20 December 2023 -
Estudo realizado pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) aponta que 528 pontos críticos de deposição clandestina de resíduos foram extintos entre 2018 a 2023. Atualmente, a cidade conta com 559 pontos críticos ativos - desse total, 352 são antigos, mapeados desde o primeiro levantamento feito em 2018. O restante, 207, surgiu nos anos seguintes. Por ano, a SLU recolhe cerca de 130 mil toneladas de resíduos desses pontos.
De acordo com a chefe do Departamento de Serviços de Limpeza Urbana da SLU, Erika Santos Resende, a extinção de 528 pontos críticos é resultado do trabalho da Prefeitura de Belo Horizonte, que consiste em ações intersetoriais que envolvem as secretarias municipais de Política Urbana e de Meio Ambiente, a Guarda Municipal, o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) e a SLU. As ações para extinção dos pontos críticos vão desde as campanhas educativas com os moradores até a criação de pontos limpos que provocam melhorias em áreas antes degradadas.
O cadastramento desses locais envolveu o trabalho de educadores ambientais, gerentes de limpeza urbana e técnicos da SLU. Além da localização, informações como o tipo de resíduo descartado e quem descarta foram alguns dos dados apurados.
“Consideramos como ponto crítico os locais públicos em que são lançados resíduos de forma sistemática e contínua, gerando acúmulo e demandando recolhimento constante pela SLU”, explica Erika Resende.
Uma das principais ferramentas de enfrentamento ao problema é o programa Ponto Limpo, da SLU, que conta com diversos parceiros e tem como objetivo transformar as áreas degradadas em ambientes saudáveis para a comunidade.
Antes da implantação de um Ponto Limpo, é feita uma campanha educativa com toda a vizinhança do entorno. Terminada essa fase, o local é limpo e recebe uma placa, com os dizeres “Ponto Limpo – Proibido jogar lixo e entulho. Lançar resíduos neste local constitui crime ambiental. Sujeitos a multa”.
Muitas dessas áreas também ganham plantio de árvores, jardins, cercas e pequenas obras. Assim, o que antes era alvo de descarte dos mais variados tipos de resíduos, torna-se um local agradável para todos desfrutarem.
Entulho e lixo domiciliar são os principais resíduos dos pontos críticos
A maioria dos pontos críticos ativos, 493, estão localizados na chamada cidade formal. Nas vilas e favelas da cidade são 64. As vias da cidade são o alvo preferido das pessoas que fazem a deposição irregular do lixo: 413 estão localizados em ruas, 97 em avenidas, 16 em rodovias e 10 em becos. Vias pavimentadas abrigam 480 pontos críticos. Outros 78 estão em locais sem pavimentação.
Entre os principais resíduos descartados irregularmente estão os entulhos da construção civil, presentes em 92% dos bota-foras clandestinos, e os resíduos domiciliares e orgânicos, encontrados em 87% deles. Os resíduos são jogados principalmente por moradores do entorno (95%), por pessoas em veículos (47%) e carroceiros (40%). “Esses dados são assustadores, pois há serviço regular de coleta domiciliar de resíduos em 550 dos pontos críticos identificados, ou seja, não há necessidade de o cidadão jogar lixo doméstico e orgânico na via pública”, observa a chefe do Departamento de Serviços Limpeza Urbana da SLU.
Erika Resende também chama a atenção sobre as Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), que são os locais corretos para o cidadão descartar os resíduos que não são recolhidos pela coleta convencional. “São 34 URPVs, presentes em todas as regionais, onde o cidadão pode levar gratuitamente entulho de construção, madeira, pneus, podas de árvores e jardins e móveis velhos, entre outros”, diz. Os endereços das URPVs estão disponíveis no Portal da Prefeitura.
De acordo com Erika Resende, para quem precisa descartar uma quantidade maior de entulho a alternativa, também gratuita, é a Usina de Reciclagem de Entulho, na Rua Policarpo Magalhães Viotti, 450, Bandeirantes, que recebe o material transportado por caminhonetes e caminhões. “Quando o cidadão destina de forma correta os resíduos, ele evita uma série de impactos ao meio ambiente e à saúde, como a obstrução de redes de drenagem e os alagamentos, a proliferação da dengue e outras doenças. Quem ganha é toda a população”, diz.
Dados do diagnóstico feito da SLU
Total de pontos críticos ativos mapeados pela SLU em Belo Horizonte: 559
Localização do Pontos Críticos ativos, por regional:
Pampulha: 131
Norte: 91
Noroeste: 77
Nordeste: 58
Oeste: 55
Venda Nova: 49
Leste: 42
Centro-Sul: 35
Barreiro: 21
Resíduos encontrados nos pontos críticos:
Entulho da construção civil: presente em 92% dos pontos
Móveis e outros volumosos: presente em 89% dos pontos
Domiciliar e orgânico: presente em 87% dos pontos
Restos de podas: presente em 83% dos pontos
Eletroeletrônicos e eletrodomésticos: presente em 50% dos pontos
Peças automotivas e pneus: presente em 43% dos pontos
Resíduo comercial: 38%
Animais mortos: presente em 34% dos pontos
Restos de triagem de recicláveis: presente em 19% dos pontos
Resíduos de caixa de gordura: presente em 9% dos pontos
Localização dos pontos críticos e a disponibilidade de serviços de limpeza urbana:
Pontos críticos em locais com a coleta regular de resíduos: 550
Pontos críticos em locais sem a coleta regular de resíduos: 6
Pontos críticos em locais com serviços de varrição: 490
Pontos críticos em locais sem serviços de varrição: 61
Localização dos resíduos nos pontos críticos:
Passeios: 79%
Via pública: 63%
Córrego: 9%
Área verde: 9%
Canteiro central: 5%
Encosta: 6%
Linha férrea: 1%
Quem mais joga lixo nos pontos críticos:
Morador do entorno: em 95% dos pontos
Carrinheiro: (pessoas que transportam resíduos com carrinho de mão): em 62% dos pontos
Motorista ou passageiro em veículo leve: em 47% dos pontos
Carroceiro: em 40% dos pontos
Morador em situação de rua: em 31% dos pontos
Comerciante: em 29% dos pontos
Catador de recicláveis: em 28% dos pontos
Ambulante: em 12% dos pontos