5 November 2025 -
O Parque Municipal Américo Renné Giannetti será palco, neste domingo (9), da 2ª Teia Municipal dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte. Um momento importante de encontro, celebração, debate e construção coletiva da Política Municipal Cultura Viva, que tem como objetivo reconhecer, articular, fomentar e valorizar entidades, coletivos e agentes culturais em suas comunidades e diferentes territórios. No mesmo local será realizado o 2º Fórum Municipal da Rede Pontos de Cultura, nesta sexta-feira (7) e sábado (8).
A 2ª edição da Teia, o maior encontro de articulação e fortalecimento da rede de Pontos de Cultura da capital mineira, reunirá empreendedores criativos, coletivos culturais e a comunidades de todas as regionais da cidade em uma grande vitrine da produção artística local. A programação contempla apresentações culturais, espaço de economia criativa, ações brincantes, reafirmando o compromisso com a diversidade, a participação social e a democratização do acesso à cultura. O evento acontecerá no Largo do Teatro Francisco Nunes, das 10h às 16h.
“O desenvolvimento da cultura nas comunidades conta efetivamente com o papel crucial dos Pontos de Cultura. Esse momento, marcado pela Teia, demonstra isso, contribuindo para que toda a cidade comprove a diversidade de experiências que compõem a cultura comunitária. Fortalecer as comunidades, valorizar as culturas locais, suas redes e protagonismo contribui para que a cultura se torne cada vez mais viva na cidade”, destaca a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras.
O evento é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura (FMC), em parceria com o Instituto Odeon, com o Instituto Abrapalavra e com a Comissão Municipal dos Pontos de Cultura. Integra a programação do Circuito Municipal de Cultura como ação estratégica da política cultural municipal de fortalecimento da Rede de Pontos de Cultura e da Política Municipal Cultura Viva, que visa criar condições para que a cidade avance em processos de descentralização cultural, incidência comunitária e reconhecimento das práticas culturais de base territorial.
Os participantes terão a oportunidade de se conectar, trocar experiências e, ao mesmo tempo, apresentar para a cidade todo o seu fazer artístico e cultural. Esta edição acontece com a proposta de potencializar o protagonismo dos Pontos de Cultura, favorecer a circulação da produção local e promover espaços de diálogo entre sociedade civil e poder público.
“Temos uma rede de Pontos de Cultura reconhecida como uma das mais potentes do país. Este importante encontro é uma oportunidade não apenas de celebrar esse trabalho, mas de mostrar a toda a cidade que essa rede é poderosa e desempenha um papel fundamental nos diversos territórios de Belo Horizonte. A Fundação Municipal de Cultura se orgulha de fazer parte dessa história e segue comprometida com a interlocução constante entre os Centros Culturais Municipais e os Pontos de Cultura, construindo convergências e potencializando as culturas dos territórios”, afirma a presidenta da FMC, Bárbara Bof.
Belo Horizonte tem uma das redes mais consolidadas de Pontos de Cultura do país, com 240 iniciativas certificadas pelo Ministério da Cultura. Essa rede é composta por coletivos, associações e organizações que atuam em diferentes territórios da cidade. O público atendido é diverso: crianças, jovens, adultos e idosos, alcançados por meio de ações de formação, arte, cultura popular, literatura, música, dança, audiovisual, memória social e outras práticas culturais comunitárias.
Fórum Municipal dos Pontos de Cultura
A 2ª edição da Teia marca o encerramento do 2° Fórum Municipal dos Pontos de Cultura, encontro bianual no qual os participantes discutem e deliberam proposições para o aprimoramento da Política Municipal Cultura Viva e elegem os membros da Comissão Municipal Cultura Viva. Neste ano, o fórum acontecerá no Teatro Francisco Nunes.
O encontro tem como objetivo levantar as dificuldades enfrentadas pelos Pontos de Cultura e promover discussões em um espaço democrático e participativo, que busca fortalecer a rede local e criar estratégias coletivas de atuação. As atividades do fórum contemplam debates, rodas de diálogo, sistematização de propostas e articulação entre Pontos de Cultura.
Como forma de garantir ampla participação e escuta qualificada da rede, o Fórum Municipal dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte foi precedido pela realização de três Pré-Fóruns Regionais, que permitiram a troca de experiências com base nas realidades territoriais de cada Ponto de Cultura, respeitando suas diversidades e especificidades.
