Pular para o conteúdo principal

Iniciativa pioneira da SLU reaproveita um milhão de toneladas de resíduos
Divulgação/PBH

Iniciativa pioneira da SLU reaproveita um milhão de toneladas de resíduos

criado em - atualizado em

Uma iniciativa pioneira em Minas Gerais é responsável pelo reaproveitamento de cerca de um milhão de toneladas de resíduos em um período de quatro anos e meio. O material, que antes não era aproveitado, hoje tem uma destinação mais nobre, gerando ganhos sociais e ambientais. Trata-se da Área de Transbordo e Triagem da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos de Macaúbas (ATT), espaço para o qual a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) destina quase a totalidade dos resíduos que recolhe em suas 34 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) e nos bota-foras clandestinos da cidade. “São resíduos como entulho, madeira, podas, pneus e móveis velhos, entre outros, que depois de triados na ATT, são reaproveitados como combustível nos altos-fornos ou retornam para a cadeia produtiva, por meio da reciclagem ou do reaproveitamento”, explica o chefe do Departamento de Destinação Final de Resíduos da SLU, Pedro Heller.

 

Cada tipo de material tem um destino. Os recicláveis (papel, metal, plástico e vidro) são doados às cooperativas de catadores de Belo Horizonte. Desde a inauguração da ATT eles já receberam 2.400 toneladas de recicláveis.

 

Já a madeira, que vem principalmente dos móveis descartados pela população, depois de triturada na ATT, gerou 18 mil toneladas de cavacos, que foram coprocessados em altos-fornos. As 690 toneladas de pneus, que quando abandonadas pela cidade, podem se transformar em criadouro para o aedes aegypti ou degradar o ambiente, também foram destinadas para os altos-fornos.

 

O entulho, material mais pesado, que corresponde a mais de 770 mil toneladas, é reaproveitado no próprio aterro, em abertura de vias e praças de descargas dos caminhões que recolhem o lixo na cidade.

 

Há ainda os resíduos eletrônicos e os perigosos (lâmpadas, solventes e tintas, entre outros) que somaram 220 toneladas. Eles são encaminhados para empresas específicas que realizam o tratamento adequado, para que não contaminem a natureza.

 

“Apenas os 28% dos resíduos, que não são possíveis de serem reciclados ou aqueles que não encontraram uma destinação adequada é que são aterrados, trazendo economia e ganhos ambientais para o município, ao evitar custos com a aterragem, e o prolongamento da vida útil do aterro”, ressalta Pedro Heller. De acordo com ele, a ATT se insere no contexto da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Ela inclui ações voltadas para a logística reversa, por meio da destinação correta dos resíduos pneumáticos, cavacos processados e resíduos perigosos. Também proporciona a criação de novas fontes de energia e a redução da utilização de material mineral que é utilizado no aterro sanitário, diminuindo a exploração exagerada de jazidas”, explica.

 

Outro ponto destacado por Pedro Heller é o aspecto social do empreendimento, que ao destinar os recicláveis para os catadores, contribui para incrementar renda dos trabalhadores de seis cooperativas: Asmare (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável), Associrecicle (Associação dos Recicladores de Belo Horizonte), Coomarp (Cooperativa dos Trabalhadores com materiais Recicláveis da Pampulha Ltda), Coopemar (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de BH), Coopesol (Cooperativa Solidária de Trabalhadores e Grupos Produtivos da Região Leste) e Coopersoli (Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região).

 

A ATT funciona de segunda a sábado, das 7h às 18h, em um pátio com galpão para cobertura dos contêineres de acondicionamento dos materiais triados. A cada dia, todos os resíduos recebidos são devidamente separados e armazenados, e os rejeitos, dispostos no aterro sanitário. Para realizar esse trabalho, a ATT conta com 38 funcionários. Os equipamentos utilizados são uma escavadeira hidráulica, uma pá-carregadeira e um triturador de madeira, além de caminhões.

 

O empreendimento vem chamando a atenção de diversos municípios brasileiros, que procuram a SLU em busca de informações e de visitas técnicas. “A ATT é uma prática inovadora, que traz inúmeros benefícios para a sociedade e para o meio ambiente, contribuindo para que Belo Horizonte seja referência nacional em gestão de resíduos sólidos”, finaliza Pedro Heller.