11 August 2025 -
Justiça climática, territórios vulnerabilizados, desigualdades, visibilidade, formas de engajamento, representatividade, políticas públicas e ações em ocupações e vilas e favelas foram temas apresentados por jovens coordenadores de projetos sociais e de ativismo climático, bem como integrantes do Conselho Municipal de Juventude, no Local Conference of Youth (LCOY). Belo Horizonte foi uma das sete cidades no país a receber o evento, realizado no Centro de Referência das Juventudes e no Parque Municipal Renné Giannetti, ambos na região central.
O encontro culminou na construção coletiva da Declaração das Juventudes pelo Clima por jovens de BH e região metropolitana. A gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Ana Dumbá, ministrou palestra e conduziu a oficina de preparação para o documento final.
Organizada pela Youngo, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a conferência ocorre simultaneamente em mais de cem cidades pelo mundo, no contexto preparatório para a COP 30, que será realizada em novembro em Belém (PA). A LCOY, como destacado pelos presentes, é uma oportunidade de participação da juventude na problematização e proposições em torno da questão climática, com foco no território e na realidade local dos bairros e municípios.
A declaração final será levada à plenária da Conference of Youth (COY), previamente à COP 30, como forma de convencimento para que os países coloquem os pontos elencados em suas propostas de estado. “A ideia aqui é discutirmos a realidade de territórios em BH e Região Metropolitana para pensarmos problemas e soluções, ideias e propostas para a COP 30”, destaca Ana Dumbá.
Etapas
Em Belo Horizonte, as atividades foram divididas em etapas. Pela manhã, no CRJ, a mesa de abertura teve falas de jovens. A plateia, com dezenas de representantes de coletivos, acompanhou um painel de palestras. Em sua fala, Ana Dumbá abordou questões como transição justa, desigualdades e construção de políticas públicas. A gestora da PBH ressaltou a importância de se pensar na realidade dos municípios, na renda e na empregabilidade dentro dos processos de transição na emergência climática.
“Precisamos pensar no futuro do planeta e do clima de forma que as pessoas não fiquem pra trás, mas sim no centro”, argu
mentou. Nesse sentido, ela ressalta o protagonismo da juventude de encabeçar mudanças, assim como o compromisso do prefeito Álvaro Damião com a agenda ambiental. “O grande objetivo desse encontro é oferecer propostas e pautar politicamente e globalmente o que BH quer para o futuro do clima da cidade”.
À tarde, o grupo seguiu para o Parque Municipal. Na Praça dos Fundadores, sob copas de árvores centenárias, os participantes receberam uma contextualização da realidade da capital mineira, tendo como referência o Estudo de Vulnerabilidade Climática e Ambiental de Belo Horizonte, documento apresentado em 2016, com grande participação da Subsecretaria de Gestão Ambiental e do Clima.
A partir das experiências, conhecimentos e sensibilidade de cada um presente, a dinâmica de grupo elencou vulnerabilidades, como demandas por parques em regionais, esgoto e ilhas de calor, com propostas da juventude a serem elencadas à COY e levadas a COP 30, que terá a presença de representantes da SMMA.