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 Mostra no Cine Santa Tereza retrata cinema francês das décadas de 1950 e 1960
Reprodução

Mostra no Cine Santa Tereza retrata cinema francês das décadas de 1950 e 1960

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A Nouvelle Vague, movimento artístico do cinema francês das décadas de 1950 e 1960, caracterizado pela abordagem inovadora em relação à narrativa, estética e produção cinematográfica, será tema da próxima mostra do Cine Santa Tereza. Produzida com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français e da Aliança Francesa de Belo Horizonte, a mostra “Nouvelle Vague - da Cinefilia à Política de Autores” acontece de 1º a 10 de setembro. Serão exibidos 9 filmes produzidos por alguns dos precursores e mais importantes expoentes deste movimento que marcou a história do cinema mundial. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site www.sympla.com.br. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa da mostra pode ser consultada no Portal da PBH.

No final da década de 1950 e começo dos anos 1960, em meio a movimentos político-sociais e culturais contestatórios, um grupo de jovens críticos franceses, amantes do cinema e reunidos em torno da revista Cahiers du Cinéma, se aventuraram na direção de filmes, com uma concepção estilística que rompia com o tradicional cinema francês e suas convenções. Priorizando métodos menos rígidos de se fazer cinema, combinaram realismo, subjetividade e experimentalismo, ressaltando o aspecto autoral e criativo do diretor cinematográfico. Eles marcaram a história ao dar origem ao movimento que ficou conhecido como Nouvelle Vague - a nova onda do cinema francês. 

A mostra no Cine Santa Tereza traz uma seleção de títulos que se tornaram clássicos mundiais. Jean-Luc Godard e François Truffaut, ambos figuras de proa do movimento, estão presentes na programação com obras que marcaram suas carreiras.  “Acossado” (Jean-Luc Godard, 1960, classificação 14 anos), já apresentava algumas das características que se tornaram emblemáticas para o grupo: o uso da câmera nas mãos, as locações externas, a narrativa livre de rigidez cronológica, os temas cotidianos, dentre outros aspectos que revolucionaram a forma de se fazer cinema. Já “Jules e Jim” (François Truffaut, 1962, classificação 10 anos) se tornou uma das histórias de amor mais cultuadas pelos cinéfilos mundo afora, com seu charmoso triângulo amoroso interpretado por Jeanne Moreau, Oskar Werner e Henri Serre. 

As obras da Nouvelle Vague também trouxeram à tona temas que emergiam das questões sociopolíticas de então, como a liberalização dos costumes, a revolução sexual, o feminismo, a crítica à violência dos governos totalitários, a valorização da expressão artística, que foram ressaltados, por exemplo, por meio da poesia de Marguerite Duras, destacada pelo diretor Alain Resnais, em “Hiroshima, Meu Amor” (1959, classificação 16 anos); pela contundência do cineasta Chris Marker em “La Jetée” (1962, classificação 14 anos) e “A Sexta Face do Pentágono” (1967, classificação 14 anos); e pela ousadia de Agnès Varda em  “Cléo das 5 às 7” (1962, classificação 12 anos), na qual, retratando a tarde de uma mulher que espera os resultados de um exame, agrega o fortuito e o excepcional, a ação e a subjetividade, num mosaico que extravasa um viés feminista pelas ruas de Paris. 

Complementam a mostra o filme “O Desprezo” (1963, classificação 16 anos) de Jean-Luc Godard, além de dois títulos de outros dois importantes diretores da Nouvelle Vague: “Paris nos Pertence” (1961, classificação 12 anos), de Jacques Rivette; e “Zazie no Metrô” (1960, classificação 10 anos), de Louis Malle. 

Serviço 

Mostra “Nouvelle Vague - da Cinefilia à Política de Autores”
Data: de 1 a 10 de setembro de 2023
Ingressos gratuitos: www.sympla.com.br ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão
Local: Cine Santa Tereza - Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza - Praça Duque de Caxias
Programação completa: Portal PBH - pbh.gov.br/cinesantatereza