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Cena da Lagoa do Nado

Prefeitura lança projeto de valorização das culturas tradicionais

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A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Parques e Zoobotânica, vai lançar, neste sábado, dia 8, o projeto “Jardins do Sagrado, Cultivando Insabas (folhas no dialeto Yorubá) que Curam”.  O lançamento será às 8h30 no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional, localizado no Parque Lagoa do Nado.


O projeto, que integra e é uma das prioridades da política de Patrimônio Cultural do Município, busca divulgar e apoiar os saberes ancestrais dos povos tradicionais na utilização cultural das plantas. Entre as ações previstas no Jardins do Sagrado está a construção de um jardim etnobotânico, o plantio, coleta e troca de mudas. Outra iniciativa é a elaboração de uma regulação que viabilize o acesso e a coleta de folhas em determinadas áreas verdes da cidade.


Para o desenvolvimento das ações, serão realizadas, inicialmente, duas rodas de conversa que têm por finalidade estabelecer o diálogo e fazer a construção coletiva das diretrizes para implementação do jardim. A primeira roda de conversa será no dia do lançamento.


Com o projeto, a Prefeitura pretende dar visibilidade às tradições afro-brasileiras e indígenas, compreendendo que uma cidade diversa e plural respeita e promove o diálogo, a troca e a interação entre saberes e memórias diversas. Ao mesmo tempo, busca garantir a preservação das memórias, dos símbolos e das narrativas dos grupos humanos, incluindo os que são colocados à margem nas histórias das cidades.

 

Patrimônio imaterial

 

De acordo com o secretário municipal de Cultura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, o sucesso do projeto está na capacidade de agregar o conhecimento tradicional e o acadêmico, reunindo diversos órgãos da Prefeitura, universidades, organizações religiosas e comunitárias. “Esse é um projeto pelo qual tenho o maior carinho. Tenho essa ideia desde que fui secretário de Meio Ambiente em Salvador, uns trinta anos atrás. As culturas tradicionais de origem africana e indígena e as mestiças e populares utilizam as plantas em rituais culturais", afirma.


A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, assinala que o Jardins do Sagrado integra as ações de ampliação e fortalecimento da política de salvaguarda do patrimônio imaterial de Belo Horizonte, um dos eixos centrais da administração. Por isso, segundo a presidente, a escuta das demandas e o diálogo com as comunidades afro-brasileiras e indígenas são consideradas fundamentais para a definição das diretrizes de implementação. 


O projeto Jardins do Sagrado, como ressalta o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sérgio Augusto Domingues, consolida a integração da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica às políticas públicas de cultura ao agregar os 28 anos de experiência do Jardim Botânico de Belo Horizonte e seu valioso acervo etnobotânico. Além disso, mantém vivo os princípios que mobilizaram a população na criação do Parque Fazenda Lagoa do Nado. “Esses princípios indicaram que, para construir uma cidade mais sustentável, é fundamental valorizar os costumes, tradições e a cultura de paz", destaca.


O projeto faz parte do trabalho da Secretaria Municipal de Cultura de valorização das tradições afro-brasileiras e indígenas, da cultura popular e de combate ao racismo e ao etnocentrismo. A segunda roda de conversa será no dia 29/6, sábado, às 8h30, também no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional, localizado no Parque Lagoa do Nado.