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Nove cidadãos integrantes do curso antitabagismo da PBH
Foto: Andrea Moreira/PBH

PBH tem programa de controle do tabagismo

criado em - atualizado em
O tabagismo é a maior causa evitável de doença e morte no mundo. Os diversos tipos de fumo - cigarros industrializados e de palha, cachimbos, charutos, narguilés e cigarros eletrônicos - têm cerca de cinco mil substâncias tóxicas e provocam mais de 50 doenças, entre elas as doenças cardiovasculares, pulmonares e o câncer.

Com o Programa de Controle do Tabagismo, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tem o propósito de ajudar as pessoas a superarem o vício do cigarro. O programa é oferecido nos centros de saúde da cidade, que organizam grupos de fumantes interessados em adotar hábitos de vida mais saudáveis e abandonar o uso do tabaco. Os interessados em participar devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência. 

As amigas Elizabeth Alves Cardoso, de 55 anos, e Mary Lopes, 62, conheceram-se em julho deste ano, quando começaram a frequentar o grupo de controle do tabagismo no Centro de Saúde Serrano, região da Pampulha. Desde então, não se desgrudaram mais.
 
Denominado “Qualidade de vida”, o grupo começou com 12 participantes, dos quais nove cessaram o tabagismo completamente com a ajuda de medicamentos e apoio dos profissionais e demais integrantes. Coordenado pelo farmacêutico Glauber Diniz e pela assistente social Edilene Vasques, o grupo contou ainda com o apoio de outros profissionais da saúde, como nutricionista, dentista, instrutora de Lian Gong e professora da Academia da Cidade.

Conforme preconizado pelo programa do Ministério da Saúde, os encontros acontecem, inicialmente, uma vez por semana; depois passam a ser quinzenais e, posteriormente, mensais, totalizando dez encontros. O trabalho consiste em ‘limpeza da nicotina’, que causa dependência física, química e psicológica. Glauber explica que, ao longo destes dez encontros, os pacientes vão vencendo as etapas do programa e, ao final, os resultados são muito positivos. A maioria relata mudanças nos hábitos de vida, como a inclusão da prática de atividade física, melhora do relacionamento familiar e da alimentação saudável. 

Uma estratégia adotada pelo farmacêutico foi a criação de um grupo na rede social que facilitou a interação entre os participantes. Conforme Glauber, o grupo formado por pessoas que compartilham da mesma dificuldade funciona como um apoio para todos aprenderem a lidar com as situações de “gatilho”. “Somente o uso do medicamento não resolve. A interação entre os integrantes do grupo traz um resultado mais rápido”, afirmou.

Para ele, o atendimento individual conforme a necessidade do paciente e o apoio através de grupo de aplicativo são um diferencial: “É uma forma mais rápida de esclarecer dúvidas em relação ao uso do medicamento, em relação às situações de fissura pelo uso do tabaco, além de promover o apoio mútuo entre os pacientes.” 

Uma dica importante: “O paciente precisa entender que, após parar de fumar, deve-se evitar o 1º cigarro”, enfatiza Glauber.
 


Despedida festiva

Em novembro, os integrantes do grupo Qualidade de Vida se reuniram no Centro de Apoio Comunitário (CAC) Serrano, próximo ao centro de saúde, para celebrar o último encontro dos integrantes. O clima era festivo. No depoimento de cada participante, histórias de superação e otimismo.

Aos 72, Laene de Souza Zerlotini conseguiu superar o vício do cigarro, iniciou atividade física e melhorou o vínculo familiar. Para ela, apoio da família foi fundamental. “Quando eu tinha algum compromisso e não podia comparecer aos encontros do grupo, meu marido vinha em meu lugar”, contou. Fumante por mais de 30 anos, Laene disse que atualmente não tem mais vontade. Ela relatou as mudanças positivas em seu organismo. “Observei que melhorou meu paladar e meu olfato, acabou o mal-estar e a queimação que eu sentia no estômago. O grupo me ajudou muito, mas também sou uma pessoa de fé. Estou muito feliz porque o que eu mais queria era parar de fumar. O trabalho aqui é muito sério.”

Para Maria Aparecida Rodrigues, 55, parar de fumar foi um grande desafio, pois fumava desde os 14 anos. “Determinei que ia parar e parei mesmo. Antes era muito magra e até engordei um pouco. Hoje, quando alguém fuma perto de mim, fico com vontade, mas resisto firme!”

Com um quadro de diabetes e asma, Elizabeth Alves Cardoso, 55, fumava mesmo com as crises de falta de ar. Ela conta que teve grande dificuldade no início do programa, mas conseguiu superar o vício. “Fumei por mais de 30 anos. Agora que parei, melhorou minha autoestima e pretendo ajudar meu filho a parar de fumar também.” A amiga Mary Fátima de Souza Lopes Pinto, 62, relatou que antes tinha muito desânimo. “Fumei durante 40 anos mais ou menos e não dava conta de caminhar nem pouca distância. Agora me sinto mais disposta. A Beth me ajudou muito nesta superação.” 



Aumento da demanda

Todos os anos, o município realiza diversas ações para promover a redução do tabagismo, como campanhas de conscientização e capacitações dos profissionais dos centros de saúde para promover a ampliação da oferta do programa aos fumantes. A metodologia dos cursos oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde segue a proposta do Ministério da Saúde. 

Na unidade do Serrano, a procura pelo programa tem aumentado. Em 2017, já foram atendidos dois grupos de controle do tabagismo. O Centro de Saúde Serrano fica localizado na rua Tocantins, 471, bairro Serrano. O telefone para informações é o 3277-7160. 
 
 

14/12/2017. Grupo de controle de tabagismo. Fotos: Divulgação/PBH