Essa sistematização dos diagnósticos regionais foi transformada em insumos essenciais para orientar as discussões, definir prioridades e elaborar estratégias conjuntas de fortalecimento da rede dos mais de 200 Pontos de Cultura certificados de Belo Horizonte.
- Programação artística da 2ª edição da Teia:
10h - Nijilas Musicais Minas/Colômbia
Ponto de Cultura Kilombo Erês: Mensageiras dos Ventos
A Apresentação musical surge inspirada n’Os Tincoãs, com o intuito de pesquisar e experimentar músicas e cantos negros de África e da diáspora africana.
10h20 - As Aventuras de Matias, do Grupo Girino
Aldeia Ponto de Cultura
Apresentando por Kely Daiana e Edu Souza que cantam, dançam, tocam e manipulam os bonecos, o espetáculo é uma história divertida e musical, com personagens que num passe de mágica constroem um mundo cheio de fantasias. Utilizando várias técnicas de teatro de bonecos, a peça aborda o universo criativo das infâncias nos momentos de tomar banho, a partir de situações do cotidiano da criança e com músicas executadas ao vivo.
10h40 - No Balaio das Sinhás
Ponto de Cultura Meninas de Sinhá
O grupo das cantadeiras Meninas de Sinhá é formado por moradoras do bairro Alto Vera Cruz e Taquaril, região leste de Belo Horizonte. Encantam com seu canto ancestral, tambores e cores. Essas meninas-mulheres, com idade média de 75 anos são exemplos de como a arte transforma a vida das pessoas e muda paradigmas do etarismo.
Elas são as rainhas dos morros de Belo Horizonte, sobem ao palco com suas saias rodadas e flores no cabelo, uma história fantástica de exclusão social para uma carreira artística consagrada e compromissada com a cultura popular brasileira, nos comove além dos doces acordes de suas vozes.
11h20 - Trem Negreiro - Show do Coletivo Musical
Ponto de Cultura Trem Tan Tan
“Trem Tan Tan” é um coletivo de compositores formado por cidadãos com sofrimento psíquico, com 24 anos de atuação na cena musical de Belo Horizonte. Nascido nas oficinas do Centro de Convivência Venda Nova, ligado à Política de Saúde Mental da cidade, tornou-se referência na articulação entre arte, cidadania e inclusão social, afirmando o tratamento em liberdade e a luta por uma sociedade sem manicômios.
O grupo apresenta um repertório baseado no álbum “Trem Negreiro” e em composições anteriores. São músicas bem-humoradas, politizadas e emocionantes, capazes de envolver usuários e trabalhadores da rede pública de saúde e a comunidade em geral. A direção artística é de Babilak Bah, com os integrantes Marcos Evando, Rogéria Ferreira, Reginaldo José, Luciene Mangabeira e Luciana Rodrigues, acompanhados pelos músicos Jorge Bonfá e Almin Bah.
12h - Uaiss - Universo
Ponto de Cultura Uai Sound System
O “UaiSS – Universo” é uma apresentação artística musical que carrega a força do reggae em suas mensagens de resistência, espiritualidade, amor e justiça social. A proposta é criar uma experiência sonora e sensorial que conecta o público com as origens do reggae jamaicano e suas influências afro-diaspóricas no Brasil. O show condensa o poder do gênero em arranjos envolventes, grooves marcantes e letras que ecoam mensagens positivas e de transformação social. O repertório é todo composto por músicas autorais e tem como objetivos levar ao público uma experiência musical que celebra a cultura reggae como forma de resistência e identidade, promover reflexão através da música com letras conscientes e engajadas e criar uma atmosfera leve e dançante, que acolhe e eleva o público.
12h40 - Cultura em Movimento
Ponto de Cultura Rima Viva Hip Hop Crew
A performance reúne o coletivo Rima Viva que, em 20 minutos, une os quatro elementos do Hip Hop, no palco: DJ, Breakdance, MC e graffiti. Um B-boy apresenta coreografias cheias de energia e criatividade, enquanto o DJ conduz a trilha sonora com batidas, scratches e mixagens. O MC interage com o público por meio de rimas improvisadas que dão fluidez e dinamismo ao espetáculo.
