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Odilon Behrens garante atendimento especial para gestantes com anemia falciforme
Foto: PBH/ Divulgação

Odilon Behrens garante atendimento especial para gestantes com anemia falciforme

criado em - atualizado em

O Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HOB) conta com um serviço especializado no atendimento a gestantes com doença falciforme. As mulheres nestas condições demandam acompanhamento mais próximo por apresentarem mais riscos de complicações durante a gravidez, incluindo o óbito materno. Por ano, a equipe da unidade atende em média 50 gestantes com a doença, considerada grave. O atendimento conta com plano terapêutico individualizado para as necessidades de cada paciente, definido em conjunto pela equipe da obstetrícia, hematologia, fisioterapia e cuidados de enfermagem.

 

Há cerca de 15 anos a unidade de saúde integra o Projeto Aninha, Organização e Capacitação dos Cuidadores de Gestantes com Doença Falciforme, que tem o objetivo de capacitar as equipes da maternidade para cuidar dessas pacientes e oferecer atendimento especializado.

A anemia falciforme é a doença hereditária mais comum no Brasil e no mundo. É caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue (as chamadas hemácias). Elas adquirem um formato de foice - daí o nome falciforme -, o que dificulta a circulação e a chegada do oxigênio aos tecidos, desencadeando uma série de sinais e sintomas como dor crônica, infecções e icterícia. 

Toda gestante com doença falciforme que faz acompanhamento no Hemominas é encaminhada para atendimento no ambulatório especializado do HOB.  Pacientes com esse quadro são consideradas pacientes graves, com uma condição muito específica, sendo um grupo que apresenta mais óbito materno e tem taxa de prematuridade mais elevada que a população em geral. 

Para assisti-las de forma adequada, o HOB oferta atendimento integral, com agendamento e programação do parto, reserva de sangue e todo o acompanhamento necessário. “É uma doença genética, então não vai mudar. Temos que trabalhar com as intercorrências que elas apresentarem durante a gravidez, de modo que eu não atrapalhe muito a expectativa de vida delas. Vamos tentar minimizar o máximo possível destas complicações, sempre pesando a questão do feto, do recém-nascido e da saúde da mãe”, explica Vanessa Maria Fenelon da Costa, médica obstetra do HOB, especialista em gestantes com anemia falciforme.

 

A anemia falciforme é um desafio para as pacientes e a equipe que lida com as condições médicas em um contexto de sonho que se quer realizar, apesar da gravidade da doença.  “Cada paciente é um desafio. Não existe paciente com anemia falciforme tranquila, são todas um desafio. Elas sonham em ser mães, mesmo que isso leve ao óbito. Cada vez que uma vai para casa bem, vai embora com o neném bem, é uma etapa vencida”, afirma a médica.

 

Reconhecimento e compartilhamento do cuidado especializado

 

Em dezembro de 2022, o Hospital Metropolitano Odilon Behrens recebeu pela segunda vez o Prêmio João Batista em reconhecimento ao seu trabalho junto às gestantes com doenças falciforme. A premiação, concedida pela Associação de Pessoas com Doenças Falciforme e Talassemia do Estado de Minas Gerais (Dreminas), contempla as entidades, serviços e pessoas que se dedicam a cuidar desses pacientes.

 

Nesta quinta-feira (22), a médica obstetra do HOB, especialista em gestantes com anemia falciforme, Vanessa Maria Fenelon da Costa, participa de uma audiência pública no Senado, em homenagem ao dia 27 de outubro — Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes.

 

A médica vai falar sobre a experiência do serviço de cuidados às gestantes com doença falciforme, os desafios e sucessos do projeto.