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Zoo de BH participa de campanha contra o tráfico de animais silvestres
Suziane Brugnara/PBH

Zoo de BH participa de campanha contra o tráfico de animais silvestres

criado em - atualizado em

O tráfico de animais silvestres é uma triste realidade. Atualmente, ela é considerada uma das maiores atividades ilícitas no mundo, junto com o tráfico de drogas, de armas e de pessoas. O Zoológico de BH realizará, de 22 a 28 de junho, ações educativas da Campanha “Pare o tráfico... Não compre animais silvestres ilegais”. A proposta é divulgar o tema e os impactos para a fauna, além de contribuir para a redução do tráfico de animais silvestres no país. As atividades serão feitas no quiosque, próximo ao recinto do jacaré-de-papo-amarelo. Não é necessário realizar inscrição para participar das atividades.

A atividade “Tráfico de animais silvestres... Uma ameaça à biodiversidade!” irá promover bate-papos e apresentar ao público fotos e objetos apreendidos em ações de combate a esse tipo de crime, destacando os desafios enfrentados pela fauna silvestre e o papel dos zoológicos na proteção e conservação das espécies. A ação integra a Campanha Contra o Tráfico Ilegal de Fauna Silvestre, da Associação Latinoamericana de Parques Zoológicos e Aquários (ALPZA), que declarou o dia 25 de junho como o “Dia contra o tráfico de fauna silvestre”.

No sábado (22), a ONG Waita também estará no Zoo com a atividade “Papagaios-verdadeiros e Papagaios-do-peito-roxo de volta à vida livre: um convite à imersão nas etapas de reabilitação, soltura e monitoramento do Waita”. A proposta é tornar mais acessível os processos de pesquisa científica envolvidos na reabilitação e reintegração dessas espécies às matas.

Educar e sensibilizar o público para o tema

Anualmente, milhares de animais silvestres são retirados da natureza pelo tráfico e a maioria nem chega ao seu destino. A principal arma para se combater o tráfico é não o financiar, pois ele só existe porque há compradores. Ainda é grande o número de pessoas que mantêm em casa animais silvestres como se fossem domésticos e não compreendem o mal que fazem.

Os zoológicos e aquários têm responsabilidade na proteção das espécies, especialmente aquelas que se encontram ameaçadas de extinção e diante da ameaça do tráfico ilegal que as rondam é preciso intensificar os esforços para combater essa prática, através do desenvolvimento de ações coordenadas e estratégicas entre os diferentes atores da sociedade. “Os zoológicos têm uma grande audiência, o Zoo de BH, por exemplo, recebe mais de 500 mil visitantes anualmente, sendo um local com grande potencial para se abordar os diferentes temas relacionados à fauna. A proposta dessa ação educativa é sensibilizar os participantes acerca das consequências do tráfico, tanto para os animais que foram vítimas quanto para a saúde humana, para que eles se tornem multiplicadores dessas mensagens”, explica a bióloga da gerência de Educação Ambiental, Rizzia Dias Botelho.

Atuação do Zoo de BH na reabilitação de animais silvestres

Os animais silvestres quando apreendidos, além da origem desconhecida, geralmente não se encontram em boas condições de saúde, estando, muitas vezes, sem condições de serem devolvidos ao seu ambiente natural. Nesses casos, eles são encaminhados para um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-IBAMA/IEF) e depois para um zoológico ou criadouro conservacionista.

O Zoológico de BH atua em parceria com órgãos ambientais nos cuidados, tratamento e reabilitação de animais silvestres resgatados do tráfico. No caso dos representantes da fauna nativa, caso tenham condições de retornarem aos seus habitats naturais, após a completa reabilitação, eles são devolvidos aos órgãos ambientais para essa soltura. Em 2018, a instituição recebeu cerca de  50 filhotes de psitacídeos, sendo uma curica-esfumaçada (Pionus maximillianii), além de papagaios-galegos (Alipiopsitta xanthops) e papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) para serem cuidados e tratados. Após o período de recuperação e quando já estavam aptos, eles foram encaminhados para a soltura.

Nos casos dos indivíduos que não têm condições de serem devolvidos à natureza, eles passam a integrar o plantel da instituição com o objetivo de formar uma população genética e demograficamente viável, podendo fazer parte de programas de reprodução que prevêem a reintrodução dos adultos e filhotes. O Zoo de BH e a ONG Waita foram parceiros em dois projetos desse tipo. A primeira experiência aconteceu em 2021, por meio do Projeto Voar “Papagaio-do-peito-roxo”, espécie ameaçada de extinção, que contou com a reintrodução em seu habitat natural de 20 indivíduos. Do total, sete foram disponibilizados pelo Zoológico, sendo três nascidos e quatro reabilitados na instituição.

A segunda experiência ocorreu em 2023, através do Projeto Voar “Papagaio-verdadeiro”, com 25 indivíduos reintroduzidos à sua área de ocorrência, sendo quatro deles após reabilitação no Zoo. “O tráfico de aves é uma ação cruel. Recebemos aqui no Zoo vários filhotes, ainda sem penas e com o papo queimado por receber comida muito quente. Acolhemos sempre que é possível com o objetivo de preparar cada indivíduo para uma reabilitação e, só então, uma soltura. A parceria com o Waita nos possibilitou realizar um grande sonho da liberdade com responsabilidade. É sem dúvida um lindo projeto, cheio de obstáculos, mas rico em esperanças”, explica a bióloga e chefe de Seção de Aves do Zoológico, Márcia Procópio.

Atividades no Zoo de BH

Bate-papo “Tráfico ilegal de animais silvestres... Uma ameaça à biodiversidade!”, com a equipe de educação ambiental do Zoológico e “Papagaios-verdadeiros e Papagaios-do-peito-roxo de volta à vida livre: um convite à imersão nas etapas de reabilitação, soltura e monitoramento do Waita”, com a equipe de educação ambiental do Waita.

Sábado (22), das 10h às 13h

Bate-papo “Tráfico ilegal de animais silvestres... Uma ameaça à biodiversidade!”

Terça (25) e quinta-feira (27), das 9h30 às 15h30

Quarta (26) e sexta-feira (28), das 9h30 às 11h30