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PBH participa do I Congresso Brasileiro de Homeopatia na Agricultura e Ambiente
Foto: Gislaine Santos

PBH participa do I Congresso Brasileiro de Homeopatia na Agricultura e Ambiente

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A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) participa, entre os dias 20 e 23 de novembro, do I Congresso Brasileiro de Homeopatia na Agricultura e Ambiente – (I CBHAA), na cidade de Lages, em Santa Catarina. Com o tema: “Homeopatia Integrativa: cuidando da saúde das pessoas, dos animais, das plantas e do ambiente”, o evento reunirá especialistas, pesquisadores, profissionais e entusiastas da área para discutir e compartilhar conhecimentos sobre a aplicação da homeopatia na agricultura e no ambiente. Os objetivos do congresso são promover a troca de experiências sobre a Homeopatia Integrativa, incentivar a ciência homeopática e fomentar práticas sustentáveis que beneficiem a agropecuária e ajudem na preservação dos ecossistemas.

A engenheira agrônoma do Jardim Botânico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), Marina Portugal Torres, representará a Prefeitura de Belo Horizonte, em uma mesa redonda com o tema “Implementação da Homeopatia na Agricultura Urbana e Rural: Teoria e Prática”. Na ocasião, a profissional irá compartilhar a experiência do Jardim Botânico com o uso de homeopatia no cuidado das plantas, abordando as vantagens e desafios dessa prática na manutenção de jardins, praças, parques e na arborização urbana.

 

Homeopatia em plantas e no ambiente urbano: Vantagens e Desafios

A crescente conscientização da sociedade sobre os impactos negativos dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente, somada ao aumento da resistência das pragas aos pesticidas tem levado à busca por alternativas mais sustentáveis e não poluentes. “Nesse cenário, a homeopatia, ciência baseada no princípio do ‘semelhante cura semelhante’, surge como uma opção promissora. Diferentemente dos métodos convencionais, que dependem de produtos químicos agressivos, a homeopatia utiliza substâncias diluídas e dinamizadas que visam estimular as defesas naturais das plantas”, destaca Marina Torres.

Além de seus benefícios para a saúde e segurança, a homeopatia pode ajudar a revitalizar a biodiversidade local, criando um ambiente mais favorável para polinizadores e outros organismos benéficos.

Atuando em prol da conservação da biodiversidade, o Jardim Botânico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica é um espaço dedicado à pesquisa, educação e lazer. Dada a preocupação com os impactos dos agrotóxicos no ambiente e o risco de declínio da biodiversidade, “seria incoerente o uso de tais pesticidas em um local de visitação pública, especialmente em uma área urbana voltada para a preservação ambiental”, alerta a engenheira agrônoma.

Vale ressaltar que desde sua criação, o Jardim Botânico tem buscado implementar práticas alternativas e não poluentes no manejo fitossanitário. Há mais de vinte anos, desenvolve pesquisas com o uso de preparados homeopáticos no cuidado das plantas e do ambiente. Com o apoio de voluntários homeopatas, a instituição já realizou diversos projetos e tratamentos com resultados promissores. A homeopatia, além de eficaz e de baixo custo, não gera poluição e nem resistência nas pragas, e evita a dependência dos conglomerados agroquímicos e industriais. Respeita os princípios da sustentabilidade social e ambiental e está respaldada legalmente pela Lei nº 10.381 de 23 de dezembro de 2003, que regula a produção orgânica no país.

Rumo à consolidação da homeopatia no manejo da vegetação urbana

No Jardim Botânico da Prefeitura de Belo Horizonte, a homeopatia não é utilizada apenas para tratamentos fitossanitários, mas também para a produção de mudas. Exemplo disso é o uso de preparados homeopáticos na germinação de sementes e no enraizamento de estacas, produzindo “mudas homeopatizadas”, uma maneira inovadora de divulgar a homeopatia alinhada à política ambiental do município.

De acordo com Marina Torres, a intenção é expandir o uso da homeopatia para outras áreas verdes do município. A adoção dessa prática na vegetação urbana pode representar uma mudança significativa no manejo de pragas e doenças nas plantas, além de servir como modelo para outras cidades que enfrentam problemas semelhantes. “Recentemente fomos procurados por técnicos de Belgrado, na Sérvia, interessados em adotar essa prática nos cuidados da vegetação urbana. Eles relatam que os tratamentos convencionais não têm surtido efeito e que as pragas estão se tornando cada vez mais resistentes aos agrotóxicos”, afirma a engenheira agrônoma.

Para que a homeopatia se consolide como prática no cuidado da vegetação urbana, é essencial que haja maior investimento em pesquisa, infraestrutura e capacitação. “A formação de profissionais qualificados e a realização de estudos técnicos sobre a eficácia e a aplicabilidade dos tratamentos homeopáticos são passos fundamentais. Além disso, a sensibilização da população sobre os benefícios de práticas mais sustentáveis pode contribuir para uma maior participação dos cidadãos permitindo a ampliação do uso dessa abordagem”, destaca.

Por fim, a homeopatia deve ser incentivada e incorporada às atividades de paisagismo, agricultura urbana, viveiros de mudas arbóreas e ornamentais, jardins, praças e parques, além do manejo da arborização urbana, de forma integrativa e saudável. A transição para métodos mais naturais e sustentáveis beneficia não apenas a saúde das plantas, mas também contribui para um futuro mais harmonioso e equilibrado para todos.