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A foto mostra a vista aérea da Lagoa da Pampulha em um dia de céu claro com poucas nuvens.
Foto: Breno Pataro

Prefeitura realiza censo populacional e relatório situacional dos jacarés

criado em - atualizado em

Como parte do programa de preservação da Lagoa da Pampulha e visando dar uma atenção especial à fauna do local, a Prefeitura de Belo Horizonte abre licitação para realizar um censo populacional e relatório situacional dos jacarés que vivem no local. Além deste estudo, os trabalhos  de manejo das capivaras continuam, com mais de 50% dos animais já esterilizados e tratados com carrapaticida. A novidade sobre os répteis foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM), de 21 de agosto, com a abertura de licitação para contratar uma empresa interessada em realizar o serviço.

O objetivo do estudo é saber quantos animais são, a faixa etária, a espécie dominante, os locais de reprodução, além da interação com outros espécimes e com o ecossistema. De acordo com o gerente de defesa dos animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Leonardo Maciel, a proposta é avaliar o impacto ambiental da presença desses animais. O trabalho deverá ser desenvolvido em quatro meses a partir da data de assinatura do contrato com a empresa.

A entidade contratada fará avaliações visuais diurnas e noturnas, além de inspeção e mapeamento de ninhos, com a entrega de relatórios mensais dos resultados à Secretaria. Ao fim do período, será produzida uma avaliação final com respostas a itens previamente definidos, como por exemplo: nome da espécie de jacaré presente no local e registros fotográficos; número de ninhos e locais de maior incidência; censo populacional e riscos para a prática de esportes náuticos.

Leonardo revela que, a princípio não há intenção ou necessidade de retirada dos animais, e o que se pretende no momento é um estudo com fins de conservação e cuidados com o meio ambiente. Ainda de acordo com o gerente, o monitoramento dos animais será feito por meio de visitas de barco à lagoa, mapeamento por GPS dos locais de reprodução dos animais e fotos. “De antemão, sabemos que esta espécie, que é a provável jacaré-do-papo-amarelo, não oferece risco a humanos. São animais que medem em torno de dois metros e não atacam pessoas, se alimentando de peixes, pequenas aves e tartarugas pequenas”, explica.

Após os resultados do estudo, será verificado se há um excesso populacional dos répteis. Se positivo, será proposto um plano de manejo junto ao IBAMA para o controle reprodutivo dos répteis.


Capivaras

O processo de esterilização começou em outubro de 2017, quando houve a assinatura do contrato com a empresa responsável pelos serviços. Em censo realizado em novembro do ano passado, foram contabilizados cerca de 65 animais (número variável, tendo em vista a existência de roedores grávidas à época do censo, bem como mortes por causas naturais). Foram castrados 42 animais, o que equivale a 65% do número total registrado no censo.

No último mês começou uma nova fase no manejo das capivaras. As ações estão acontecendo na orla da Lagoa da Pampulha, com a instalação de bretes (armadilhas) para a captura dos roedores. As intervenções são planejadas de forma a gerar o mínimo de impacto no conjunto arquitetônico e foram autorizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O trabalho de manejo segue conforme o previsto e o contrato com a empresa que executa o plano vai até outubro. Ainda segundo o gerente de defesa dos animais da SMMA, Leonardo Maciel, os animais são esterilizados, recebem tratamento com carrapaticida, são microchipados e soltos novamente. Os resultados desta primeira parte do trabalho serão apresentados até o final do ano.

Um plano para continuidade das ações contra a febre maculosa após o fim do manejo, em outubro de 2018, já está sendo formulado.


Preservação do cartão postal

A região da Lagoa da Pampulha abriga uma rica fauna com dezenas de espécies de aves, peixes, répteis, tartarugas, capivaras e jacarés. Como parte de um programa de preservação, a PBH trabalha todas as espécies com vistas ao equilíbrio ambiental.

Com os conceitos modernos de saúde única, a Prefeitura de Belo Horizonte trabalha com conhecimentos técnicos e científicos visando a saúde dos animais, do meio ambiente e da população. Fugindo assim, do princípio higienista que sugere que a solução é remover, sacrificar ou retirar os animais sempre que houver conflito envolvendo pessoas e animais.