Paralelamente, um artista do graffiti cria ao vivo uma obra em tela, ou tapume ou tecido ou plástico filme, expressando a estética e os símbolos da Teia. O resultado é um encontro vibrante que celebra a diversidade, valoriza as artes urbanas e fortalece o Hip Hop como expressão artística e sociocultural.
13h20 - Projeto Terreirada - Samba De Roda Mãe Daisy e Coletivo Filhos de Afonjá e convidados
Ponto de Cultura ILEAAO
Samba de roda com a Mestra de Cultura Popular Tradicional e Sambadeira Mãe Daisy Lisboa, contando com a potência cultural do Coletivo Filhos de Afonjá e com a participação especial de Mestres convidados. O projeto "Terreirada" nasce da necessidade e do desejo de celebrar, preservar e difundir o Samba de Roda, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil (Iphan) e da Humanidade (Unesco).
A proposta é promover um encontro intergeracional e de saberes, colocando no centro do palco a figura da Mestra de Cultura Popular Tradicional e Sambadeira Mãe Daisy, uma guardiã viva dessa manifestação e outros Mestres representantes da cultura popular tradicional dos povos de terreiro.
14h - Apresentação do projeto de extensão: Roda do Aprendiz
Ponto de Cultura Orquestra Parque Escola Sagrada Geração
A proposta destaca a força da música brasileira como ferramenta educativa, afetiva e cultural, fortalecendo a formação musical coletiva, o intercâmbio entre gerações e o acesso democrático à arte promovido pela Associação Orquestra Parque Escola Sagrada Geração na região oeste de Belo Horizonte.
A roda unirá tradição e inovação, interpretando seis clássicos da música brasileira que representam gêneros como o samba e o choro: “Trem das Onze” (Adoniran Barbosa), que retrata a vida urbana com humor; “Na Glória” (Ary dos Santos e Raul de Barros), fusão de samba e choro; e “Doce de Coco” (Jacob do Bandolim), um choro contagiante; .Santa Morena” (Jacob do Bandolim), melódica e emotiva; “Naquele Tempo” (Pixinguinha), símbolo do espírito do choro; e “Carinhoso” (Pixinguinha), um dos sambas mais icônicos da história.
14h40 - Sarau De Queerbrada
Ponto de Cultura Recriart&Cultura
O Sarau de Queerbrada é um encontro artístico que une poesia, música e performance, protagonizado por pessoas LGBTQIA+. A proposta reúne quatro performances poéticas intercaladas pela discotecagem da DJ Nada Chitta, além de uma apresentação musical de abertura e outra de encerramento. O sarau conecta a tradição da poesia falada (slam/sarau) com elementos do Hip Hop, da música e da cultura popular, criando um espaço de visibilidade, celebração e resistência.
15h20 - Show Capitania do Samba: Sambas que tocam o coletivo
Ponto de Cultura Coletivo Capitania do Samba
Celebrando mais de doze anos de trajetória, a Capitania do Samba propõe uma apresentação musical vibrante e afetiva, que valoriza a música brasileira em suas mais diversas vertentes, com foco no samba e suas influências. O show homenageia grandes nomes da MPB em um resgate da memória afetiva coletiva por meio de clássicos do samba de raiz, samba-rock, bossa e releituras criativas.
O repertório = contempla canções de artistas consagrados como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Djavan, Gonzaguinha, Seu Jorge, Fundo de Quintal, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, entre outros, além de composições autorais que integram os álbuns do grupo.
16h - Meu Samba é Reza
Ponto de Cultura Associação Cultural Cosme e Damião
Meu Samba é Reza é um projeto nascido no Ponto de Cultura Associação Cultural Cosme e Damião e idealizado pelo cantor, compositor e multi-instrumentista Luter Nguzuale — artista negro, liderança comunitária e guardião de tradições afro-brasileiras.
A proposta consiste em uma apresentação musical do gênero samba, que celebra a ancestralidade e a cultura popular brasileira, reafirmando o samba como expressão de arte, resistência e identidade. O repertório inclui canções autorais, como Meu Samba é Reza, Amazi e Cumpadre de Ogum, além de interpretações de clássicos do samba que reverenciam mestres como Dona Ivone Lara, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Toninho Geraes e Roque Ferreira.
