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Biofábrica de Joaninhas será tema de palestra da Prefeitura de São Paulo
Foto: Divulgação/PBH

Biofábrica de Joaninhas será tema de palestra da Prefeitura de São Paulo

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A convite da Prefeitura de São Paulo, por meio de sua Escola Municipal de Jardinagem, a Biofábrica de Joaninhas será tema de uma troca de informações sobre o controle biológico de pragas - uma forma natural e alternativa ao uso de agrotóxicos em áreas de cultivo e jardins. A palestra, marcada para esta quarta-feira, dia 16, será ministrada pelo diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e responsável pela implantação do projeto em Belo Horizonte, Dany Amaral. 

 

Inspirada em um modelo desenvolvido pela Prefeitura de Paris, onde foram distribuídas larvas de joaninha para acabar com insetos que danificam jardins públicos, a Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos foi uma iniciativa que começou em 2018 em Belo Horizonte, com o objetivo de produzir em massa esses insetos que fazem o controle biológico de pragas em áreas verdes e hortas urbanas, sem demandar o uso de agrotóxicos ou pesticidas.

 

As joaninhas e crisopídeos podem combater, de forma natural, populações de organismos indesejáveis em hortas, jardins, pomares e arborizações. Elas são insetos carnívoros que comem as larvas de pragas como lagartas, pulgões e moscas brancas. Instalada na Casa Amarela, no Parque das Mangabeiras, a biofábrica funciona como um laboratório onde os insetos são criados com dieta e temperatura controladas. Eles são alimentados e colocados para acasalar e os ovos e larvas recebem cuidados para completar o ciclo até atingir a fase adulta.

 

A princípio, os organismos produzidos começaram a ser utilizados na cidade, na recuperação de serviços do ecossistema em ambientes urbanos, gerando produção de alimentos, matérias-primas, renovação de recursos hídricos, beleza cênica, redução de poluição, entre outros. Depois, passaram a ser entregues sob demanda popular, de forma que quem se interessar por adquirir os kits pode se inscrever, por meio do Portal de Serviços, no site da PBH e fazer a retirada. 

 

Não é a primeira vez que Belo Horizonte é reconhecida em outros territórios pelo projeto da biofábrica: este caso de sucesso já foi pauta em painéis da FutureCom - evento internacional de inovação; concorreu por 3 vezes consecutivas ao World Smart City Awards, saindo finalista de todas as edições; e participou, em 2019, de um intercâmbio científico na cidade de Caen, na França, para tratar dos resultados de sua implantação por aqui. Além disso, ela inspira projetos de sustentabilidade ao redor do país, recebendo visitas de técnicos que têm o interesse de multiplicar a ideia para outros lugares, criando suas próprias biofábricas de insetos.

 

Para o gestor do projeto, Dany Amaral, o convite da Prefeitura de São Paulo revela o interesse que outras cidades têm de repetir iniciativas sustentáveis em suas comunidades. “Quando somos convidados para momentos como esse, enxergamos uma grande oportunidade de realizar conexões com outras cidades e passar um pouco da experiência desse processo de construção em Belo Horizonte, com seus êxitos e desafios. Através desta troca, estamos inspirando outros grupos e permitindo que essas cidades também possam desenvolver biofábricas em seus locais”, afirma. 

 

Expansão na produção em BH 

 

Paralisada devido à pandemia da Covid-19, a biofábrica de joaninhas passou por uma expansão e a produção e distribuição de kits acabaram de ser retomadas. Com a ampliação da atividade, a meta para 2022 é produzir, em média, 50 mil joaninhas e entregar mais de 5 mil kits. No momento, todas as solicitações que já estavam na fila foram completamente atendidas, permitindo o início de uma nova agenda de entrega dos insetos.