
A professora explica que esses projetos são uma forma de preparar os alunos para o futuro e falou da alegria pelo resultado positivo. “Todos ficamos muito felizes com essa conquista. A leitura e a escrita têm o poder de abrir portas”, disse Terezinha.
Nicole nunca tinha feito um poema e entrou na competição apenas por sua paixão pela escrita. Ela não imaginava ir tão longe. “Quase não acreditei quando fui selecionada, fiquei muito feliz", disse Nicole.
A Olimpíada
A Olimpíada de Língua Portuguesa é um concurso de produção de textos para alunos do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, de escolas públicas de todo o país.
O tema das produções deste ano é “O lugar onde vivo”, que propicia aos alunos estreitar vínculos com a comunidade e aprofundar o conhecimento sobre a realidade local, contribuindo para o desenvolvimento de sua cidadania.
Leia o poema finalista:
DA JANELA DE MINAS
Da janela de minha casa,
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Da janela de minha casa,
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Da janela de minha casa,
Vejo um delicioso feijão tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Da janela de minha casa,
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Da janela de minha casa,
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Da janela de minha casa,
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Da janela de minha casa,
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Da janela de minha casa,
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Da janela de minha casa,
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Da janela da minha casa,
Vejo quase tudo...
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.