- Ações itinerantes
10h - Cortejo Pulsar Coletivo
Ponto de Cultura Bloco Vejo Flores em Você
Local de saída: portaria principal
O bloco Vejo Flores em Você propõe um cortejo percussivo no formato com a proposta de "pulsar coletivo". Por meio de ritmos como samba, baião, afoxé e outros, o grupo formado por moradores de Venda Nova, convida os transeuntes a se juntarem ao grupo e a participar das atividades que serão desenvolvidas durante a apresentação.
11h - Sarau Avoa, amor no parque
Ponto de Cultura Coletivo Avoante
Local de saída: Coreto
O espetáculo é estruturado como um percurso sonoro que dialoga com a ancestralidade, a cultura popular e a música contemporânea, evidenciando a riqueza da percussão como linguagem artística e ferramenta de expressão identitária. O repertório contempla ritmos tradicionais afro-brasileiros como o samba, maracatu, congado, afoxé, ijexá e coco, além de elementos da música popular urbana como o samba-reggae, funk, axé e baião.
A apresentação também incorpora influências de ritmos latino-americanos e africanos, promovendo uma fusão rítmica inovadora que convida o público a uma experiência imersiva, sensorial e educativa. Durante a apresentação, o percussionista utiliza uma variedade de instrumentos – tradicionais e alternativos – como atabaques, congas, djembês, pandeiros, alfaia, agogôs, ganzás e tambores construídos com materiais recicláveis.
Durante a apresentação, o público é conduzido por diferentes territórios culturais e promovendo o reconhecimento da percussão como elemento central na construção da música brasileira.
12h30 - Intervenções Circenses - Palhaços De Versalhes
Ponto de Cultura Circo Gamarra
Local de saída: roda-gigante
A Casa Circo Gamarra propõe uma ocupação lúdica, utilizando a arte circense para recepcionar, surpreender e encantar o público. A intervenção é concebida como um fluxo contínuo de arte viva, quebrando a quarta parede e levando o universo mágico do circo diretamente às pessoas nos principais pontos de encontro.
Durante a apresentação, seis artistas circenses vão circular pelas imediações do Teatro Francisco Nunes, da Feira Hippie e da Portaria Principal do Parque Municipal, promovendo a interação direta e a celebração cultural. O público será impactado por performances dinâmicas de pernas de pau, monociclo, malabarismo e equilibrismo, entre outras habilidades clássicas, em um trabalho realizado por três duplas de intervenção.
A ação visa descentralizar a arte, transformando o ambiente em um palco aberto para a alegria e a diversidade cultural.
- Brincantes – jardins do Teatro Francisco Nunes
10h30 - Vôos Rasantes - Rabiola Brincando Pela Cidade
Ponto de Cultura Rabiola - Instituto Cultural de Arte e Educação
A instalação irá distribuir pelo local pés de lata, corda, bolinhas de gude, pião, rolimã, brinquedos de papel, bolhas de sabão gigantes, arenas e artes visuais, em um espaço preparado para acolher a primeiríssima infância, com objetos artesanais e coletas da natureza. As atividades serão conduzidas por três brincantes, com a coordenação de Ramayan Sol, que é músico, brincante, educador social e gestor cultural.
Teremos a presença do Mestre Faria como convidado. Os Voos Rasantes fazem parte das propostas itinerantes da Rabiola, que buscam fomentar as artes e a cultura popular pelos espaços públicos da cidade e do estado de Minas Gerais.
13h30 - Brincando de Gira
Ponto de Cultura Ilê Asè Oyá Kurugesi
"Brincando de Gira" é uma ação formativa e brincante que visa promover uma imersão lúdica e ancestral nas manifestações culturais de matriz africana. A atividade busca resgatar a força transformadora do brincar por meio de cantos, ritmos e danças do candomblé, incentivando a conexão entre corpo, voz, percussão e imaginação.
O foco da ação é a valorização da cultura afro-brasileira e a celebração da identidade negra. A proposta é protagonizada por mulheres e pela população negra, refletindo a essência do Ilê Asè Oyá Kurugesi.- 2ª Teia Municipal dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte
Quando: domingo (9), das 10h às 16h
Onde: Parque Municipal Américo Renné Giannetti (Avenida Afonso Pena, 1.321 - Centro)
Acesso pelas cinco portarias:
- Alameda Ezequiel Dias, 300
- Afonso Pena, 1.055
- Afonso Pena, 1.377
- Avenida dos Andradas, 787
- Rua da Bahia, 701
Acesso gratuito
