2 June 2022 -
Realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (Circ), o Circuito Municipal de Cultura apresenta a mostra de resultados que marca o encerramento da 2ª edição da Residência CRDançaBH Corpo Território. O evento acontece na próxima terça-feira (7), às 19h, no Teatro Marília, localizado na Avenida Professor Alfredo Balena, 586, bairro Santa Efigênia. Todas as obras que compõem esta mostra de encerramento são de classificação livre.
A programação, que integra o Terça da Dança, terá a exibição dos trabalhos desenvolvidos pelos artistas residentes: Evandro Passos, Gal Duvalle, Lorrane Katlen, Samuel Carvalho, Sereia, Scheylla Bacellar e Ygor Gohan. A residência é uma realização do Circuito, em construção conjunta entre o Centro de Referência da Dança de Belo Horizonte (CRDançaBH) e o Cine Santa Tereza, e em parceria com o Goethe-Institut. A ação segue os protocolos sanitários vigentes em Belo Horizonte de combate à Covid-19. Para mais informações sobre o evento consulte o site do Circuito Municipal de Cultura.
De acordo com Aline Vila Real, diretora de promoção das artes da Fundação Municipal de Cultura, “realizar a segunda edição do programa de residência artística do Centro de Referência da Dança de Belo Horizonte é firmar o compromisso da gestão com os processos de desenvolvimento criativo e qualificação do aprendizado artístico. Neste processo, os artistas da dança têm a oportunidade de experimentar suas propostas em contato com as provocações de profissionais que são referência no campo das artes cênicas e audiovisual”.
Em extensa programação nos últimos três meses, a 2ª edição da Residência CRDançaBH contabilizou 20 encontros entre o tutor - o coreógrafo e diretor Gladstone Navarro - e os artistas residentes, além de espetáculos e mostras de filmes abertos ao público.
Conheça as videodanças e intervenções artísticas
Corpo-Território - A apresentação nasce do processo desenvolvido durante a residência. Novos espaços se abriram para o diálogo sobre as relações entre as propostas contempladas nesta edição e as imagens que os corpos produziram ao longo dos laboratórios de criação. O conceito território foi se desenhando enquanto corpos e espaços - onde são criadas e vividas um conjunto de subjetividades individuais e coletivas - se entrecruzaram no e com o tempo, a todo tempo.
Palimpsesto - Nesta obra composta por intervenção simultânea à exibição de videodança, Evandro Passos joga com o tempo e deixa transparecer vestígios de outros tempos que no agora compõem uma espécie de dança com o tempo. Passado e presente no mesmo compasso de espera. Além de Evandro, o espetáculo tem a concepção de Anderson Feliciano e a surpreendente trilha de Conceição Passos, mãe do artista residente.
MAGHÚMGU - Esse trabalho se desenvolve a partir da corporeidade do malandro carioca, que joga em sua dança e na vida com o desequilíbrio, com a rua, com a dualidade corpórea, com a díade tensão e relaxamento. Esse personagem mítico afro-brasileiro é uma das materializações corpóreas de ensinamentos do orixá Exú.
A intervenção artística acompanhada de uma videodança se estrutura a partir da investigação que tem por meta o deslocamento do corpo-território desse personagem: um corpo masculino, que originalmente é fruto do samba, podendo deslocar-se para um corpo que teve sua construção de gênero imposta como mulher, sempre questionado sobre a sua identidade. A artista Gal Duvalle, que atua na dança e na performance, traz a dualidade de Exu.
Corpo Nascente - A obra da multiartista Lorrane Katlen estrutura-se pela junção da dança e do audiovisual. Corpo nascente surge a partir das indagações da artista sobre seu próprio corpo, que ao longo de dois anos precisou reaprender a se movimentar, a refazer caminhos e se readaptar à realidade pandêmica.
Punga - Nessa videodança concebida pelo artista Samuel Carvalho, o espectador atua como parte da obra! A dança-performance utiliza o audiovisual para conectar os espaços. Sem perguntar se pode, apenas ocupa: invade. Em uma cena que propõe o desconforto, Punga, por onde passa, oferece o caos. As imagens e edições foram feitas por Vitor Drumond.
Igbarayá - Cabelo, menina, mulher preta, mãe, beleza, estereótipo, maternidade e sensualidade. Estes são os assuntos e a relação entre eles é o que está posto na cena Igbarayá composta por videodança e intervenção artística, da artista Sereia. O termo, em yorubá, significa a força feminina.
Corpovivência - O filme Corpovivência ilustra a afetação de marcas e vivências no corpo de uma mulher negra, que se vê embalado pelos sons naturais do local somados aos ritmos do samba e do funk. A composição se norteia pelas sensações expressadas por meio de movimentos livres e/ou coreografados, além de fazer referência direta à dança de rua, ao hip-hop, ao contemporâneo e outras influências vividas pela bailarina.
Na videodança, a artista propõe uma reflexão sobre um corpo provocado a partir da narrativa de um conto que envolve liberdade, conflito, violência, abuso e empoderamento. Sob a concepção e idealização de Scheylla Bacellar, a película tem direção artística e roteiro de Sandra Sawilza. A fotografia fica por conta de Aline Carolina. A videomaker é Bárbara Godinho. A edição e finalização do filme ficaram sob responsabilidade do olhar criativo de Sandra Sawilza, Aline Carolina e Bárbara Godinho.
Divino - No filme, Divino percorreu três esferas antigas para pontuar algumas perspectivas contemporâneas. Do épico de Florença à sequência de imagens pixeladas, a comédia é a conversão dos pecados em intocáveis suspiros de viver, de sobreviver. É necessário mancomunar para se configurar a travessia mundana. A captação imagética e edição da videodança foram feitas por Gustavo Campolina.