O Projeto Elas Cultivam a Lagoinha, da Prefeitura de Belo Horizonte, está cumprindo uma agenda especial, neste mês de agosto, voltada para o resgate da autoestima das mulheres que participam da iniciativa. Oficinas com produção de fotos, exibição de filmes e até a elaboração de um vídeo, feito a partir de imagens captadas durante os momentos de convivência do grupo, fazem parte das atividades programadas. As frequentadoras puderam ser modelos para ilustrar o curta.

O Projeto Elas Cultivam a Lagoinha consiste em uma ação do eixo Espaços Urbanos Seguros, do Plano de Intervenção Qualificada em Cenas de Uso de Crack e outras Drogas, coordenado pela Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção. Fruto da parceria firmada com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável (IEDS), a iniciativa representa uma inovação no campo da prevenção à violência.  As oficinas do projeto são voltadas para a inclusão social e a geração de renda para mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade social, usuárias de drogas e com trajetória de vida nas ruas, frequentadoras do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM).

Os cursos são viabilizados com recursos obtidos a partir de convênio firmado com o Governo Federal, e acontecem na Unidade de Produção Agroecológica situada em frente ao Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional (CRESAN), conhecido como Mercado Popular da Lagoinha. A iniciativa integra as estratégias de requalificação da região, que se encontrava degradada.

Curtas-metragens

A realização de uma oficina de animação com fotografias permitiu que cada frequentadora do projeto posasse para imagens que serão usadas na produção de um vídeo, que está em fase de finalização e será exibido para o próprio grupo, ainda no decorrer deste mês. O objetivo é despertar nas participantes o gosto pelas artes e por atividades culturais.  E recuperar também a autoestima das mulheres, ao inseri-las como personagens na produção, permitindo que se sintam representadas neste universo.

A geodésica (estrutura em bambu, coberta com tela) instalada na área verde em frente ao Mercado da Lagoinha foi o local escolhido para as participantes se reunirem e posarem para as fotos. O espaço também serviu para a exibição de uma série de curtas-metragens. A mostra recebeu o nome de Cinema Fora da Caixa.

As ações do projeto Elas Cultivam a Lagoinha tiveram início em outubro de 2021. Desde então, uma Unidade Móvel de Segurança Pública, pertencente à Guarda Civil Municipal, foi instalada na área adjacente ao Mercado da Lagoinha, a fim de assegurar manutenção da ordem pública, permitindo a utilização do espaço até mesmo no período noturno.

Atualmente são oferecidas oficinas de produção de sucos e refrigerantes naturais, de paçoca, esfirras e de sanduíches que utilizam verduras cultivadas pelas próprias mulheres.  Cada oficina tem a participação de 12 mulheres, em média. São realizadas também aulas de produção de desodorantes e sabonetes naturais.