19 Fevereiro 2020 -
Representantes da Prefeitura de Belo Horizonte, do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE) e dos movimentos Nossa BH e Engajamundo participaram nessa terça-feira, dia 18, da primeira oficina de revisão do Plano Municipal de Redução das Emissões de Gases do Efeito Estufa (PREEGE).
Elaborado com a participação de diversos setores da Prefeitura e da sociedade civil, o plano parte de uma análise da emissão de gases de efeito estufa no município para propor medidas práticas para a redução, organizadas nos eixos estratégicos: transportes, energia, saneamento e adaptação. A meta, até 2030, é reduzir em 20% o volume de emissão de gases na capital mineira.
Segundo o Comitê, as cidades ocupam 3% da superfície da Terra, mas utilizam 75% dos recursos naturais e são responsáveis por 70% da emissão de gases do efeito estufa (GEE). Em Belo Horizonte, o setor de transportes é responsável por 56% das emissões, seguido pela área de fontes estacionárias (18%) e de resíduos (15%).
A atualização do PREGEE-BH consiste na qualificação deste instrumento de planejamento e acompanhamento do controle e da redução das emissões de GEE no município. O objetivo principal é atingir as metas pré-fixadas no Plano Estratégico BH 2030, em conformidade com os padrões internacionalmente estabelecidos, em especial, o Pacto Global das Cidades pelo Clima e Energia, do qual BH é signatário.
“Outro ponto importante no plano é pensar em ações de adaptação da cidade aos efeitos da mudança do clima para se construir estratégias de enfrentamento aos eventos extremos de ondas de calor, deslizamentos e inundações”, completa Dany Silvio Souza Leite Amaral, gerente de Ações para Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e secretário Executivo do CMMCE.
Para Thiago Cisalpino, gerente de Políticas Públicas da WayCarbon – assessoria técnica contratada para auxiliar o trabalho –, Belo Horizonte tem um papel relevante nas estratégias e políticas ambientais, pois realiza inventários periodicamente há quase uma década, publicou um estudo de vulnerabilidade à mudança do clima premiado internacionalmente e tem um plano de redução de emissões que será atualizado.
“Isso permite que a cidade assuma um papel de liderança política nas ações relacionadas à mudança do clima e aproveite as oportunidades nessa área”, afirma Cisalpino.
Nessa semana, o CDP (organização internacional que impulsiona empresas e governos a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa) incluiu Belo Horizonte na lista das 105 cidades reconhecidas como líderes globais em ações e transparência climática. No Brasil, apenas a capital mineira e o Rio de Janeiro obtiveram a nota A.
Entre as ações destacadas pela organização está o selo “BH Sustentável”, criado para incentivar empreendimentos públicos e privados a realizarem medidas para diminuir o consumo de água, de energia e as emissões de gases de efeito estufa.
Outra ação destacada foi a substituição das lâmpadas de semáforos por LED, tornando Belo Horizonte o município com o maior uso desse sistema na América Latina. A medida resultou na redução de 87% do consumo de energia por lâmpada trocada, além da diminuição no descarte das lâmpadas, já que o LED tem maior durabilidade que as anteriormente utilizadas.
O CDP também cita o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos, que processa e queima o gás metano produzido em um antigo aterro de Belo Horizonte, gerando energia para abastecer 20 mil casas com consumo abaixo de 100kWh/mês.