A Prefeitura de Belo Horizonte e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) firmaram nesta quinta-feira (27) convênio que promete tornar o Parque Municipal Américo Renné Giannetti ainda mais acolhedor e seguro para quem frequenta ou passa pelo local e modernizar o Teatro Francisco Nunes. O convênio tem um prazo de 60 meses e prevê o repasse pelo Judiciário de aproximadamente R$ 14 milhões para custear as intervenções no parque e no entorno, como melhorias nas entradas, acessibilidade, paisagismo, mobiliário e estruturas internas.

O presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Gelson Leite, ressalta que as melhorias reforçam a importância do Parque Municipal para a região central da cidade. “Essa parceria é fundamental para que possamos oferecer um parque cada vez melhor, mais seguro e mais integrado às necessidades da população”, afirma. Ele destaca que a revitalização do Parque Municipal faz parte de um projeto mais amplo que envolve o centro da cidade, com iniciativas de mobilidade, segurança e sustentabilidade ambiental. 

Para o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, o convênio simboliza uma forma de ampliar o conceito de Justiça, contribuindo também para o funcionamento e bem-estar da cidade. “Investir em um equipamento público, como o Parque Municipal, é a demonstração que o Tribunal quer fazer Justiça de uma maneira mais ampla, ou seja, também contribuindo para o funcionamento da cidade”. 

Intervenções 

As intervenções incluem reformas nas entradas da Rua da Bahia e da Avenida Assis Chateaubriand, troca de pisos, pintura e revitalização de áreas de convivência e jardins. Bancos, lixeiras, bebedouros, aparelhos de ginástica e coreto serão reformados. Fontes e cascatas serão impermeabilizadas. O projeto prevê ainda a instalação de videomonitoramento e construção de nova guarita com ponto de apoio da Guarda Municipal.

Já o Teatro Francisco Nunes, que completou 75 anos neste ano, passará por melhorias para modernizar a infraestrutura, aumentar o conforto de artistas e espectadores e melhorar as condições técnicas para a realização de espetáculos. Entre as ações está a aquisição de novos equipamentos de som, que vai possibilitar a modernização da sonorização. Também está prevista a manutenção e substituição de poltronas, que apresentam sinais de desgaste.

Outro ponto fundamental será a modernização do sistema de ar-condicionado central, visando oferecer uma climatização mais eficiente e adequada ao espaço. Será realizada ainda uma obra permanente no subsolo da edificação e a conclusão da obra da subestação elétrica. A requalificação contempla a manutenção e substituição de peças das varas elétricas do palco, fundamentais para o funcionamento de iluminação e cenografia, e a revitalização da portaria exclusiva de acesso ao teatro, pela Avenida Afonso Pena em frente ao prédio da PBH. 

O espaço contará com guarita renovada, portão exclusivo e estrutura para banners, além de nova sinalização e iluminação. Essa melhoria visa ampliar a visibilidade do teatro, especialmente em horários em que os portões do Parque Municipal estão fechados, facilitando o acesso direto ao público.

Sobre o Parque Municipal 

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti foi inaugurado em 26 de setembro de 1897, antes mesmo da nova capital mineira. É o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte e possui uma área de quase 193 mil metros quadrados.  Localizado no Hipercentro, região mais adensada da cidade, desempenha relevante papel no equilíbrio entre o processo de urbanização e preservação do meio ambiente.

Tem flora diversificada, com árvores e plantas ornamentais fornecedoras de néctar e frutos, podendo ser considerado um importante refúgio para a fauna, composta por várias espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e insetos.

Sobre o Teatro Francisco Nunes 

Em 1942, Belo Horizonte fica sem uma casa de espetáculos, pois o então Teatro Municipal, localizado na Rua Goiás, é reformado para se tornar o Cine Teatro Metrópole. Sob a pressão da sociedade e artistas, em 1947 o então prefeito Otacílio Negrão de Lima inicia projeto para erguer, em caráter provisório, o “Teatro de Emergência”, que recebeu seus primeiros eventos em setembro de 1950. 

O teatro recebeu seu nome atual em homenagem ao maestro, compositor, clarinetista e professor Francisco Nunes Júnior (1875-1934). Nas décadas de 1950 e 1960, o espaço foi prioritariamente ocupado por apresentações líricas e de orquestras. Nas décadas de 1970 e 1980, os shows de música popular brasileira eram constantes. Artistas como Elis Regina, Ney Matogrosso, Chico Buarque, MP4, Novos Baianos, Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso se apresentaram nos palcos do teatro. 

Atualmente, recebe importantes eventos do campo artístico-cultural brasileiro, como o Festival Internacional de Teatro Palco & Rua (FIT-BH); o Festival de Arte Negra (FAN) e a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.