18 June 2018 -
Zelar pela conservação de espécies de animais, inclusive as ameaçadas de extinção, é uma das principais funções dos Jardins Zoológicos. No Zoo de BH, o rigor e seriedade dos trabalhos para garantir esse princípio, trouxeram resultados bastante significativos: desde o final de 2017 até o mês de abril, o Jardim Zoológico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) registrou o nascimento de algumas espécies de aves que há muitos anos não se reproduziam na instituição, inclusive de uma espécie ameaçada de extinção – o papagaio-de-peito-roxo.
Bióloga e chefe de Seção de Aves, Márcia Procópio Magalhães explica que os animais que estão sob cuidados humanos, como é o caso no Zoo, podem cumprir seu ciclo de vida de um modo um pouco distinto do que ocorre na natureza. Ela esclarece que, embora este não seja o período mais comum de reprodução dessas aves, a regularidade das condições de alimentação, de abrigo e de manutenção ofertadas no cativeiro favoreceram a reprodução fora da primavera.
“Em um jardim zoológico não podemos falar, de modo tão específico, em ‘época de reprodução’. Isso porque as condições que a gente oferece são constantes e na natureza isso não ocorre. Diante disso, o nascimento dos filhotes pode acontecer mesmo em outros momentos do ano, o que nos traz a satisfação pelo trabalho desenvolvido”, afirma a bióloga.
Entre as novidades do acervo do Zoo de BH estão um filhote de papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), espécie ameaçada de extinção, um filhote de arara-vermelha (Ara chloropterus), dois filhotes de emas (Rhea americana) e um filhote de lóris-amor-amor (Lorius garrulus). Além disso, o Zoo pôde comemorar o nascimento de um cisne negro (Cygnus atratus), resultado do empréstimo de uma fêmea cuidada no jardim zoológico, que formou um casal reprodutivo com um macho que pertence ao palácio do Governo do Estado. O filhote permanece no palácio, junto do pai e da mãe, que permanecerá no local por alguns meses cuidando da nova família.
Nas primeiras semanas é praticamente impossível fazer o registro fotográfico dos filhotes, pois os pais dificilmente saem dos ninhos, o que dificulta a observação por parte dos próprios técnicos e tratadores de animais. “Isso acontece exatamente porque eles não deixam a gente acompanhar isso de tão perto. Botam o ovo, camuflam, não deixam chegar perto do ninho. Aí temos que ter aquele cuidado para que eles não fiquem muito agitados e possam pisotear e quebrar os ovos”, ressalta Marcia Magalhães.
No caso daquelas aves que nasceram depois que seus ovos passaram por incubadoras, a tarefa é muito mais tranquila. Dá para se fazer um registro mais controlado e preciso do desenvolvimento desses filhotes. As duas emas que nasceram no mês de dezembro, por exemplo, já estão em um recinto misto de exposição na Praça Nacional onde dividem o espaço com animais de outras espécies como tamanduás-bandeira, capivara, veado-catingueiro e antas.